As práticas do movimento estudantil em São José dos Pinhais (2007 – 2015)
DOI:
https://doi.org/10.30612/rehr.v19i37.17350Palavras-chave:
Movimento Estudantil, História da Educação, São José dos PinhaisResumo
O Movimento Estudantil, emergido tal como o conhecemos atualmente, nasce após a década de 1930, com a fundação das agremiações estudantis nacionais. Fruto das mobilizações em torno de pautas políticas, o movimento estudantil se destaca na vida social brasileira. Em 2007, surge em São José dos Pinhais, município da Região Metropolitana de Curitiba, a União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES), uma agremiação cujo objetivo era representar a comunidade estudantil ante o poder público local. Com base em pesquisa bibliográfica, documental e de campo, apoiada na história oral, o presente artigo discute os modos de agir e pensar que eram praticados pelos estudantes no interior da UMES, no período de 2007 a 2015. Destaca-se que as entrevistas que foram realizadas se deram com ex-participantes da entidade, jovens estudantes, na maioria provenientes de escolas públicas. Serve-se, neste estudo, das noções de campo político em Bourdieu; de tática em Certeau; e de poder em Foucault, no intuito de compreender as práticas estudantis, empreendidas no âmbito da referida agremiação, onde intentavam, a partir do campo da política, lograr suas bandeiras. Depreende-se, portanto, que a maioria dos estudantes, introduzidos na UMES, vislumbrava sua organização como instrumento de luta por seus direitos, embora fosse também um lugar de reflexão acerca da qualidade da educação.
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