Representações da mulher em livros didáticos de história: em meio a avanços, permanências
DOI:
https://doi.org/10.30612/rehr.v21i40.19447Palavras-chave:
Historiografia didática, Concepção historiográfica, Representações, MulheresResumo
Tomando como base de análise um conjunto de quatro compêndios escolares de autoria, editoria e contextos distintos, o presente artigo investiga o modo de representação da figura feminina em tais materiais. Nesse propósito, são analisadas, diacronicamente, obras didáticas publicadas entre as décadas de 1990 e 2020, no intuito de apurar as similitudes, disparidades e continuidades no âmbito da representatividade histórico-social e educacional da mulher, matizando, em cada livro, as potencialidades e limitações da temática para o campo do ensino de história. Os resultados indicam que, embora tenha havido avanços nos manuais mais recentes, sobretudo no que tange à ampliação da perspectiva analítica e à inclusão de mulheres enquanto partícipes da história, a tônica discursiva, entretanto, ainda apresenta permanências que remontam à historiografia tradicional, de viés positivista, privilegiando as narrativas de sujeitos masculinos brancos e de posição econômica favorável em detrimento de outros personagens históricos, especificamente aqui as mulheres, relegando-lhes, quando muito, um papel de meras coadjuvantes do processo histórico.
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