Território, etnicidade terena e a festa de São Sebastião – terra indígena Buriti, Mato Grosso do Sul.

Autores

  • Rafael Allen PPGAnt/UFGD

DOI:

https://doi.org/10.30612/nty.v6i9.9526

Palavras-chave:

Terena de buriti. São Sebastião. Etnicidade.

Resumo

Este artigo esta relacionado em registrar a história e a memória dos terena da terra indígena buriti sobre seu próprio território. Através dos diálogos transcritos neste trabalho, percebe- se que é inevitável não recorrer até o recorte temporal da Guerra do Paraguai (1864- 1870); também abordarei o processo de territorialização vividos pelos terena de buriti, a reelaboração da identidade étnica pelo grupo e também a festa de são sebastião como um importante evento social que proporciona a atualização de alianças entre os terena de buriti com outros grupos étnicos. Para os terena da aldeia buriti, comemorar e homenagear são sebastião é parte de sua identidade étnica, posto que se consideram católicos; bem como também celebram o oheokotí, cerimonia tradicional terena. Através da perspectiva da festa de são sebastião e suas implicações este artigo possui foco central na etnicidade terena e seu território.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ACÇOLINI, G. 2015. Protestantismo à moda Terena. Dourados, MS:Ed. UFGD.

ALBERT, B. 2002. O ouro e a queda do céu. Uma critica xamanica da economia politica da natureza (Yanomami). In: Pacificando o Branco, A. Rita. São Paulo: Editora UNESP: Imprensa Oficial do Estado.

ALCANTARA OLIVEIRA, E. 2013. História dos Terena da Aldeia Buriti: memória, rituais, educação e luta pela terra. Dissertação de Mestrado em História – UFGD, Dourados.

ALMEIDA, C.P. Dinâmicas familiares, fluxos de pessoas e história em aldeias Terena. Dissertação de mestrado – UNB, 2013.

ALTENFELDER SILVA, F. “Mudança Cultural dos Terêna”. Revista do Museu Paulista,n.s.,v.3, São Paulo, 1949.

ALTENFELDER SILVA, F. Religião Terêna. In: Schaden,E. (org.) Leitura de Etnografia Brasileira. São Paulo, Cia. Ed.Nacional,1976.p.268-276.

BARTH, F. 2000. O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Org. TomkeLaske- Tradução de John Cunha Comerford. RJ: Contra Capa Livraria.

BELAUNDE, Luisa Elvira. 2006. “A força dos pensamentos, o fedor do sangue. Hematologia e gênero na Amazônia”. Revista de Antropologia, USP.

BELAUNDE, Luisa Elvira. 2015. “O estudo das sexualidades na etnologia.” In Cadernos de campo, São Paulo, n.24 p. 399-411. 2015.

BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CARNEIRO, A. 2015-a. “O sistema da mexida de cozinha”. In: Comerfor, Carneiro e Dainese. (orgs.). Giros etnográficos em Minas Gerais: conflito, casa, comida, prosa,festa, política e o diabo. Rio de Janeiro: 7Letras.

CARDOSO DE OLIVEIRA, R. 1976. Do índio ao bugre: o processo de assimilação dos Terena. 2ª ed.revista. Rio de Janeiro, Livraria Francisco Alves.

CARDOSO DE OLIVEIRA, R. 1991. Introdução – Leitura de Rivers. In: CARDOSO DE OLIVEIRA, R. (Org.). Antropologia de Rivers. Tradução de Gilda Cardoso de Oliveira e Sonia Bloomfield Ramagem. Campinas, Editora Unicamp, p.7-48.

CARDOSO DE OLIVEIRA, R. 2000. O trabalho do antropólogo. 2ª ed. São Paulo, UNESP.

CARDOSO DE OLIVEIRA, R. 2002. Os diários e suas margens: viagem aos territórios Terêna e Tükúna. Brasília, Editora UnB.

CARVALHO, S. M. S. et al. 2001. Bibliografia crítica dos povos Aruák do Mato Grosso do Sul e do Grande Chaco. São Paulo, Terceira Margem.

CARVALHO,S.M.S. Chaco: encruzilhada de povos e ‘melting por’ cultural, suas relações com a Bacia do Paraná e o sul-mato-grossense. In: CUNHA, Manuela C. (Org). História dos índios no Brasil. São Paulo: Cia das Letras, FAPESP e S.M.C./SP, 1992, p. 457-474.

CAVALCANTE, T. L. V. 2011. “Etno-história e história indígena: questões sobre conceitos, métodos e relevância da pesquisa.” História, São Paulo, 30 (1): 349-371.

CUNHA, M. C. da 2009. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify.

DAINESE, G. e SERAGUZA, L. “Sobre gêneros, arte, sexualidade e a falibilidade destes e de outros conceitos” Revista Ñanduty, 2016.

DEBERT, G. G. 1983. Problemas relativos à utilização de histórias de vida e história oral. In: CARDOSO, Ruth (Org.). Aventura antropológica. Rio de Janeiro, Paz e Terra, p.141-156.

EREMITES DE OLIVEIRA, J. & PEREIRA, L. M. 2007. “Duas no pé e uma na bunda”: da participação terena na guerra entre o Paraguai e a Tríplice Aliança à luta pela ampliação de limites da Terra Indígena Buriti. História em Reflexão, Dourados, 1(2):1-20.

EREMITES DE OLIVEIRA, J. & PEREIRA, L. M. 2012. Terra Indígena Buriti: perícia antropológica, arqueológica e histórica sobre uma terra terena na Serra de Maracaju, Mato Grosso do Sul. Dourados,Editora UFGD.

EVANS-PRITCHARD, E. E. Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande; edição resumida e introdução, Eva Gillies; tradução Eduardo Viveiros de Castro.- Rio de Janeiro: Zahar, 2005.

FAVRET-SAADA, J. Ser afetado (tradução de Paula de Siqueira Lopes). Cadernos de Campo, n. 13, p. 155-161, 2005.

GEERTZ, C. A interpretação das Culturas. 1.ed. [Reimp.]. RJ LTC, 2013.

GEERTZ, C. Obras e Vidas: o antropólogo como autor. 2 ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2005.

GOLDMAN, M.; VIVEIROS DE CASTRO, E. Abaeté, rede de antropologia simétrica. Cadernos de Campo, n. 14/15, p. 177-190, 2006. (Entrevista concedida a Aristóteles Barcelos Neto, Danilo Ramos, Maíra Santi Bühler, Renato Sztutman, Stelio Marras e Valéria Macedo).

INGOLD, T. “Trazendo as coisas de volta à vida: Emaranhados criativos num mundo de materiais. Horizontes Antropológicos”, Porto Alegre, ano 18, n. 37, p. 25-44, jan./jun. 2012.

LEVI-STRAUSS, C. O cru e o cozido: Mitológicas. São Paulo: Brasiliense, 1991.

LEVI-STRAUSS, C. As estruturas elementares do parentesco. Petrópolis: Ed. Vozes, 1982 [1969].

LEVI-STRAUSS, C. Tristes trópicos. São Paulo: Cia das Letras, 1° reimpressão, 1998.

MALINOWSKI, B. 1984 [1922].Argonautas do Pacífico ocidental: um relato do empreendimento e da aventura dos nativos nos arquipélagos da Nova Guiné Melanésia. Tradução de A. P. Carr& L. A. C.Mendonça. 3ª ed. São Paulo, Abril Cultural.

MAYBURY-LEWIS, D. O selvagem e o inocente. Tradução Mariza Corrêa. Editora UNICAMP, 1990.

MAUSS, M. Sociologia e antropologia, introdução por Claude Lévi-Strauss. Tradução: Paulo Neves. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

OLIVEIRA L .C. Festa de Santos Reis: Patrimônio Imaterial de São Sebastião do Paraíso–Minas Gerais. 2015. PUC-SP. Dissertação apresentada no Programa de Historia Social.

PANET, Rose-France. “I mã a kupên prâm!”: prazer e sexualidade entre os Canela. São Luís, Maranhão, 2010. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Maranhão.

PACHECO DE OLIVEIRA, J. 1998. Uma etnologia dos “índios misturados”? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais. Mana, São Paulo, 4(1):47-77.

PACHECO DE OLIVEIRA, J. 1999. Ensaios em antropologia histórica. Prefácio de Roberto C. de Oliveira. Rio de Janeiro, Editora UFRJ.

PEREIRA, L. M. 2008. Os Terena de Buriti: formas organizacionais, territorialização e representação da identidade étnica. Apresentação de Jorge Eremites de Oliveira. Dourados, Editora UFGD.

SALHINS, M. Ilhas de história. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1990.

SALHINS, M. O “pessimismo sentimental” e a experiência etnográfica: por que a cultura não é um “objeto” em via de extinção (parte I e II). Mana Estudos de Antropologia Social – Revista do Programa de Pós Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. UFRJ,v.3, n.1 e2.1997.

SANTOS, M. R., PEDRO. J. M. E RIAL, C. “Novas práticas corporais no espaço doméstico: a domesticidade pop na revista Casa e Jardim durante os anos 1970” Copyright, 2012. By Revista Estudos feministas.

SCHNEIDER, D. M. Parentesco americano: uma exposição cultural; tradução de Fábio Ribeiro.- Petropólis, RJ. Vozes, 2016. - (coleção Antropologia).

STRATHERN, M. “Entre uma melanesianista e uma feminista”. In: Cadernos Pagu (8/9) 1997:pp.7-49.

STRATHERN, M. O Gênero da Dádiva. 1ª Ed., Apresentação de Adriana Piscitelli. Tradução de André Villa Lobos. Campinas/SP: Editora Unicamp, 2006.

SERAGUZA, L. 2016. Aty Guasu Kuña – sexualidade e relações de gênero entre os Kaiowa e Guarani. No prelo. 2016.

WOORTMANN, K. 1985. A comida, a família e a construção do gênero feminino. Série Antropologia, UnB, Brasília.

Downloads

Publicado

2018-12-11

Como Citar

Allen, R. (2018). Território, etnicidade terena e a festa de São Sebastião – terra indígena Buriti, Mato Grosso do Sul. Revista Ñanduty, 6(9), 161–188. https://doi.org/10.30612/nty.v6i9.9526