Dinâmicas das Massas de Ar e Comportamento Termohigropluviométrico em Porto Velho e Reserva Biológica do Jaru
DOI:
https://doi.org/10.55761/abclima.v36i21.19115Palavras-chave:
Termohigropluviometria, Dinâmica das massas de ar, Variabilidade dos ventos, Porto Velho, Rebio JaruResumo
Este estudo objetivou comparar o comportamento termohigropluviométrico entre uma área urbana (Porto Velho) e uma área florestal (REBIO Jaru) na Amazônia brasileira, além de analisar a dinâmica das massas de ar e a variabilidade dos ventos nas áreas de estudo. Os dados meteorológicos foram obtidos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA). A metodologia incluiu o preenchimento de falhas nos bancos de dados meteorológicos, a elaboração de mapas de uso e cobertura do solo nas áreas de estudo e revisão da literatura sobre o tema. As análises evidenciaram duas estações pluviométricas bem definidas: a estação chuvosa, de outubro a abril, e a estação seca, de junho a agosto. Apesar de ambos os sítios apresentarem comportamentos termodinâmicos semelhantes, a REBIO Jaru registrou temperaturas médias mais baixas e maior umidade relativa ao longo do ano, embora essas diferenças sejam menos pronunciadas durante o período de estiagem. A dinâmica dos ventos revelou padrões sazonais distintos. Em Porto Velho, os ventos austrais se manifestam ao longo de todo o ano, e a reversão sazonal ocorre apenas nos ventos provenientes do norte. Já na REBIO Jaru, a reversão sazonal é bem marcada, o que sugere uma influência do cinturão orográfico orientado no eixo NE-SE de Rondônia. As diferenças na variabilidade climática observadas entre Porto Velho e REBIO Jaru são atribuídas à interação entre fatores como relevo, cobertura vegetal e os efeitos da urbanização.
Downloads
Referências
BARBINO, G. C. et al. Índice de área foliar e sua relação com o microclima em floresta e pastagem na Amazônia Ocidental. Revista Brasileira de Climatologia, v. 32, p. 311–335, 20 fev. 2023. DOI: https://doi.org/10.55761/abclima.v32i19.16296
BRASIL. Plano de Manejo da Reserva Biológica do Jaru. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2010.
BRUBAKER, K. L.; ENTEKHABI, D.; EAGLESON, P. S. Estimation of Continental Precipitation Recycling. Journal of Climate, v. 6, n. 6, p. 1077–1089, jun. 1993. DOI: https://doi.org/10.1175/1520-0442(1993)006<1077:EOCPR>2.0.CO;2
CARVALHO, A. B.; HERRERA, J. A. Contribuições da Educação Ambiental para mitigação dos efeitos de eventos climáticos extremos na bacia hidrográfica do igarapé Altamira em Altamira-PA. Geografia Ensino & Pesquisa, v. 21, n. 3, p. 196, 29 dez. 2017. DOI: https://doi.org/10.5902/2236499425822
CARVALHO, A. B.; MOREIRA, R. P.; HERRERA, J. A. Aspectos da dinâmica climática de Altamira-PA. Revista Percurso, v. 14, n. 2, p. 23–34, 2022.
CLARKE, A. Principles of thermal ecology: Temperature, energy and life. Oxford: Oxford University Press, 2017. DOI: https://doi.org/10.1093/oso/9780199551668.001.0001
COSSINS, A. Temperature biology of animals. Dordrecht: Springer Science & Business Media, 2012.
COSTA, M. H. et al. Atmospheric versus vegetation controls of Amazonian tropical rain forest evapotranspiration: Are the wet and seasonally dry rain forests any different? Journal of Geophysical Research: Biogeosciences, v. 115, n. G4, 11 dez. 2010. DOI: https://doi.org/10.1029/2009JG001179
DA ROCHA, H. R. et al. Seasonality of Water and Heat Fluxes over a Tropical Forest in Eastern Amazonia. Ecological Applications, v. 14, n. sp4, p. 22–32, ago. 2004. DOI: https://doi.org/10.1890/02-6001
HUNTER, J. D. Matplotlib: A 2D Graphics Environment. Computing in Science & Engineering, v. 9, n. 3, p. 90–95, 2007. DOI: https://doi.org/10.1109/MCSE.2007.55
ICMBIO. Reserva Biológica do Jaru. Disponível em: <https://uc.socioambiental.org/pt-br/arp/620>.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Base Cartográfica. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/geociencias/downloads-geociencias.html>.
INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE (ICMBIO). Rebio do Jaru. Disponível em: <https://www.gov.br/icmbio/pt-br/assuntos/biodiversidade/unidade-de-conservacao/unidades-de-biomas/amazonia/lista-de-ucs/rebio-do-jaru>. Acesso em: 23 mar. 2023.
INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA (INMET). Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa - BDMEP. Disponível em: <https://bdmep.inmet.gov.br/#>. Acesso em: 7 nov. 2022.
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Catálogo de imagens. Disponível em: <http://www.dgi.inpe.br/catalogo/explore>. Acesso em: 23 mar. 2023.
KOVÁCS, B.; TINYA, F.; ÓDOR, P. Stand structural drivers of microclimate in mature temperate mixed forests. Agricultural and Forest Meteorology, v. 234–235, p. 11–21, mar. 2017. DOI: https://doi.org/10.1016/j.agrformet.2016.11.268
MADIGOSKY, S. R. Forest canopies. In: LOWMAN, M. D.; RINKER, H. B. (Eds.). Tropical microclimatic considerations. San Diego: Academic Press, 2004. p. 24–48. DOI: https://doi.org/10.1016/B978-012457553-0/50006-X
MAKARIEVA, A. M. et al. The role of ecosystem transpiration in creating alternate moisture regimes by influencing atmospheric moisture convergence. Global Change Biology, v. 29, n. 9, p. 2536–2556, 10 maio 2023. DOI: https://doi.org/10.1111/gcb.16644
MARENGO, J. A. et al. Climatology of the Low-Level Jet East of the Andes as Derived from the NCEP–NCAR Reanalyses: Characteristics and Temporal Variability. Journal of Climate, v. 17, n. 12, p. 2261–2280, jun. 2004. DOI: https://doi.org/10.1175/1520-0442(2004)017<2261:COTLJE>2.0.CO;2
MARENGO, J. A. Jato de Baixos Níveis a leste dos Andes. In: FERREIRA, N. J.; CAVALCANTI, I. F. DE A. (Eds.). Sistemas meteorológicos atuantes no Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2022.
MENDONÇA, F.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.
MU, Y.; BIGGS, T. W.; JONES, C. Importance in Shifting Circulation Patterns for Dry Season Moisture Sources in the Brazilian Amazon. Geophysical Research Letters, v. 50, n. 9, p. 1–8, 2023. DOI: https://doi.org/10.1029/2023GL103167
NASA POWER. Prediction of Worldwide Energy Resources. Disponível em: <https://power.larc.nasa.gov/data-access-viewer/>. Acesso em: 5 maio. 2024.
NUMATA, I. et al. Evaluation of Landsat-Based METRIC Modeling to Provide High-Spatial Resolution Evapotranspiration Estimates for Amazonian Forests. Remote Sensing, v. 9, n. 1, p. 46, 6 jan. 2017. DOI: https://doi.org/10.3390/rs9010046
NUMATA, I. et al. Forest evapotranspiration dynamics over a fragmented forest landscape under drought in southwestern Amazonia. Agricultural and Forest Meteorology, v. 306, p. 108446, ago. 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.agrformet.2021.108446
PEREIRA, A. R. B. et al. Preenchimento de falhas em séries de dados meteorológicos de estações automáticas. Revista Brasileira de Climatologia, v. 35, p. 22–44, 19 jul. 2024. DOI: https://doi.org/10.55761/abclima.v35i20.17599
QUADRO, M. F. L. DE et al. Análise climatológica da precipitação e do transporte de umidade na região da ZCAS através da nova geração de reanálises. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 27, n. 2, p. 152–162, jul. 2012. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-77862012000200004
REBOITA, M. S.; DA ROCHA, R. P.; OLIVEIRA, D. M. DE. Key Features and Adverse Weather of the Named Subtropical Cyclones over the Southwestern South Atlantic Ocean. Atmosphere, v. 10, n. 1, p. 6, 27 dez. 2018. DOI: https://doi.org/10.3390/atmos10010006
RODRIGUES, L. DE S.; SOUSA, I. C. DE; SANTOS, F. D. S. New occurrence of Mitracarpus frigidus (Willd. ex Roem. & Schult.) K.Schum. (Rubiaceae, Spermacoceae) in the State of Ceará, Brazil. Hoehnea, v. 50, 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/2236-8906e402022
ROSS, J. L. S. Ecogeografia do Brasil: subsídios para planejamento ambiental. São Paulo: Oficina de Textos, 2009.
RSTUDIO TEAM. RStudio: Integrated Development Environment for R. Boston, MARStudio, PBC, , 2022. Disponível em: <https://posit.co/>
SOUTH, E. Windrose: A library for visualizing wind data. , 2024. Disponível em: <https://github.com/python-windrose/python-windrose>
SOUZA FILHO, J. D. DA C. et al. Mecanismos de controle da variação sazonal da transpiração de uma floresta tropical no nordeste da amazônia. Acta Amazonica, v. 35, n. 2, p. 223–229, jun. 2005. DOI: https://doi.org/10.1590/S0044-59672005000200012
TAN, M. L. et al. Evaluation of NASA POWER and ERA5-Land for estimating tropical precipitation and temperature extremes. Journal of Hydrology, v. 624, p. 129940, set. 2023. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jhydrol.2023.129940
TEJAS, G. T. et al. Atmospheric Patterns in Porto Velho, Rondônia, Southwestern Amazon, in a Rhythmic Context between 2017 and 2018. Climate, v. 12, n. 3, p. 28, 20 fev. 2024. DOI: https://doi.org/10.3390/cli12030028
TORRES, F. T. P.; MACHADO, P. J. DE O. Introdução à climatologia. São Paulo: Cengage Learning, 2011.
VIANELLO, R. L.; ALVES, A. R. Meteorologia básica e aplicações. 2a ed. Viçosa: UFV, 2012.
WICKHAM, H. et al. A Grammar of Data Manipulation. , 2022. Disponível em: <https://cran.r-project.org/package=dplyr>
WRIGHT, J. S. et al. Rainforest-initiated wet season onset over the southern Amazon. Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 114, n. 32, p. 8481–8486, 8 ago. 2017. DOI: https://doi.org/10.1073/pnas.1621516114
YNOUE, R. Y. et al. Meteorologia: noções básicas. São Paulo: Oficina de Textos, 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A aprovação dos artigos implica a aceitação imediata e sem ônus de que a Revista Brasileira de Climatologia terá exclusividade na primeira publicação do artigo. Os autores continuarão, não obstante, a deter os direitos autorais. Os autores autorizam também que seus artigos sejam disponibilizados em todos os indexadores aos quais a revista está vinculada.
Os autores mantém seus direitos de publicação sem restrições
A Comissão Editorial não se responsabiliza pelos conceitos ou afirmações expressos nos trabalhos publicados, que são de inteira responsabilidade dos autores.
A Revista Brasileira de Climatologia oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o entendimento de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização do conhecimento e tende a produzir maior impacto dos artigos publicados. Os artigos publicados na revista são disponibilizados segundo a Licença Creative Commons CC-BY-NC 4.0 (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/). Segundo essa licença é permitido acessar, distribuir e reutilizar os artigos para fins não comerciais desde que citados os autores e a fonte. Ao submeter artigos à Revista Brasileira de Climatologia, os autores concordam em tornar seus textos legalmente disponíveis segundo essa licença

