Avaliação microclimática, termo higrométrica e das ilhas de calor na cidade de Cuiabá-MT/Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55761/abclima.v30i18.14683

Palavras-chave:

Altas temperaturas. Aquecimento urbano. Superficies impermeáveis.

Resumo

A crescente urbanização dos últimos tempos, evidencia a importância da realização de trabalhos referentes ao clima urbano. Assim, o objetivo foi avaliar as condições microclimáticas, termo higrométricas e de ilhas de calor em Cuiabá-MT. Durante novembro de 2017 a outubro de 2018, utilizou-se os dados das estações do INMET e do Aeroporto Internacional Marechal Rondon, além dos dados termo higrométricos que foram coletados por transecto móvel, através de um sensor conectado na lateral de um veículo automotor. Com o início sempre às 20h00 local, o transecto móvel passou por dezesseis pontos, sendo finalizado em um prazo de 1h00. A caracterização microclimática representou o clima característico de Cuiabá, com temperatura do ar variando de 22,86 a 27,89°C em junho e setembro, respectivamente e, a umidade relativa do ar variando de 49,23 a 79,06% em setembro e fevereiro, respectivamente. A precipitação máxima ocorreu em fevereiro, com 321,96 mm, a direção dos ventos foi predominantemente norte e noroeste e a velocidade dos ventos não ultrapassou 3,61 m.s-1. A caracterização termo higrométrica mostrou-se adequada e foi validada, demonstrando que a forma de ocupação do solo urbano é um fator determinante na modificação do comportamento termo higrométrico. Quanto às ilhas de calor, no período quente-úmido a magnitude variou de fraca a moderada, com diferença de até 2,66°C e no período quente-seco variou de fraca a forte, com diferença de até 4,38°C. Considera-se que o presente estudo possa contribuir para o meio cientifico e para os gestores públicos, permitindo um melhor entendimento das variações microclimáticas e termo higrométricas de Cuiabá, principalmente nas áreas de expansão, possibilitando a avaliação da influência das anomalias termo higrométricas existentes nas áreas urbanas consolidadas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Juliana Queiroz Borges de Magalhães Chegury , Faculdade de Engenharia – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Arquiteta e Urbanista (Universidade de Uberaba, 2000). Mestre em Engenharia Urbana pela Universidade Fedral de São Carlos (UFSCar). Doutora em Física Ambiental pela Universidade Federal de Mato Grosso (2019). Atualmente é Professora Adjunto II na Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT, na Faculdade de Engenharia do Campus de Várzea Grande, curso de Engenharia de Transportes. Atividades de pesquisas nas áreas de análise microclimática de sistemas urbanos, clima urbano, mobilidade urbana, urbanismo, saneamento ambiental e tecnologia de materiais. Atualmente é Coordenadora do curso de Engenharia de Transportes na UFMT.

Ana Clara Alves Justi , Programa de Pós Graduação em Física Ambiental - Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Possui graduação em Saneamento Ambiental pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (2013), especialização em Biocombustíveis pela pela Universidade Federal de São Carlos (2015) e mestrado em Engenharia Química também pela Universidade Federal de São Carlos (2017). Atualmente é aluna de doutorado do Programa de Pós-graduação em Física Ambiental pela Universidade Federal de Mato Grosso. Tem experiência na área de controle ambiental, com ênfase em: poluição atmosférica; monitoramento da qualidade do ar de ambientes internos e externos; tratamento de efluentes gasosos e líquidos; microbiologia ambiental e conforto térmico.

Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira , Programa de Pós Graduação em Física Ambiental - Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Graduada em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Mato Grosso (1988), Mestrado em Arquitetura e Urbanismo na área de Tecnologia do Ambiente Construído pela Escola de Engenharia de São Carlos/ USP (1991) e Doutorado em Engenharia Civil pela Escola de Engenharia de São Carlos/ USP (1996). Atualmente sou Professora Titular (2014) do Departamento de Arquitetura e Urbanismo/ FAET/ UFMT. Diretora da Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia/ FAET/ UFMT (2005-2009), Chefe de Departamento de Arquitetura e Urbanismo (2000-2004). Coordenadora do Doutorado Interisntitucional DINTER (2010-2014) entre a UFMT (Receptora), UNEMAT (Associada) e UFRJ/ PROURB (Ofertante). Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Tecnologia e Arquitetura Ambiental. Credenciada ao Programa de Pós-graduação em Física Ambiental em nível de Mestrado e Doutorado/ PPGFA/ UFMT como professora/ orientadora. Atualmente desenvolve pesquisas em Conforto Ambiental com enfoque em: conforto térmico e clima urbano, geometria urbana, ilha de calor, impacto da vegetação e do adensamento nos microclimas urbanos, bioclimatologia. Revisora ad-hoc de diversas revistas científicas nacionais e internacionais e tem cooperação California State University, San Marcos.

Referências

ALVES, E. D. L.; BIUDES, M. S. Padrões da temperatura do ar e da umidade relativa: Estudo de caso no campus de Cuiabá da Universidade Federal de Mato Grosso. Boletim Geográfico da UEM. Maringá, v. 30, n. 3, p. 5-16, 2012.

CAMPELO, JR. J. H.; CASEIRO, F. T.; FILHO, N. P.; BELLO, G. A. C.; MAITELLI, G. T.; ZANPARONI, C. A. G. P. Caracterização macroclimática de Cuiabá. In. ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS SOBRE O MEIO AMBIENTE, 7., 1991, Londrina, Anais... Londrina, v.1.

CARPIO, M.; GONZÁLEZ, A.; GONZÁLEZ, M.; VERICHEV, K. Influence of pavements on the urban heat island phenomenon: A scientific evolution analysis. Energy and Buildings, v. 226, 2020.

CHEGURY, J. Q. B. M. Análise da variação termo-higrométrica e das ilhas de calor em Cuiabá – MT. 2019. Tese (Doutorado em Física Ambiental), Instituto de Física, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2019. Disponível em: https://pgfa.ufmt.br/index.php/br/informacoes/corpo-discente/doutorado. Acesso em: 25 de jan de 2020.

CORREA, A. P. A.; QUEIROZ, E.; TREVISAN, N. Teste do qui-quadrado, 2020. Disponível em: http://www.leg.ufpr.br/lib/exe/fetch.php/disciplinas:ce001:teste_do_qui-quadrado.pdf. Acesso em 15 jan. 2020.

CUIABÁ. Prefeitura Municipal de Cuiabá. Evolução Urbana de Cuiabá. IPDU – Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano. Cuiabá, 2010

FERREIRA, L. de F.; CARRILHO, S. T.; MENDES, P. C. Áreas verdes urbanas: uma contribuição aos estudos das ilhas de frescor. Brazilian Geographical Journal: Geosciences and Humanities research medium, Ituiutaba, v. 6, n. 2, p. 101-120, jul./dez. 2015.

FIALHO, E. S. Ilha de calor: reflexões acerca de um conceito. Revista Acta Geográfica, Boa Vista, Edição Especial. Climatologia Geográfica, p. 61-76, 2012.

GARCÍA, F. F. Manual de climatologia aplicada: clima, meio ambiente e planejamento. Madrid: Editorial Sintesis, 1996.

GHADBAN, M.; BAAYOUN, A.; LAKKIS, I.; NAJEM, S.; SALIBA, N. A.; SHIHADEH, A. A novel method to improve temperature forecast in data-scarce urban environments with application to the Urban Heat Island in Beirut. Urban Climate, v. 33, 100648, 2020.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Cidades e Estados. 2018. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/mt/cuiaba.html. Acesso em: 03 jan. de 2020.

INMET - Instituto Nacional De Meteorologia. Normais Climatológicas do Brasil. Disponível em: http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=clima/normaisclimatologicas. Acesso em: 02 de out. de 2019.

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. 2020. Disponível em: http://sonda.ccst.inpe.br/estacoes/cuiaba_clima.html. Acesso em: 25 de julho de 2020.

KOTHARKAR, R.; RAMESH, A.; BAGADE A. Urban Heat Island studies in South Asia: A critical review. Urban Climate, 2018.

LIU, W.; HAN, Y.; LI, J.; TIAN, X. & LIU, Y. Factors affecting relative humidity and its relationship with the long-term variation of fog-haze events in the Yangtze River Delta. Atmospheric Environment, v. 193, p. 242-250, nov. 2018.

LIU, Y.; LI, Q.; MU, K.; ZHANG, M.; LIU, J. Urban heat island effects of various urban morphologies under regional climate conditions. Science of the total environment, v. 743, 140589, 2020.

MACHADO, N. G.; BIUDES, M. S.; QUERINO, C. A. S.; DANELICHEN, V. H. M.; VELASQUE, M. C. S. Seasonal and interannual pattern of meteorological variables in Cuiabá, Mato Grosso State, Brazil. Revista Brasileira de Geofísica. v. 33, p. 477- 488, 2015.

MACIEL, C. R.; LUZ, V. S.; SANTOS, F. M. M.; NOGUEIRA, M. C. J. A.; NOGUEIRA, J. S. Interação das Variáveis Microclimáticas e Cobertura do Solo em Região Urbana e Limítrofe-Urbana na Cidade de Cuiabá/MT. Caminhos de Geografia (Revista Online). v. 15, n. 51, p. 199–215, Setembro, 2014.

MIHALAKAKOU, G.; SANTAMOURIS, M.; ASIMAKOPOULOS, D. Modeling ambient air temperature time series using neural networks. Journal of Geophysical Research D: Atmospheres, v.103, n. 16, p. 19509-19517, 1998.

NAKATA-OSAKI, C. M.; SOUZA, L. C. L. de; RODRIGUES, D. S. Impacto da geometria do cânion urbano na intensidade de ilha de calor noturna: análise através de um modelo simplificado adaptado a um SIG. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 16, n. 3, p. 73-87, jul./set. 2016.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DAS NAÇÕES UNIDAS. População mundial continua a aumentar, mas crescimento é desigual. ONU News, 2019. Disponível em:https://news.un.org/pt/tags/populacao-mundial. Acesso em: 20 de jul de 2019.

PAULA, D. C. J. Análise termohigrométrica pós intervenções urbanas em Cuiabá-MT. 2017. Dissertação (Mestrado em Física Ambiental), Instituto de Física, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2017. Disponível em: https://pgfa.ufmt.br/index.php/br/informacoes/corpo-discente/doutorado. Acesso em: 20 de out. de 2019.

OKE, T. R. City size and the urban heat island. Atmospheric Environment, v. 7, n. 8, p. 769-779, 1973.

OKE, T. R. Siting and exposure of meteorological instruments at urban sites. In: Air Pollution Modeling and its Application XVII. Borrego, C. and A. L. Norman (eds), Springer, 2004.

OKE, T. R. The energetic basis of the urban heat island. Quarterly Journal of the Royal Meteorological Society, v. 108, n. 455, p. 1-24, 1982.

OLIVEIRA, A. S. Influência da vegetação arbórea no microclima e uso de praças públicas. Cuiabá, 2011. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em Física Ambiental, Universidade Federal de Mato Grosso, 2011. Disponível em: https://pgfa.ufmt.br/index.php/br/informacoes/corpo-discente/doutorado. Acesso em 14 de set. de 2019.

QUERINO, C. A. S.; MOURA, M. A. L.; QUERINO, J. K. A. S.; VON RADOW, C.; MARQUES FILHO, A. O. Estudo da radiação solar global e do índice de transmissividade (Kt), externo e interno, em uma floresta de mangue em Alagoas – Brasil. Revista Brasileira de Meteorologia, v. 26, n. 2, p. 204-294, 2011.

ROCHA, A. D. Espectro cruzado e coerência wavelet: um estudo de variáveis micrometeorológicas em frações urbanas na cidade de Cuiabá, MT. 2018. Tese (Doutorado em Física Ambiental), Instituto de Física, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2018. Disponível em: https://pgfa.ufmt.br/index.php/br/informacoes/corpo-discente/doutorado. Acesso em: 14 de set. de 2019.

SANTAMOURIS, M. Analyzing the heat island magnitude and characteristics in one hundred Asian and Australian cities and regions. Science of the total Environment, v. 512-513, p. 582-598, 2015.

SANTAMOURIS, M. CARTALIS, C. SYNNEFA, A.; KOLOKOTSA, D. On the impact of urban heat island and global warming on the power demand and electricity consumption of buildings—a review. Energy and Buildings, v. 98, p. 119-124, 2015.

SANTAMOURIS, M. Cooling the buildings – past, present and future. Energy and Buildings, v. 128, p. 617-638, 2016.

SANTAMOURIS, M.; HADDAD, S.; SALIARI, M.; VASILAKOPOULOU, K.; SYNNEFA, A.; PAOLINI, R.; ULPIANI, G.; GARSHASBI, S.; FIORITO, F. On the energy impact of urban heat island in Sydney: climate and energy potential of mitigation technologies. Energy and Buildings, v. 166, p. 154-164, 2018.

SANTAMOURIS, M. Recent progress on urban overheating and heat island research. Integrated assessment of the energy, environmental, vulnerability and health impact. Synergies with the global climate change. Energy and Buildings, v. 207, 109482, 2020.

SANTOS, F. M. de M. Influência da Ocupação do Solo na variação termohigrométrica na cidade de Cuiabá-MT. Cuiabá, 2012. Tese (Doutorado em Física Ambiental) – Instituto de Física, Universidade Federal de Mato Grosso, 2012. Disponível em: https://pgfa.ufmt.br/index.php/br/informacoes/corpo-discente/doutorado. Acesso em: 5 de jul de 2020.

ULPIANI, G. On the linkage between urban heat island and urban pollution island: Three-decade literature review towards a conceptual framework. Science of the total environment, v. 751, 141727, 2021.

VAILSHERY, L. S.; JAGANMOHAN, M.; NEGENDRA, H. Effect of street trees on microclimate and air pollution in a tropical city. Urban Forestry & Urban Greening, v. 12, n. 3, p. 408-415, 2013.

VIDE, J. M.; GARCIA, M. C. M. Probability values for the intensity of Barcelona's urban heat island (Spain). Atmospheric Research, v. 240, 104877, 2020.

YAMAMOTO, J. K.; LANDIM, P. M. B. Geoestatística: Conceitos e aplicações. 1. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2015.

ZAK, M.; NITA, I.; DUMITRESCU, A.; CHEVAL, S. Influence of synoptic scale atmospheric circulation on the development of urban heat island in Prague and Bucharest. Urban Climate, v. 34, 100681, 2020.

Downloads

Publicado

16-02-2022

Como Citar

Queiroz Borges de Magalhães Chegury , J., Alves Justi , A. C., & de Jesus Albuquerque Nogueira , M. C. . (2022). Avaliação microclimática, termo higrométrica e das ilhas de calor na cidade de Cuiabá-MT/Brasil. Revista Brasileira De Climatologia, 30(18), 69–91. https://doi.org/10.55761/abclima.v30i18.14683

Edição

Seção

Artigos