Fricções contracoloniais contra as frentes de ocupação do Sul de Mato Grosso e a armadilha do epistemicídio indígena (1890-1950).
DOI:
https://doi.org/10.30612/frh.v26i46/47/48.19746Palavras-chave:
Epistemicídio indígena, Contracolonizar, Descaravelização , Futuro ancestral , Fricção indígenaResumo
O estudo aqui apresentado busca fazer o diálogo entre o saber acadêmico e o das pessoas indígenas, ouvindo-lhes as palavras sobre a sua história, para tentar assim não cair na armadilha colonialista do epistemicídio. É preciso, urgentemente, contracolonizar, isto é, pegar as palavras portuguesas e subverte-las, (re)escrevendo indigenamente os saberes ancestrais que dão significado e significância às vivências aos povos das florestas (indígenas) e seus saberes nativos; ciência, espiritualidade e religiosidade, história, alimentação, medicina, etc. Partindo desse pressuposto êmico, de saberes ancestrais e das matas, buscar-se-á descaravelizar os processos de escrita da história ocidental colonialista e euro-cristã que carrega no seu íntimo o racismo indígena; ao se valer das palavras da língua do colonizador como: “pioneiro”, para se referir metaforicamente ao invasor das terras indígenas, especificamente em Mato Grosso do Sul. Decorrendo dessa prática o fenômeno do epistemicídio indígena.
Downloads
Referências
AZANHA, Gilberto. Relatórios de trabalho, CTI – Centro de Trabalho Indigenista (mimeo), São Paulo – 1986-1998. Relatório GT 553/Funai, 2000.
BRASIL. Relatório da Comissão Nacional da Verdade. Relatório II, “Texto 5 Violações de direitos humanos dos povos indígenas. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4469887/mod_resource/content/1/Volume%202%20-%20Texto%205%20-%20Povos%20Indi%CC%81genas%20na%20CNV.pdf. Acesso em: 03, nov. 2024.
BISPO DOS SANTOS, Antônio. A terra dá, a terra quer. São Paulo: Ubu, 2023.
CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Programa de pós-graduação em Educação da Universidade de São Paulo – USP. Tese de Doutorado, 2005.
CAVALCANTE, Thiago Leandro Vieira. Colonialismo, território e territorialidade: a luta pela terra dos Guarani e Kaiowá em mato grosso do sul. Tese (Doutorado em História). Programa de Pós-Graduação em História da UNESP, 2013. DOI: https://doi.org/10.4025/6cih.pphuem.244
CUNHA, Manuela Carneiro da. Os direitos dos índios, ensaio e documentos.
Legislação Indigenista do século XIX: uma compilação (1808-1889). São Paulo: Edusp, Comissão Pró-Índio (Org.), 1992.
DA SILVA, G. J; PEREIRA, V. G. “Fomos nós que ganhamos o Brasil do Paraguai”: ausências, protagonismos e agências indígenas na Guerra Grande (1864-1870). In_
MOREIRA, V. M. L. (org.) Povos indígenas, independência e muitas histórias. Curitiba, CRV, 2024.
DE OLIVEIRA, Jorge Eremites. Duas décadas depois da publicação do artigo “Da pré-história à história indígena”. Revista de Arqueologia, v. 36, n. 1, p. 35-48, 2023. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/1067/846. Acesso em: 03, nov. 2024. DOI: https://doi.org/10.24885/sab.v36i1.1067
DUTRA, C. A. dos Santos. O território Ofaié: pelos caminhos da história. Campo Grande: Life, 2011.
FANON, Frantz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968.
FOUCAULT, Michel. A verdade e as formas jurídicas. Rio de Janeiro: Nau Editora, 1999.
GONZAGA, Alvaro de Azevedo. Decolonialismo indígena. 3. ed. São Paulo: Matrioska, 2023.
HARTOG, François. Regimes de historicidades: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica editora, 2013.
KOSELLECK, Reinhart. Crítica e crise: uma contribuição à patogênese do mundo burguês. Rio de Janeiro: Contraponto, 1999.
KRENAK, Ailton. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
KRENAK, Ailton. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
KRENAK, Ailton. Futuro ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
LENHARO, Alcir. Colonização e trabalho no Brasil: Amazônia, Nordeste e centro-Oeste. 2. ed. Campinas: editora da Unicamp, 1986.a
LENHARO, Alcir. A Terra para quem nela não trabalha (a especulação com a terra no oeste brasileiro nos anos 50). Revista Brasileira de História, v. 6, n. 12, p. 47-64, 1986.b
MALERBA, Jurandir. Os brancos da lei. Maringá: Eduem, 1994.
MARTINS, Eduardo. Ofaié: eu estou na estrada. Curitiba: CRV, 2022.
MARTINS, Eduardo; SOUZA, Ailson do Carmo de. Terra é vida para os povos indígenas: (Suicídio indígena em Mato Grosso do Sul). Folha de Dourados, Dourados-MS, 03/03/2024. Disponível em: https://www.folhadedourados.com.br/terra-e-vida-para-os-povos-indigenas-suicidio-indigena-em-mato-grosso-do-sul/. Acesso em 03, nov. 2024.
MARTINS, José de Souza. O tempo da fronteira. Retorno à controvérsia sobre o tempo histórico da frente de expansão e da frente pioneira. Tempo Social; Rev. Sociol. USP, S. Paulo, 8(1): 25-70, maio de 1996. Disponível em: file:///C:/Users/Admin/Desktop/MARTINS%20frentes%20pioneiras.pdf. Acesso em 14 maio, 2025. DOI: https://doi.org/10.1590/ts.v8i1.86141
MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. Cia das Letras, 2022.
MUNDURUKU, Daniel. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro (1970-1990). São Paulo, paulinas, 2012.
PATAXÓ, Keko (MASCARAHENSA (R. M). Muka-mukaú na luta por descaravelizar a cidade e a aldeia. Encontro de pesquisa e pesquisadoras em Serviço Social. 10 a 14 de dezembro. Disponível em: https://www.abepss.org.br/enpess-anais/public/arquivos/2024/oral/03406.pdf. Acesso em 14 maio, 2025.
POTIGUARA, Eliane. Metade cara, metade máscara. Rio de Janeiro, Grumin, 2019.
SHARPE, Jim. A história vista de baixo. IN: BURKE, Peter. A escrita de história: novas perspectivas. São Paulo: Editora UNESP, p. 39-62, 1992.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autoras e autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autoras e autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autoras e autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online, como em repositórios institucionais ou em páginas pessoais, a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).