O desastre e a feitiçaria: refletindo a incidência da devastação capitalista a partir dos Kaiowá e Guarani
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v12i20.19516Palavras-chave:
Neoliberalismo, Capitalismo, Antropologia da Política, Antropologia Reversa, FeitiçariaResumo
A intenção do presente artigo é colocar em perspectiva as noções de
“Capitalismo de Desastre” (Klein, 2007), “Feitiçaria Capitalista” (Stengers & Pignarre, 2018)
com a noção desenvolvida por mim junto aos Kaiowá e Guarani, durante a minha pesquisa
de mestrado (Octaviano, 2024), que versa sobre as violências promovidas pela ocupação
colonial do modo de vida dos brancos – Karaí Reko Kuera, traduzida por ara piraguai que
pode ser entendida como uma forma de feitiçaria dos brancos- os karaí contra os modos de
existência Kaiowá e Guarani em Mato Grosso do Sul. Tais conceitos de desastre e feitiçaria
capitalistas estão inscritos sob a insígnia de um projeto de gestão do capitalismo pretendido
por uma suposta “racionalidade neoliberal” (Dardot & Laval, 2018) que define as agendas do
capitalismo periférico brasileiro, marcado majoritariamente pela exportação de commodities,
que incide violentamente sobre os territórios Kaiowá e Guarani em Mato Grosso do Sul,
provocando profundas alterações nas paisagens sociocosmológicas destes povos. Portanto,
viso refletir os efeitos desse capitalismo feiticeiro e, ao mesmo período, de desastre,
visualizados pelo ato recursivo supostamente racional da governamentalidade neoliberal
(Foucault, 2004) sobre os Kaiowá e Guarani, e suas formas de ação política por
reconhecimento (Honneth, 2003).
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