Ilha de calor urbana na zona norte de São Paulo com quantificação do MP2,5
DOI:
https://doi.org/10.55761/abclima.v36i21.18382Palavras-chave:
Imagem de Satélite. Temperatura de Superfície (T.S.). Poluição do Ar. Vulnerabilidade social. Ilha de Calor Urbana.Resumo
Estudos mostram que áreas afetadas por Ilhas de Calor Urbano (ICU) podem apresentar maior concentração de poluentes atmosféricos como MP2.5. Esta pesquisa visa analisar a situação de pessoas em vulnerabilidade e de baixa renda que vivem no bairro Jardim Peri e outra de renda média e alta que vive no bairro Horto Florestal, expostas ao fenômeno da ICU e ao MP2.5 na zona norte de São Paulo (distritos de Cachoeirinha e Mandaqui, respectivamente). Para os estudos de ICU, foram utilizadas imagens dos satélites Landsat 5 e 8 para determinar temperaturas superficiais (TS). Nos estudos socioeconômicos, foram utilizados dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e o Mapa de Desigualdades de São Paulo. Nos estudos de MP2.5, foi realizada uma coleta deste poluente em ambos os bairros. Ao longo de 32 anos de dados de amostragem, eles indicaram uma ICU intensa sobre o Jardim Peri (que tem uma população mais vulnerável). Quanto à exposição ao MP2.5 nos 23 dias de amostragem, 22 estavam acima dos padrões da OMS (2021). Por outro lado, todas as amostras estavam dentro dos padrões nacionais, indicando que as leis brasileiras são menos restritivas quanto à exposição ao MP2.5. Os dados também mostram que a população do Jardim Peri esteve exposta a maiores concentrações de MP2,5 por maior número de dias em relação ao Horto Florestal, apesar de ambas as localidades apresentarem concentrações médias semelhantes.
Downloads
Referências
BANDO, D. H. et al. Variáveis sociodemográficas e o risco relativo por acidente vascular cerebral no município de São Paulo. Espaço & Geografia, v. 18, n. 2, p. 397–417, 2015.
BARROZO, L. V. Informações sobre mortalidade infantil no Município de São Paulo: é o ônibus do indicador. Dossiê Geografia, saúde e ambiente: como abordar a complexidade dos problemas atuais da nossa saúde, ed. 37, 2018. DOI: https://doi.org/10.4000/confins.15010
BILL, M. J.; RAQUEL, M. F. L. C. The racial/ethnic distribution of heat risk–related land cover in relation to residential segregation. Environmental Health Perspectives, v. 121, n. 7, 2013. DOI: https://doi.org/10.1289/ehp.1205919
CARVALHO, M. M. Clima Urbano e Vegetação: Estudo Analítico e Prospectivo do Parque das Dunas em Natal. 2001. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2001.
CASTELHANO, F. J. O clima e as cidades. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2020.
CHANG, S. et al. Evolution of the local climate in Montreal and Ottawa before, during and after a heatwave and the effects on urban heat islands. Science of The Total Environment, v. 890, 2023. DOI: https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2023.164497. DOI: https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2023.164497
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Poluentes atmosféricos. 2021. Disponível em: https://cetesb.sp.gov.br/ar/poluentes/. Acesso em: 10 out. 2021.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE – CONAMA. Resolução n° 3, de 28 de junho de 1990. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar previstos no PRONAR. Diário Oficial da União, 22 ago. 1990.
ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2010. (Coleção Mundo do Trabalho).
FAGUNDES, L. T. et al. Análise do fenômeno de ilhas de calor em um município da Região Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – BR, 2020. DOI: https://doi.org/10.34188/bjaerv3n3-113
GARTLAND, L. Ilhas de Calor: como mitigar zonas de calor em áreas urbanas. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.
GERARDO, A. C. N. et al. Characterizing spatial and temporal deforestation and its effects on surface urban heat islands in a tropical city using Landsat time series. Landscape and Urban Planning, v. 217, 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.landurbplan.2021.104280. DOI: https://doi.org/10.1016/j.landurbplan.2021.104280
HANTIAN, W. et al. Urban anthropogenic heat index derived from satellite data. International Journal of Applied Earth Observation and Geoinformation, v. 118, 2023. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jag.2023.103261. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jag.2023.103261
HAYDER, A. et al. Estimating the effect of park proximity to the central of Melbourne city on Urban Heat Island (UHI) relative to Land Surface Temperature (LST). Ecological Engineering, v. 138, 2019, p. 374–390. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ecoleng.2019.07.034. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ecoleng.2019.07.034
HUANG, G.; CADENASSO, M. L. Pessoas, paisagem e ilha de calor urbana: dinâmica entre condições sociais da vizinhança, cobertura do solo e temperaturas da superfície. Paisagem Ecológica, v. 31, p. 2507–2515, 2016. DOI: https://doi.org/10.1007/s10980-016-0437-z. DOI: https://doi.org/10.1007/s10980-016-0437-z
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Operações censitárias. 2010. Disponível em: https://censo2010.ibge.gov.br/materiais/guia-do-censo/operacao-censitaria.html. Acesso em: 18 out. 2021.
Mapa da Desigualdade de São Paulo. Nossa Rede, 2022.
MENTASCHI, L. et al. Global long-term mapping of surface temperature shows intensified intra-city urban heat island extremes. Global Environmental Change, v. 72, 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.gloenvcha.2021.102441. DOI: https://doi.org/10.1016/j.gloenvcha.2021.102441
MIRANDA, M. J. et al. Associação espacial entre variáveis socioeconômicas e risco relativo de nascimentos pré-termo na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e na Área Metropolitana de Lisboa (AML). Saúde e Sociedade, v. 23, n. 4, 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-12902014000400002
MITCHELL, B. C.; CHAKRABORTY, J. Exploring the relationship between residential segregation and thermal inequity in 20 US cities. Local Environment, v. 23, n. 8, p. 796–813, 2018. DOI: https://doi.org/10.1080/13549839.2018.1474861
MITCHELL, B. C.; CHAKRABORTY, J. Landscapes of thermal inequity: Disproportionate exposure to urban heat in the three largest US cities. Environmental Research Letters, v. 10, n. 11, p. 115005, 2015. DOI: https://doi.org/10.1088/1748-9326/10/11/115005
MONTEIRO, C. A. F. Teoria e Clima Urbano. São Paulo: USP, 1976. Tese de Livre-docência – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas.
MUAZZAM, M. F. U. et al. Impact of urbanization on land surface temperature and surface urban heat island using optical remote sensing data: A case study of Jeju Island, Republic of Korea. Building and Environment, v. 222, 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.buildenv.2022.109368. DOI: https://doi.org/10.1016/j.buildenv.2022.109368
NUNES, P. Ilha de calor urbana. Porto Alegre: Faculdade Dom Bosco, 2008.
OKE, T. R. Boundary Layer Climates. 2. ed. London: Routledge, 2002. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203407219
PAPPALARDO, S. E. et al. Mapping urban heat islands and heat-related risk during heat waves from a climate justice perspective: a case study in the municipality of Padua (Italy). Landscape and Urban Planning, v. 238, 2023. DOI: https://doi.org/10.1016/j.landurbplan.2023.104831. DOI: https://doi.org/10.1016/j.landurbplan.2023.104831
RAMSAY, E. A. et al. Spatio-temporal development of the urban heat island in a socioeconomically diverse tropical city. Poluição Ambiental, v. 316, parte 1, 2023, 120443. DOI: https://doi.org/10.1016/j.envpol.2022.120443
RANGEL, M. E. S.; BARROZO, L. V. Estimador bayesiano empírico local em epidemiologia espacial de casos de hanseníase no Estado do Maranhão, Nordeste do Brasil. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, 17., 2015, João Pessoa. Anais [...]. São José dos Campos: INPE, 2015.
RESOLUÇÃO CONAMA n. 491, de 19 de novembro de 2018. Dispõe sobre padrões de qualidade do ar. Disponível em: http://conama.mma.gov.br/. Acesso em: 12 jan. 2021.
SAMUELS, M. I. et al. Climate vulnerability and risks to an indigenous community in the arid zone of South Africa. Journal of Arid Environments, v. 199, 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jaridenv.2022.104718. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jaridenv.2022.104718
SARRICOLEA, P. et al. Socioeconomic inequalities and the surface heat island distribution in Santiago, Chile. Science of The Total Environment, v. 832, 2022. DOI: https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2022.155152. DOI: https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2022.155152
VILA NOVA, R. A.; GONÇALVES, R. M.; LIMA, F. V. M. S. Análise temporal de ilhas de calor através da temperatura de superfície e do índice de vegetação em Recife-PE, Brasil. Revista Brasileira de Cartografia, v. 73, n. 2, p. 598–614, 2021. DOI: https://doi.org/10.14393/rbcv73n2-54522. DOI: https://doi.org/10.14393/rbcv73n2-54522
VORMITTAG, E. M. P. A. A.; CIRUEIRA, S. S. R.; SALDIVA, P. H. Análise do monitoramento da qualidade do ar no Brasil. Estudos Avançados, v. 35, n. 102, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/s0103-4014.2021.35102.002
YA NING, C. et al. Potential risks and challenges of climate change in the arid region of northwestern China. Regional Sustainability, v. 1, p. 20–30, 2020. DOI: https://doi.org/10.1016/j.regsus.2020.06.003
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A aprovação dos artigos implica a aceitação imediata e sem ônus de que a Revista Brasileira de Climatologia terá exclusividade na primeira publicação do artigo. Os autores continuarão, não obstante, a deter os direitos autorais. Os autores autorizam também que seus artigos sejam disponibilizados em todos os indexadores aos quais a revista está vinculada.
Os autores mantém seus direitos de publicação sem restrições
A Comissão Editorial não se responsabiliza pelos conceitos ou afirmações expressos nos trabalhos publicados, que são de inteira responsabilidade dos autores.
A Revista Brasileira de Climatologia oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o entendimento de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização do conhecimento e tende a produzir maior impacto dos artigos publicados. Os artigos publicados na revista são disponibilizados segundo a Licença Creative Commons CC-BY-NC 4.0 (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/). Segundo essa licença é permitido acessar, distribuir e reutilizar os artigos para fins não comerciais desde que citados os autores e a fonte. Ao submeter artigos à Revista Brasileira de Climatologia, os autores concordam em tornar seus textos legalmente disponíveis segundo essa licença

