Mimetismo e ambivalência do conceito de soberania:
uma contribuição brasileira para a disciplina de Relações Internacionais
DOI:
https://doi.org/10.30612/rmufgd.v11i21.15621Palavras-chave:
RI Globais; Brasil; Soberania.Resumo
Neste artigo, analisamos como os quatro autores mais citados da primeira geração das Relações Internacionais (RI) do Brasil utilizam o conceito de soberania, a saber: Amado Cervo, Hélio Jaguaribe, José Flávio Sombra Saraiva e Maria Regina Soares de Lima. Inicialmente, esclarecemos que este estudo se desenvolve em diálogo com a agenda de pesquisa denominada Relações Internacionais Globais (RI Globais), a qual promove um espaço para exploração de novas perspectivas na disciplina das RIs, incentivando a sua diversificação. Dessa maneira, avaliamos o conceito de soberania na perspectiva dos autores brasileiros mencionados em contraponto a maneira que o conceito é empregado nas obras do autor americano Stephen Krasner. É fundamental explicar que adotamos como referencial teórico-metodológico os conceitos de mimetismo e ambivalência, teorizados por Homi Bhabha, e a leitura contrapontual de Edward Said. Desse modo, buscamos estabelecer pontes entre diferentes conhecimentos e procuramos agregar à Teoria de Relações Internacionais (TRI) uma visão brasileira acerca do conceito fundamental de soberania, contribuindo, assim, para sua diversificação. Com essa análise, verificamos que existe um pensamento nacional em RI que aborda soberania de forma relativamente diferente do que se observa em Krasner, cujo trabalho pode ser tomado como referencial mainstream. Essa diferença resulta da articulação das ideias nacionais de desenvolvimento e autonomia ao conceito de soberania.
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