PREDITORES DO ESTIGMA DO AUTISMO EM UMA AMOSTRA BRASILEIRA DE ESTUDANTES
UM ESTUDO QUANTITATIVO
DOI :
https://doi.org/10.30612/revpsi.v2i1.18620Mots-clés :
Análise, Estigma, Autismo, PreditoresRésumé
O estigma é um fenômeno complexo que envolve preconceito, exclusão e estereótipos negativos. Os estigmas afetam indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e suas famílias, o que pode levar a uma diminuição na qualidade de vida, bem como na saúde mental. O objetivo geral deste estudo é investigar os preditores que podem influenciar o estigma público, o autoestigma e o estigma associado em uma amostra brasileira. Este é um estudo exploratório e quantitativo, parte de um projeto maior sobre neurodiversidade, estigma e autismo. A amostra consistiu em 532 participantes. Questionários foram utilizados para coletar dados sociodemográficos e medir atitudes em relação ao autismo. A análise dos dados incluiu estatísticas descritivas, diferenciação da média do grupo e regressão múltipla. Os resultados foram analisados utilizando modelos lineares generalizados, com as variáveis independentes sendo educação formal sobre pessoas com deficiência e inclusão e também a categoria do grupo ([1] participantes autistas, [2] tem um membro da família ou amigo autista, [3] não conhece nenhuma pessoa autista), e a variável dependente sendo a média das atitudes em relação ao autismo na escala de estigma. Os resultados indicaram que frequentar aulas relacionadas ao autismo e inclusão não teve efeito significativo nos escores na escala de estigma, e além disso, a média de cada grupo em relação à escala de estigma não apresentou diferenças significativas entre eles. Como limitação, destacamos que a forma como as informações foram coletadas (online e por autorrelato), a natureza dos instrumentos e o tamanho da amostra desproporcional entre os grupos devem ter influenciado a baixa potência observada na análise, esses aspectos podem ser revisitados e melhor explorados em estudos futuros.
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