Algumas considerações sobre poder judicial e criminalização na Vila do Rio Grande de São Pedro (1790c. – 1810c.)
DOI:
https://doi.org/10.30612/rehr.v12i23.7189Palabras clave:
História. História da Justiça. História da criminalidade. História da América Portuguesa.Resumen
O artigo analisa a atuação do Poder Judicial na vila de Rio Grande de São Pedro (localizada na capitania do Rio Grande de São Pedro), entre 1790 e 1810, e a consequente criminalização de agentes históricos e práticas punitivas associadas a este exercício da Justiça. A partir da motivação de compreender como a estrutura penal portuguesa se delineou na respectiva sociedade, observou-se que as atuações judiciais estavam fragmentadas em uma multiplicidade de polos, nos quais a Monarquia Portuguesa ocupava lugares diversos e, em contrapartida, o poder local, caracterizado por comandantes militares fronteiriços, por vezes, tornava-se preponderante. Esses comandantes agiam não somente através de um exercício periférico da Justiça, mas também na instituição de um Direito paralelo.Descargas
Citas
BARATTA, Alessandro. Do Labeling Approach a uma Criminologia Crítica. In: _____. Criminologia crítica e crítica do Direito penal: introdução à sociologia do Direito penal. Rio de Janeiro: Editora Revan, 2014, p. 159-182.
BRANDÃO NETO, João Marques. Direito Brasocêntrico. As penas e o processo penal nas Ordenações Filipinas. 2010. Disponível em: <http://brasocentrico.blogspot.com.br/2010/03/as-penas-e-o-processo-penal-nas.html>. Acesso em: 25 out. 2016.
BRETAS, Marcos Luiz. O crime na historiografia brasileira: uma revisão na pesquisa recente. BIB, Rio de Janeiro, nº 32, p. 49-61, 1991.
CAMARINHAS, Nuno. O aparelho judicial ultramarino português: O caso do Brasil (1620-1800). Almanack Braziliense, n. 9, p. 84-102, 2009. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/alb/article/view/11710/13483>. Acesso em: 1 nov. 2017.
COMISSOLI, Adriano. A serviço de Sua Majestade: administração, elite e poderes no extremo meridional brasileiro (1808c.-1831c.). Tese (Doutorado em História social). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em História Social, Rio de Janeiro, 2011.
COMISSOLI, Adriano. “Tem servido na governança, e tem todas as qualidades para continuar”: perfil social de oficiais da Câmara de Porto Alegre (1767-1828). Topoi, v. 13, n. 25, p. 77-93, 2012.
FARINATTI, Luís Augusto Ebling. Cabedais militares: os recursos sociais dos potentados da Fronteira Meridional (1801-1845). In: POSSAMAI, Paulo César. Gente de guerra e fronteira: estudos de História militar do Rio Gande do Sul. Pelotas, Ed. UFPEL, 2010, p. 81-97.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 2014.
FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima Silva; BICALHO, Maria Fernanda Baptista. Uma leitura do Brasil colonial: bases da materialidade e da governabilidade no Império. Penélope: Revista de História e de Ciências Sociais, Lisboa, n. 23, p. 67-88, 2000.
GIL, Tiago Luís. Infiéis Transgressores: os contrabandistas da fronteira (1760 – 1810). Dissertação (Mestrado em História Social). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-Graduação em História Social, Rio de Janeiro, 2002.
HESPANHA, António Manuel. Categorias. Uma reflexão sobre a prática de classificar. Análise Social, vol. 168, p. 823-840, 2003. Disponível em: < http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1218791402J5rXO3fg3Hg98TM7.pdf>. Acesso em: 1 set. 2017.
HESPANHA, António Manuel. O Direito. In: MATTOSO, José (dir.). História de Portugal. O Antigo Regime (1620 – 1807). Vol. 4. Lisboa: Editorial Estampa, 1993, p. 193 – 196.
IZECKSOHN, Vitor. Ordenanças, tropas de linha e auxiliares: mapeando os espaços militares luso-brasileiros. In.: FRAGOSO, João Luis Ribeiro. GOUVÊA, Maria de Fátima. O Brasil Colonial, volume 3 (ca. 1720-ca. 1821). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014.
LESSA, Aluísio Gomes. Exílios meridionais: o degredo na formação da fronteira sul da América portuguesa (Colônia do Sacramento, Rio Grande de São Pedro e Ilha de Santa Catarina, 1680-1810). Dissertação (Mestrado em História), Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre, 2016.
MIRANDA, Marcia Eckert. Continente de São Pedro: Administração Pública no Período Colonial. Porto Alegre: Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul/ Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul, 2010.
NEDER, Gizlene. Iluminismo jurídico-penal luso-brasileiro: obediência e submissão. 2ª ed. Rio de Janeiro: Revan, 2007.
RAMINELLI, Ronald. Nobreza e riqueza no Antigo Regime ibérico setecentista. Revista de História, nº 169, p. 83-110, 2013. Disponível em: < http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/69167> Acesso em: 5 nov. 2017.
SABADDEL, Ana Lucia. Legitimidade e Direito. O Direito como fator de consenso social. In: _____. Manual de Sociologia Jurídica: Introdução a uma leitura externa do direito. 2ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2002.
SALGADO, Graça (coord.). Fiscais e meirinhos: a administração no Brasil colonial. Rio de Janeiro, Nova Fronteira/Pró-Memória/ Instituto Nacional do Livro, 1985.
SILVA, Mozart Linhares da. Do Império da lei às grades da cidade. Porto Alegre, EdiPUCRS, 1997.
SILVA, Anderson Moraes de Castro e. A punição no novo mundo: a constituição do poder punitivo no Brasil colonial. Revista Perspectivas Sociais, Pelotas, ano 1, nº 1, p. 16-30, 2011.
SCHWARTZ; Stuart B. Burocracia e sociedade no Brasil colonial: o Tribunal Superior da Bahia e seus desembargadores, 1609 – 1751. São Paulo, Companhia das Letras, 2011.
TIMM, Luciano Benetti. O direito subsidiário nas ordenações portuguesas medievais. Direito e democracia, vol. 7, n. 2, p. 387-405, 2006. Disponível em: < http://www.periodicos.ulbra.br/index.php/direito/article/view/2492/1724>. Acesso em: 5 out. 2017.
WEHLING, Arno; WEHLING, Maria José. Direito e Justiça no Brasil colonial – O Tribunal da Relação do Rio de Janeiro (1751-1808). Rio de Janeiro: Renovar, 2004.
XAVIER, Ângela Barreto; HESPANHA, António Manuel. A representação da sociedade e do poder. In: MATTOSO, José (dir.). História de Portugal. O Antigo Regime (1620 – 1807). Vol. 4. Lisboa: Editorial Estampa, 1993, p. 113 –140.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição: Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial: Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual: Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais: Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.