Territory whitening & coloniality

reflections from Geography

Authors

DOI:

https://doi.org/10.5418/ra2023.v19i38.15704

Keywords:

Whitening of the Territory, Geography, Coloniality of Power.

Abstract

In the teaching of geography, it is common for didactic books to justify the entry of European immigrants due to the lack of manpower for work, as slavery in Brazilian territory was abolished. This thesis, in addition to not explaining how labor would be lacking in a territory with a large free black population, naturalizes/invisibilizes the whitening policy, removing the racist and colonial content of population and territorial management implemented in massive policies of non-black immigration to the Brazil. The naturalization of this discourse ends up also covering up other forms of whitening that are not necessarily focused on the phenotype. It is based on this point that this article aims to present theoretical and methodological paths to work on the concept of territory whitening (SANTOS, 2009, CORRÊA 2013, 2018) as a device of the coloniality of power. It is intended not only to demonstrate how the whitening policy was important to understand the brazilian population formation, but also to highlight and stress the erasure of multiple black geographies in Brazilian territory and the unfolding of this concept in contemporary times. Thus, we emphasize that this debate is of paramount importance for us to understand how the discourses on whitening carried out mainly - but not only - between 1870 and 1930, became territorial and colonial practices/devices, which remain today in the processes of territorialization and deterritorialization of black women and men in Brazil. From the presentation of the concept of whitening, we will seek to work on the concept of whitening the territory, demonstrating how this concept can be appropriate for research in geography and work on topics that directly or indirectly involve black territorialities.

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Author Biographies

Gabriel Siqueira Corrêa, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Graduado em Geografia pela Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Realizou seu mestrado e doutorado em Geografia na Universidade Federal Fluminense
e faz pós-doutorado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É Professor Adjunto
vinculado ao Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(Faculdade de Formação de Professores), ministrando disciplinas relacionadas ao ensino
de Geografia e Formação do espaço mundial. Atualmente coordena o NETEN
(Núcleo de estudos em Territorialidades negras e ensino de Geografia) debatendo os
seguintes temas: Relações Raciais e Geografia; Lei 10.639/03; lutas quilombolas no
Brasil e o Branqueamento do Território. Também é coordenador da disciplina de Mundo
Contemporâneo da graduação a distância em Geografia pelo CERDERJ e vem atuando
como avaliador de livros didáticos no Programa Nacional de Livros Didáticos (PNLD)
desde 2018.

Gabriel Romagnose Fortunato de Freitas Monteiro, Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG)

Professor de Geografia Humana da Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), Unidade Carangola. Doutorando em Geografia pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal
Fluminense (POSGEO/UFF), na linha de pesquisa de Ordenamento Territorial Urbano-
Regional e no eixo de Território, Política e Movimentos Sociais. Mestre em Geografia pelo
mesmo programa (2017). Graduado no curso de Geografia pela Universidade do Estado
do Rio de Janeiro – Faculdade de Formação de Professores, na categoria de licenciatura
plena (2014). Coordenador do Núcleo de Estudos Africanos e Afro-brasileiros (NEAB) da
UEMG-Carangola. Membro pesquisador do Núcleo de Estudos sobre Território, Ações
Coletivas e Justiça – NETAJ da UFF. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em
Geografia Humana, atuando nos temas de Movimentos Sociais e Geografia; Territorialidades
Negras e Quilombos, Movimento Negro, Povos e Comunidades Tradicionais, Ações afirmativas
na educação e no ensino superior; Educação Popular; Ensino de Geografia;
Racismo e Antirracismo; Educação e Relações Étnico-raciais. Presidente da Comissão
de Heteroidentificação local da UEMG-Carangola. 2º secretário do Conselho Municipal de
Promoção da Igualdade Racial (COMPIR) da Prefeitura de Carangola. Conselheiro titular
do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural da Prefeitura de Carangola. Associado
à Associação de Geógrafos/as Brasileiros (AGB) – Seção Local Niterói e da Associação
Brasileira de Pesquisadores/as negros/as (ABPN).

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Published

2023-07-27

How to Cite

Corrêa, G. S., & Romagnose Fortunato de Freitas Monteiro, G. (2023). Territory whitening & coloniality: reflections from Geography. Revista Da ANPEGE, 19(38). https://doi.org/10.5418/ra2023.v19i38.15704

Issue

Section

Seção Temática Geografias Negras