Do chão do sertão ao coração do poeta: a identidade piauiense na poesia da “lira sertaneja” de Hermínio Castelo Branco
DOI:
https://doi.org/10.30612/el.v8i15.7294Palabras clave:
Geografia. Literatura. Identidade. Lugar. Hermínio Castelo Branco.Resumen
Expressada pela ideia e sentimento de pertencimento a um grupo ou lugar, a identidade se formula através de diferentes formas de representação ou símbolos, podendo se relacionar à história, valores, língua, folclore e lugares. A relação com o lugar pode se constituir como fator de construção da identidade, pois as referências com a terra onde se nasce, se herda valores e constroem-se memórias, podem definir a essência de um grupo humano. Dentre as formas de representação desse simbolismo da identidade, a literatura permite que se registrem estórias contadas sobre lugares, memórias que conectam presente e passado e imagens construídas. Um dos elementos de construção da identidade do povo da região nordeste brasileira, encontra-se na importância dada ao espaço geográfico do sertão. Na literatura piauiense identifica-se na poesia de Hermínio Castelo Branco, em três de seus poemas da obra “Lira Sertaneja”, intitulados “Em Viagem ao Amazonas”, “À Margem do Rio Negro” e “Canto do Desterrado”, uma forte conotação de sua relação intrínseca com o Piauí, ensejando uma identidade para com sua terra e através dela seu desejo de que se conservassem imutáveis os cenários que amava, tanto humanos como geográficos, objeto de estudo deste artigo.Descargas
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