Caminhos para educação das relações étnico-raciais desde a sala de aula: história e cultura indígena no Ensino Médio

Resumo

Os povos indígenas, sua história e suas lutas por direitos ainda precisam ser melhor conhecidas, sabemos mais sobre hebreus, gregos e romanos do que sobre os povos originários do Brasil. A forma como os indígenas são representados ao longo da história do Brasil, ora como ingênuos, ora como selvagens, quando não representados de maneira fantasiosa, variam do estigma ao romance. Tais percepções estão muito distantes da realidade, cenário este que se relaciona diretamente com o desconhecimento sobre o tema em sala de aula e que, por sua vez, repercute no debate público e vice-versa, formando assim um ciclo vicioso que reproduz visões distorcidas. Dessa forma, em relação à temática indígena, a escola serviu mais para reproduzir visões distorcidas, estereotipadas e homogeneizadoras desses povos, do que promover conhecimento. Considerando esse cenário o presente artigo, decorrente do Projeto de pesquisa intitulado “História e Educação Étnico-Racial: a questão indígena em sala de aula”, tem como objetivo investigar e refletir como a questão indígena tem sido abordada no ensino básico, investigando essa temática sob a perspectiva das relações e da educação étnico-racial. Para isso, tendo como referência o povo Laklãnõ-Xokleng, sua história e sua luta por direitos, analisou-se tanto bibliografia sobre o tema, quanto respostas de um questionário aplicado a estudantes do ensino médio integrado de uma instituição federal de ensino. Tal amostragem forneceu um diagnóstico inicial para avaliar caminhos a serem seguidos e ações que visem abordar a temática indígena em sala de aula e demais espaços educacionais em diferentes níveis de ensino.