Holocausto Brasileiro: O limiar entre história e jornalismo literário
DOI:
https://doi.org/10.30612/realizacao.v11i22.18817Palavras-chave:
jornalismo literário, História, Holocausto BrasileiroResumo
Essa pesquisa busca compreender as proximidades e distanciamentos entre as áreas de Jornalismo e História dentro da obra Holocausto Brasileiro (2013), de Daniela Arbex. O livro apresenta histórias de violência em um Centro Hospitalar Psiquiátrico na cidade de Barbacena (MG). A união que a autora faz de técnicas jornalísticas com materiais historiográficos possibilita humanizar e eternizar personagens que passaram anos à margem da sociedade. A obra de Arbex foi analisada a partir de duas perspectivas: jornalismo literário e a historiografia, para isso utilizou-se como base as contribuições acadêmicas de Edvaldo Lima (2009), Felipe Pena (2006), José D’Assunção Barros (2005) e Tania Regina de Luca (2020) e a metodologia foi a análise do conteúdo de Laurence Bardin (2016). Holocausto Brasileiro possui todas as características de um livro-reportagem. Por mais que jornalistas e historiadores se utilizem das mesmas fontes para conseguir uma informação, a abordagem ao conteúdo é realizada de maneira diferente. A área da comunicação está direcionada para o grande público, com maior liberdade no estilo de escrita, e maior proximidade com os personagens apresentados. Por outro lado, historiadores estão imersos em um ambiente acadêmico, com uma exigência de formalidade da linguagem, padronização no estilo e impessoalidade, de forma a passar por uma disciplina metódica de pesquisa que será revisada por colegas. Holocausto Brasileiro, assim como outras obras de livro-reportagem, possuem como característica intrínseca a humanização dos relatos.
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