O gênero contra a parede: a intersexualidade como ferramenta de análise de saberes médico-científicos
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v12i20.19529Palavras-chave:
Intersexo, Gênero, Binarismo, SexualidadeResumo
Neste artigo, refletimos sobre os modos pelos quais a intersexualidade é
constituída por certos regimes discursivos neoconservadores em termos de políticas morais,
como corpos violáveis a partir de uma estrutura colonial pautada no paradigma da diferença
sexual e da patologização. Tecemos críticas aos saberes da medicina e do direito no que
tange à intersexualidade, tendo em vista que, historicamente, exerceram e exercem práticas
de violências na medida em que buscam “normalizar” os corpos intersexos na lógica da matriz
de inteligibilidade binária. O controle de corpos intersexos e as formas de investimentos
morais e psicopatológicos se estabilizam não apenas em uma política moral, como também
em um arranjo neoliberal que sustenta o envergamento da moralidade como uma dimensão
individual. Lidamos com autoras e autores da perspectiva pós-estruturalista e contracoloniais,
sobretudo da teoria queer, bem como com narrativas literárias de ficção científica, como uma
aposta para um processo de subversão da modalidade de poder binária do sistema
sexo/gênero. A literatura nos possibilitou pensar, juntos/as de Paul Preciado, sobre a
necessidade de um contrato contrassexual como aposta na invenção de outras ontologias.
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