A mitologia iorubana e afro-brasileira como tema literário em deuses de dois mundos (Brasil – Século XXI)
DOI:
https://doi.org/10.30612/rehr.v15i30.12186Keywords:
Mitologia afro-brasileira, História, LiteraturaAbstract
O presente artigo, ao tratar da mitologia iorubana e afro-brasileira como tema literário em Deuses de dois mundos”, preocupou-se com uma análise temática e interpretativa da obra, conjecturando acerca das motivações de PJ Pereira para falar sobre as mitologias africanas e, como, nesse processo, o autor optou por modificar, suavizar, amenizar e até mesmo silenciar alguns aspectos, colocando outros em evidencia. Do ponto de vista metodológico partimos das discussões presentes em Michel de Certeau (1982), voltadas ao lugar social, práticas e escrita, como componentes da operação historiográfica. Do ponto de vista teórico dialogamos com Roger Chartier (1990) e os conceitos de apropriação e representação; Sandra Pesavento (2008), sobre os imaginários e as aproximações entre história e literatura; e François Hartog (1999) acerca das retóricas de alteridade.
Downloads
References
ABIMBOLA, W. Ifa: an exposition of ifa literary corpus. New York: Athelia Henrietta PR, 1997.
AUGRAS, Monique. O duplo e a metamorfose: a identidade mítica em comunidades nagô. Petrópolis, RJ: Vozes, 1983.
ÁVILA, Cintia Aguiar de. Apanijé (nós matamos para comer): uma análise sobre o sacrifício de animais nas religiões afro-brasileiras. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Sociais) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.
BAOBÁ Comunicações. Deuses de dois mundos – O livro da morte. Da trilogia inspirada na mitologia ioruba é o mais vendido. 27 maio 2015. Geledés. Disponível em: https://www.geledes.org.br/deuses-de-dois-mundos-o-livro-da-morte-da-trilogia-inspirada-na-mitologia-ioruba-e-o-mais-vendidos/. Acesso em: 8 nov. 2018.
BERKENBROCK, Volney. A experiência dos orixás: um estudo sobre a experiência religiosa no candomblé. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
CARNEIRO DA CUNHA, José Marianno. A feitiçaria entre os nagôs-yorubá. Dédalo, v. 23, 1984.
CASTRO, Yeda Pessoa de. Falares africanos na Bahia: um vocabulário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: Topbooks, 2001.
CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982.
CHARTIER, Roger. A ordem dos livros: leitores, autores e bibliotecas na Europa entre os séculos XIV e XVIII. Brasília, DF: Ed. UnB, 1999.
CHARTIER, Roger. Cultura Popular: revisitando um conceito historiográfico. Estudos Históricos, v. 8, n. 16, p. 179-192, 1995.
CUNHA, Carolina. Série de fantasia faz sucesso ao mostrar o mundo dos orixás. Entrevista com PJ PEREIRA. Saraiva Conteúdo, 29 jul. 2014. Disponível em: https://blog.saraiva.com.br/serie-de-fantasia-faz-sucesso-ao-mostrar-o-mundo-dos-orixas/. Acesso em: 4 out. 2018.
DOS SANTOS, Rafael José. Caminhos da literatura ioruba no Brasil: oralidade, escrita e narrativas virtuais. ANTARES: Letras e Humanidades, v. 8, n. 16, p. 277-301, 2016.
EVARISTO, Conceição. Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade. Scripta, v. 13, n. 25, p. 17-31, 2009. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/4365. Acesso em: 22 jun. 2019.
FANON, Frantz. Pele negra, mascaras brancas. Salvador, Edufba, 2008.
GLISSANT, Edouard. Introduction à une poétique du divers. Paris:
Gallimard, 1996.
GOLDMAN, Marcio. A possessão e a construção ritual da pessoa no candomblé. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1984.
GONÇALVES DA SILVA, Vagner (org.). Intolerância religiosa: impacto do neopentecostalismo no campo religioso afro-brasileiro. São Paulo: Edusp, 2007.
HARTOG, François. O espelho de Heródoto: ensaio sobre a representação do outro. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999.
KUSUMOTO, Meire. Brasileiro desafia best-sellers americanos com série sobre orixás. Veja, 31 maio 2015. Disponível em: https://veja.abril.com.br/entretenimento/brasileiro-desafia-best-sellers-americanos-com-serie-sobre-orixas/. Acesso em: 8 nov. 2018.
LEÃO, Gabriel. Os livros com os orixás: uma entrevista com PJ Pereira. Vice, 2 jan. 2015. Disponível em: https://www.vice.com/pt_br/article/ypm5k7/os-livros-com-os-orixas-uma-entrevista-com-pj-pereira. Acesso em: 4 out. 2018.
MOHANTY, Chandra T. Under western eyes: feminist scholarship and colonial discourses. In: MOHANTY, Chandra T.; RUSSO, Ann; TORRES, Lourdes (eds.). Third World women and the politics of feminism. Bloomington: Indiana University Press, 1991.
PACHECO, Paula. PJ Pereira, o publicitário que mergulhou na mitologia dos orixás. iG – Brasil Econômico. 5 dez. 2013. Disponível em: https://economia.ig.com.br/2013-12-03/pj-pereira-o-publicitario-que-mergulhou-na-mitologia-dos-orixas.html. Acesso em: 4 jun. 2019.
PJ PEREIRA. Deuses de dois mundos, v. 1: O livro do silêncio. São Paulo: Editora Livros de Safra, 2013.
PJ PEREIRA. Deuses de dois mundos, v. 2: O livro da traição. São Paulo: Editora Livros de Safra, 2014.
PJ PEREIRA. Deuses de dois mundos, v. 3: O livro da morte. São Paulo: Editora Livros de Safra, 2015.
PRANDI, Reginaldo. Exu, de mensageiro a diabo. Revista USP, n. 50, p. 46-63, 2001a.
PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos orixás. São Paulo, Companhia das Letras, 2001b.
PRANDI, Reginaldo. O candomblé e o tempo: concepções de tempo, saber e autoridade da África para as religiões afro-brasileiras. RBCS – Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 16, n. 47, 2001c.
PRANDI, Reginaldo. Religião e sincretismo em Jorge Amado. Cadernos de Leituras, São Paulo, Companhia das Letras, 2009. Disponível em: http://www.jorgeamado.com.br/professores2/05.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2019.
SANTOS, Juana Elbein dos. Os nàgô e a morte: pàde, àsèsè e o culto égun na Bahia. Tradução feita pela Universidade Federal da Bahia. 13. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Pode o subalterno falar? Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2010.
VERGER, Pierre. Fluxo e refluxo do tráfico de escravos entre o Golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos dos séculos XVII a XIX. São Paulo: Corrupio, 1987.
VERGER, Pierre. A contribuição especial das mulheres no candomblé do Brasil. In: LIMA, Cláudia. Artigos. Tomo 1. São Paulo: Corrupio, 1992.
VERGER, Pierre. Grandeza e decadência do culto de Iyami Osonrongá entre os iorubas. In: MOURA, Carlos Eugênio Marcondes de (org.). As senhoras do pássaro da noite: escritos sobre a religião dos orixás. São Paulo: Edusp/Axis Mundi, 1994.
TADVALD, Marcelo. Direito litúrgico, direito legal: a polêmica em torno do sacrifício ritual de animais nas religiões afro-gaúchas. Caminhos – Revista de Ciências da Religião, Goiânia, v. 5, n. 1, p. 129-147, 2008.
VERDUGO, Marcos. Entre símbolos e narrativas: o Odu como um saber sobre a vida. In: V CONGRESSO ANPTECRE, 5, 2015, Curitiba. Anais. Curitiba, 2015.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2022 Revista Eletrônica História em Reflexão
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material.
A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição: Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial: Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual: Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais: Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.