Do tempo do viver-fazer ao tempo de Godot
DOI:
https://doi.org/10.30612/rel.v14i27.17409Keywords:
Editorial, Revista Entre-Lugar, O tempo-GodotAbstract
A Revista Entre-Lugar apresenta a todos/as o primeiro número de 2023, sua vigésima sétima edição. A publicação é resultado do empenho dos autores, dos pareceristas e do apoio técnico recebido da Editora da UFGD, a qual tem dedicado esforços para manter a qualidade e o funcionamento do portal de periódicos. Esse registro do papel desempenhado de forma institucional e coletiva se faz importante e deve ser constante em todas as edições. Iniciamos este editorial pensando em Godot, no tempo de Godot, personagem criada por Samuel Beckett e presente na peça de teatro homônima publicada no ano de 1952. Aqui e neste momento ousamos dizer que a espera por Godot é uma constante, ainda se faz presente nos desafios postos em uma sociedade na qual a construção de princípios equânimes nunca se totaliza, não são concluídos. A ideia do tempo-Godot é que não há o tempo da espera e sim o aqui e agora; é o tempo que deve incorporar ideais e necessidades do presente, sem esquecer o pretérito. Pensamos que o tempo-Godot está na busca de princípios ainda em construção; cuja desconstrução de conquistas e ideais insiste em serem desfeitas de tempos e tempos; na insistência e na perseverança necessária para lidar com retrocessos e na ambiguidade de uma sociedade que insiste em não se reconhecer no seu tempo histórico-social. É como se os arranjos sociais, na tessitura da vida não possam incorporar a ideia da mudança, de justiça socioambiental, de igualdades nos mais diversos aspectos e mesmo naquilo que incorpora a mobilidade social. Neste sentido que devemos pensar em Estragon, nos parece que sua fala é o fazer, a insistência do pensar e do fazer
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BECKETT, Samuel. Esperando Godot. Tradução Fábio de Souza Andrade. São Paulo: Cosac Naify, 2005.
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