Vida pouquinha: percepções em saúde mental na atenção primária
DOI:
https://doi.org/10.30612/nty.v12i20.19515Palavras-chave:
Saúde Mental, Neoliberalismo, Saúde PúblicaResumo
Abordando a fala de profissionais da atenção primária à saúde em torno das
queixas relativas à saúde mental que chegam aos consultórios, este artigo busca demonstrar
como a gramática do sofrimento mental e a visão neoliberal de sujeito impregnam as
possibilidades da assistência em saúde. Considerando os efeitos da visão dos profissionais e
das políticas de saúde na (des)legitimação do sofrimento mental dos pacientes, indico como
separação da dimensão social em relação à experiência dos sujeitos atendidos na atenção
primária interfere nas possibilidades do relatar a si mesmo, produzindo separações entre vidas
ansiosas e vidas pequenas, atravessados por marcadores sociais relatados ou não. Por fim,
considera-se a emergência do tema da saúde mental no campo de pesquisa como sintoma
do mal-estar vinculado à expansão do neoliberalismo tanto no campo do financiamento,
quanto na compreensão dos sujeitos, sejam profissionais ou pacientes no campo da saúde
pública.
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