China, Estados Unidos e Brasil: um olhar sobre os impactos sino-estadunidenses no meio ambiente brasileiro (2012-2022)

Resumo

A questão ambiental passou a ser incorporada às discussões internacionais a partir da década de 1970, e desde então, por meio da intensificação das mudanças climáticas, tem se constituído como uma das agendas centrais na arena internacional. Diversas perspectivas teóricas foram produzidas visando instituir mecanismos de governança ou uma espécie de gestão compartilhada da crise ambiental, desde o desenvolvimento sustentável à economia verde. Em face de sua biodiversidade, recursos naturais e legislação ambiental, o Brasil é considerado um ator-chave nas discussões climáticas, atuando historicamente como interlocutor dos países em desenvolvimento e, mais recentemente, instrumentalizando cada vez mais a pauta ambiental na sua política externa. Não obstante, o país possui, como seus dois principais parceiros econômicos, Estados Unidos e China, que configuram-se atualmente como os dois maiores poluidores globais, sendo líderes em emissões de gases de efeito estufa (GEEs). A partir deste cenário, o artigo busca analisar as relações brasileiras com Estados Unidos e China individualmente. O objetivo consiste em observar os possíveis impactos ambientais sino-estadunidenses no Brasil, explorando a composição atual das respectivas correntes comerciais, e realizando uma avaliação crítica da tipologia e qualidade dos investimentos de ambas as nações realizados nos últimos dez anos (2012-2022) no país.