Projeção do metANO (CH4) gerado em aterro sanitário com o uso da metodologia ACM0001

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55761/abclima.v35i20.18211

Palavras-chave:

Resíduos Sólidos, Biogás, Gases de Efeito Estufa, CO2 equivalente

Resumo

O estudo propôs realizar a estimativa do gás metano (CH4) gerado nas condições previamente conhecidas pela atividade de aterro sanitário sendo este o aterro sanitário localizado no município de Minas do Leão – Rio Grande do Sul (RS), Brasil. Os resultados compostos apresentam 322.844 t/CH4, e/ou 8.071.580 t/CO2e acumulados no cenário recomendado, e 215.231 t/CH4 e/ou 5.380.749 t/CO2e acumulados no cenário conservador entre o período de 2001 a 2021. Foi empregado a metodologia de projetos de créditos de carbono para aterros sanitários ACM0001: Queima ou uso de gás de aterro. Outros resultados também foram produzidos, como a projeção de CH4 e CO2e até o ano de 2030, consonante aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, o CH4 produzido por tipo de resíduos, além do CH4 convertido para unidade volumétrica de Nm³ para comparação com o biogás. Os valores indicaram que a fração de resíduos de alimentos é a maior produtora de CH4. Via de regra, o metano em aterros sanitários varia de 45-60%. A presença de CH4 no biogás pode oscilar entre 45-81% considerando os limites de cada cenário apresentado.

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Biografia do Autor

Ricardo de Carly Luz Andreazza, Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sustentabilidade (PPGAS), Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs)

Mestrando em Ambiente e Sustentabilidade pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (2020-2022). Aperfeiçoamento em Biogás na agroindústria pelo CIBIOGÁS (2021-2022). Graduado em Tecnologia em Gestão Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande (2012-2017). Participou de projetos nas áreas de ensino e extensão, atuando como voluntário e bolsista de Iniciação Científica. É proprietário da empresa Repense Gestão de Resíduos, com atuação em licenciamento ambiental e gerenciamento de resíduos sólidos em condomínios residenciais. Foi suplente e representante de Associações Comunitárias, no Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria (2018). Também teve atuação no âmbito municipal com os órgãos públicos, na Secretária de Comércio e Infraestrutura, Departamento de Meio Ambiente e Poder Público Judiciário. É membro pesquisador do Grupo de Pesquisa UERGS/CNPq Políticas, Gestão Pública e Desenvolvimento (PGPD). Tem experiência com projetos ambientais frente aos temas de Licenciamento Ambiental, Resíduos Sólidos, Economia Circular, Empreendimentos Econômicos Solidários, Educação Ambiental e Gestão Pública. Linhas de pesquisa: Gestão Ambiental, Gases de Efeito Estufa, Mudanças Climáticas, Resíduos Sólidos, Biogás, Gestão Pública e Sustentabilidade.

Daniela Mueller de Lara, Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sustentabilidade (PPGAS), Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs)

Doutora em Ambiente e Desenvolvimento, com realização de estágio de doutoramento sanduíche no Senckenberg Forschungsinstitut und Naturmuseum, em Frankfurt am Main, Alemanha, no âmbito do Programa Pesquisador Visitante Especial PPVEs (CAPES). Realizou pós-doutorado na mesma linha de pesquisa de seu doutorado. Atualmente, é professora permanente do Mestrado Profissional em Ambiente e Sustentabilidade (PPGAS - Uergs). É cedida para a Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul (SEMA-RS), onde coordena atividades vinculadas às mudanças climáticas.Possui graduação em Engenharia Ambiental pela Universidade de Santa Cruz do Sul (2009), e mestrado em Sistemas e Processos Industriais pela mesma universidade (2012), com bolsa PROSUP/CAPES de dedicação exclusiva. Além disso, tem pós-graduações em Engenharia de Segurança do Trabalho, Direito Ambiental, Metodologia do Ensino na Educação Superior, Auditoria e Perícia Ambiental, e curso técnico em Tratamento de Resíduos Industriais.Entre 2018 e 2022, coordenou a área das Ciências da Vida e Meio Ambiente da Uergs e atuou como Editora da Revista Eletrônica da Uergs entre 2017 e 2023.Tem experiência em resíduos sólidos, auditorias ambientais, tratamento de efluentes e mudanças climáticas, com interesses nas áreas de resiliência climática, inovação para adaptação e mitigação das mudanças climáticas, gestão de resíduos, sustentabilidade ambiental, desenvolvimento e implementação de políticas públicas para enfrentar as mudanças climáticas, tecnologias de baixo carbono, análise de vulnerabilidade climática, estratégias de descarbonização, práticas agrícolas e industriais sustentáveis.Atualmente também compõe o Comitê Científico de Adaptação e Resiliência Climática do Plano Rio Grande.

Marc François Richter, Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Sustentabilidade (PPGAS), Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs)

Possui Graduação em Química pela Albert-Ludwigs Universität Freiburg na Alemanha (1990) e Doutorado em Bioquímica (1995) na mesma universidade. Depois do primeiro Pós-Doutorado no Institut Pasteur na França (1995-1997), chegou ao Brasil, onde atuou, durante dois anos (como pesquisador visitante do CNPq) no Centro de Biotecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). De 2000 a 2003 trabalhou junto ao Centro Integrado do Câncer (ULBRA) e a Fundação Sul-Americana para o Desenvolvimento de Drogas Anti-câncer (Fundação SOAD). Atuou também como Orientador de Mestrado durante os anos 2006 a 2010 no Programa de Pós-Graduação em Genética e Toxicologia Aplicada (PPGGTA da ULBRA). Atualmente, atua como professor adjunto na Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) do qual é professor adjunto desde 2003. No período de 2003 a 2010 era Assessor do Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Uergs. De Fevereiro de 2010 a Novembro de 2014, atuava na função de Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação. De 2004 a julho de 2014 foi responsável pela mobilidade acadêmica internacional, incluindo o Programa Ciência sem Fronteiras (CsF) na Uergs. Também era representante institucional junto ao FOPROP (Fórum dos Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação) no mesmo período. De 2010 a 2014 foi o responsável institucional no FORTEC (Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia) e na Rede Gaúcha de Propriedade Intelectual. De Janeiro de 2012 a dezembro de 2015, era Membro do Conselho de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Inovação e Desenvolvimento tecnológico do Estado do RS (SCIT-RS). De agosto de 2015 a junho de 2016 trabalhou na função de Diretor executivo da Fundação de Ciência e Tecnologia (CIENTEC) do Estado do Rio Grande do Sul. De junho de 2016 a março de 2018 exerceu a função de Presidente da CIENTEC (de junho de 2016 a março de 2018). Desde março de 2018 está lecionando e atuando em projetos de pesquisa e de extensão nas áreas da Gestão Ambiental, Sustentabilidade, ESG, Ciência de Alimentos. É membro do Conselho do Núcleo de Inovação Tecnológico - NITUergs. Desde 2019 está atuando como professor-orientador nos seguintes dois Mestrados profissionais: 1) Ambiente e Sustentabilidade (PPGAS-Uergs); e 2) Ciência e Tecnologia de Alimentos, orientando e lecionando (PPGCTA-Uergs). É editor chefe do Blog REPENSE, que realiza divulgação e conscientização de assuntos ligadas a sustentabilidade e os cuidados com o meio ambiente.

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Publicado

08-11-2024

Como Citar

Andreazza, R. de C. L., Lara, D. M. de, & Richter, M. F. (2024). Projeção do metANO (CH4) gerado em aterro sanitário com o uso da metodologia ACM0001 . Revista Brasileira De Climatologia, 35(20), 504–528. https://doi.org/10.55761/abclima.v35i20.18211

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Artigos