Suez e o Brasil: olhares da diplomacia brasileira no Egito em Israel sobre a nova etapa de um conflito (1956)
DOI:
https://doi.org/10.30612/rmufgd.v12i24.16652Palavras-chave:
Política Externa Brasileira, Relações Brasil - Egito, Relações Brasil - Israel, Crise de SuezResumo
Este artigo discute as leituras políticas sobre o aprofundamento da Crise de Suez a partir dos olhares dos representantes da diplomacia brasileira no Egito e em Israel. Considerando os Relatórios Políticos encaminhados mensalmente ao Rio de Janeiro pela Embaixada Brasileira no Cairo e a Legação do país em Israel, busca-se reconhecer as linhas mais gerais de interpretação emergentes ao longo dos meses que antecederam ao conflito armado, destacando as relações estabelecidas com a Guerra Fria, as expectativas quanto à possível solução diplomática e as estratégias dos principais países envolvidos no episódio. A partir de uma análise qualitativa de tal documentação, argumenta-se que as duas representações diplomáticas brasileiras abordaram o desenrolar da crise enfatizando o seu caráter multifacetado frente às dinâmicas específicas envolvendo conflitos entre Israel e Egito, Israel e os demais Estados Árabes, Egito e as antigas potências coloniais (França e Grã-Bretanha), além da articulação do conflito com os rumos da Guerra Fria. Na condição de atores e, ao mesmo tempo, autores, tais sujeitos evidenciaram os impasses existentes em uma crise que transitava entre o jurídico e o político, além do jogo entre o local, o regional e global.
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