Políticas territoriais em Minas Gerais nos primórdios da República: a comissão geográfica e geológica do Estado
DOI:
https://doi.org/10.30612/rehr.v19i37.18109Palavras-chave:
Comissão Geográfica e Geológica, Minas Gerais, República, Políticas de Planejamento e DesenvolvimentoResumo
O objetivo deste artigo é analisar, a partir de fontes primárias e secundárias, o contexto histórico envolvido na implantação, evolução e extinção da Comissão Geográfica e Geológica (CGG) do estado de Minas Gerais, criada em 1891 e dissipada em 1898. Sendo Minas dependente de outros estados para o escoamento de seus produtos e marcada pela desigualdade regional que ameaçava sua unidade, urgia ao governo mineiro priorizar e dirimir o problema da ordem geopolítica. Destacou-se entre estes empreendimentos a política de reconhecimento e representação do território concretizada pela implantação da CGG. Correndo o risco de utilizar uma expressão anacrônica, o texto parte premissa de que estavam sendo gestadas as primeiras Políticas de Planejamento e Desenvolvimento (PPDs) no estado. Embebida por um olhar científico e influenciada por variados interesses econômicos e políticos, a CGG teria sido uma ação embrionária de PPD que buscava ordenar o espaço paisagístico, territorial e populacional. Sendo insuficientes os estudos científicos sobre as PPDs no Brasil, o que resulta na falta de legitimidade e credibilidade das iniciativas governamentais, o ensaio suscita novas perspectivas em torno de aspectos que são relevantes para compreensão dos liames que envolvem a criação, manutenção e extinção de uma PPD ao questionar verdades estabelecidas pela historiografia tradicional que tomava o Estado como uma estrutura unificada e coerente a ser reificada.
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