Produção geográfica e novos recortes socioespaciais nas lutas, nas resistências e nas contra-hegemonias: Reflexões sobre sujeitos e comunidades tradicionais no espaço brasileiro

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5418/ra2020.v16i30.10897

Palabras clave:

Geografia, Povos e comunidades tradicionais, Sujeitos

Resumen

A Geografia tem assumido o desafio de analisar a diversidade e a complexidade dos sujeitos e das comunidades tradicionais, repensando seus papeis na construção teórica e metodológica das categorias lugar, espaço e território. O presente trabalho tem como finalidade contribuir para a compreensão dos contextos político e reflexivo dos caminhos da Geografia, sobretudo no que se refere à compreensão do papel do sujeito na produção do espaço e na elaboração de formas de resistências. Desse modo, apresenta algumas abordagens geográficas, contextos políticos e marcos legais, os quais contribuem para a Geografia assumir a análise crítica, teórica e metodológica sobre o posicionamento desses sujeitos na produção de leituras sobre o Brasil.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Catia Antonia Silva, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

possui graduação em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1987), mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1994) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002). Atualmente é professor associado do Departamento de Geografia, do Programa de Pós-graduação em História Social e do Programa de Pós-graduação em Geografia da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Tem experiência na área de Geografia, com ênfase em Geografia Urbana, e em História social do território, atuando principalmente nos seguintes temas: Trabalho urbano; movimentos sociais e trabalho; qualificação profissional; metropolização; metrópole; modernização e gestão urbano-metropolitana: conflitos com pescadores artesanais, economia política da pesca artesanal. É líder do Grupo de Pesquisa e Extensão: Urbano, Território e Mudanças Contemporâneas. Pesquisadora FAPERJ - UERJ e Produtividade CNPq. Diretora do Departamento de Extensão da UERJ

Citas

ALENTEJANO, P. R. (2004). A política de assentamentos rurais do governo FHC e os desafios da reforma agrária no Brasil do século XXI. Agrária (São Paulo. Online), (1), 2-15. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.1808-1150.v. 1 p2-15. Acesso em: 14 set. 2019. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.1808-1150.v0i1p2-15

ALMEIDA, A. W.; FARIAS JUNIOR, E. A. (org.). Povos e comunidades tradicionais: nova cartografia social. Manaus: UEA Edições, 2013.

ALMEIDA, A. W.; GONCALVES, P. R. Luta e resistência pelo território: Comunidade Quilombola de Kaágados, Tocantins. Manaus: UEA Edições / PNCSA, 2018.

ANJOS, R. S. A. Territorialidade dos quilombos no Brasil contemporâneo: uma aproximação. In: SILVA, T. D.; GOES, F. L. (org.). Igualdade racial no Brasil: reflexões no Ano Internacional dos Afrodescendentes. Brasília: Ipea, 2013, p. 137-152.

ANJOS, R. S. A. Diversidade étnica no Brasil invisível-visível: apropriações-usos dos territórios & conflitos socioespaciais, In SAQUET, Marcos & ALVES, Adilson (Orgs.). Processos de cooperação e solidariedade na América Latina. Rio de Janeiro: Consequência Editora, 2017, p. 275.

APIB. Articulação dos Povos Indígenas do Brasil. Novembro, 2019. Disponível em https://mobilizacaonacionalindigena.wordpress.com/tag/articulacao-dos-povos-indigenas-do-brasil/. Acesso em: 11 set. 2019.

BECKER, B. Geopolítica da Amazônia. A Nova Fronteira de Recursos. Rio de Janeiro: Zahar Ed., 1982. 233 p.

BECKER, B. Geopolítica na virada do III milênio. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.

BOLIN, B.; GRINESKI, S.; COLLINS, T. The Geography of Despair: Environmental Racism and the Making of South Phoenix, Arizona, USA. Human Ecology Review, Vol. 12, No. 2, 2005. DOI: https://doi.org/10.1016/j.healthplace.2005.05.003

PASSOS, C. R. F. Os gêneros de vida na Geografia Humana (P. V. de LaBlache). OKARA: Geografia em debate, João Pessoa, PB, DGEOC/CCEN/UFPB, v. 11, n. 1, p. 120-124, 2017. Disponível em: http://www.okara.ufpb.br. Acesso em: 21 set. 2019. DOI: https://doi.org/10.22478/ufpb.1982-3878.2017v11n1.29409

BOURDIEU, P. Razões Práticas: Sobre a Teoria Da Ação. São Paulo: Papirus, 1996.

BRAUDEL, F. Civilização material, economia e capitalismo – séculos XV-XVIII: O tempo do mundo. São Paulo, Martins Fontes, 1996.

CUIN, D. P.; PORTO-GONÇALVES, C. W. Geografia dos Conflitos por Terra no Brasil (2013): expropriação, violência e r-existência. Conflitos no Campo Brasil, v. 1, p. 18-26, 2014.

DE PAULA, C. Q. A Expansão da Pós-Graduação e a Emergência de Novos Sujeitos na Pesquisa Geográfica. Revista Anpege, v. 14, p. 39-70, 2018.

DE PAULA, C. Q. Análise Dialógica de Conteúdo e Diálogos de Saberes. Boletim Gaúcho de Geografia, v. 42, p. 44-63, 2015.

EUZÉBIO; PAZ, M. O. C. Modernização na Ilha da Madeira (RJ): Efeitos da ação estratégica na vida dos pescadores artesanais. In: SILVA, C. A. (org.). Pesca artesanal e produção do espaço: desafios para pensar a metrópole. 1 ed. Rio de Janeiro: Consequência, 2014, v. 1, p. 153-171.

FERNANDES, B. M. MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. In: SADER, E.; JINKINGS, I. (org.). Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2006a, v. 1, p. 820-821.

FERNANDES, B. M. Via Campesina. In: SADER, E.; JINKINGS, I. (orgs.). Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe. 1 ed. São Paulo: Boitempo, 2006b, v. 1, p. 1266-1267.

HAESBAERT, R. O mito da desterritorialização: do fim dos territórios à multiterritorialidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006.

HAESBAERT, R. Viver no limite: território e multi/transterritorialidade em tempos de in-segurança e contenção. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.

LEFEBVRE, H. O direito à cidade. Itapevi: Editora Nebli, 2016 [1969].

LIMA, R. P. Preservação digital e “divulgação” científica na Amazônia. 2017. 167 f. Dissertação (Mestrado em Sociedade e Cultura na Amazônia) ‒ Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2017.

LOJKINE, J. O Estado capitalista e a questão urbana. São Paulo, Martins Fontes, 1981.

MONIE, F. Análise geopolítica dos conflitos territoriais na área de influência do complexo portuário e industrial do Açu – São João da Barra, RJ. Cadernos do Desenvolvimento Fluminense, Rio de Janeiro, nº 9, p. 69-83, jan./jun., 2016. DOI: https://doi.org/10.12957/cdf.2015.26683

MONTEIRO, S.; PROST, C. Quilombos e pescadores artesanais no nordeste da baía de Todos os Santos atingidos pela metrópole. OLIVEIRA, A. L.; SILVA, C. A. Metrópole e crise societária: Resistir para existir. Rio de Janeiro: Consequência, 2019, p. 124-142.

NASCIMENTO, T. F. do; COSTA, B. P. Fenomenologia e geografia: teorias e reflexões. Geografia. Ensino & Pesquisa, v. 20, n. 3, p. 43-50, 2016. DOI: https://doi.org/10.5902/2236499420152

LEITE, I. B. Os Quilombos no Brasil: Questões Conceituais e Normativas. Revista etnografia. Lisboa: Centro de Estudos de Antropologia Social, v. IV, nº 2, 2000. DOI: https://doi.org/10.4000/etnografica.2769

PÁDUA, L. C. T. A geografia de Yi-Fu Tuan: essências e persistências. Tese (Doutorado em Geografia) ‒ USP, São Paulo, 2013.

PAZ, M. O. C. Diferentes usos do espaço e conflitos: a relação entre o Porto Sudeste e os pescadores artesanais da Ilha da Madeira (Itaguaí, RJ). In: V Seminário Interno Programa de Pós-Graduação em História Social PPGHS, São Gonçalo: UERJ, 2017, v. 1, p. 411-420.

PAZ, M. O. C. Processos de modernização e seus impactos no cotidiano dos pescadores artesanais: O caso da Ilha da Madeira, Itaguaí, RJ. In: ANAIS DO VII Congresso Brasileiro de Geógrafos, Vitória, 2014. v. 1.

PERROUX, F. O conceito de polos de crescimento. In: FAISSOL, S. Urbanização e Regionalização: relações com o desenvolvimento econômico. IBGE, 1975, p. 99-110.

PORTO-GONÇALVES, C. W. Geografia da violência contra pessoa no campo brasileiro: agronegócio, grilagem e devastação. Conflitos no Campo - Brasil, Goiânia, p. 142, 2005.

PORTO-GONÇALVES, C. W. Os Descaminhos do Meio Ambiente: Notas de estudo de Geografia. São Paulo: Contexto, 2001.

PORTO-GONÇALVES, C. W. A Territorialidade Seringueira. GEOGRAPHIA (UFF), v. 2, p. 67, 1999.

PORTO-GONÇALVES, C. W. Geografia e movimentos sociais no processo de globalização em curso. Boletim Gaúcho de Geografia, Porto Alegre, n. 8, 1998.

PORTO-GONÇALVES, C. W. A reinvenção dos territórios: a experiência latino-americana e caribenha. In: CECEÑA, Ana Esther. Los desafíos de las emancipaciones en un contexto militarizado. CLACSO, Buenos Aires, Argentina, 2006.

PROST, C.; SILVA, C. A.; NASCIMENTO, D. M. C.; MENDES, T. A. (Org.). Espaços Costeiros Brasileiros. 1. ed. Rio de Janeiro: LetraCapital, 2016.

RAFFESTIN, C. Por uma Geografia do Poder. São Paulo: Ática, 1993[1980]. 269p.

RAFFESTIN, C. Repères pour une théorie de la territorialité humaine. In: DUPUY, G. (org.) Réseaux Territoriaux. Caen: Paradigme, 1988, p.263-279.

RIBEIRO, A. C. T. Relatório Técnico-Científico do Projeto Cartografia da Ação e Análise de Conjuntura: reivindicações e protestos em contextos metropolitanos (quatro volumes). Programa Cientista do Nosso Estado, Rio de Janeiro: FAPERJ, 2005-2006.

RIBEIRO, A. C. T. et al. Por uma cartografia da ação: pequeno ensaio de método. Cadernos IPPUR, Ano XV, nº 2, 2001; ano XVI, nº 1, 2002.

RIBEIRO, A. C. T. Sociabilidade hoje: leituras do espaço urbano. Cadernos CRH, v. 18, nº 45, 2005. DOI: https://doi.org/10.9771/ccrh.v18i45.18535

ROCHA, S. A. Geografia Humanista: história, conceito e o uso da paisagem. Raega - O Espaço Geográfico em Análise, Curitiba: Editora UFPR, n. 13, p. 19-27, 2007. DOI: https://doi.org/10.5380/raega.v13i0.7670

SAHR, C. L. L.; SILVA, C. A.; GERMANI, G. I. Pluralidade e multidimensionalidade do sujeito e de suas espacialidades: desafios epistemológicos na análise geográfica. Revista Anpege, v. 12, n. 18, 2016. DOI: https://doi.org/10.5418/RA2016.1218/0007

SANTOS, M. O espaço geográfico como categoria filosófica. Terra Livre, São Paulo, n. 5, p. 9-20, 1988.

SANTOS, M. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. 308p.

SOUZA SANTOS, Boaventura. Renovar a teoria crítica e reinventar a emancipação social. São Paulo: Boitempo, 2007

SILVA, C. A. et al. Pensando a existência dos pescadores artesanais da baía de Sepetiba para discutir os impactos ambientais. In: IV Seminário de Justiça Ambiental, Igualdade Racial e Educação, Duque de Caxias. UNIGRANRIO, 2014, v. 1, p. 591-607.

SILVA, C. A. Política pública e território: desafios para efetivação de direitos dos pescadores artesanais no Brasil. Rio de Janeiro: Consequência, 2015. v. 1. 125p.

SILVA, C. A. Modernização, conflitos territoriais e sujeitos sociais de culturas tradicionais: considerações da Geografia na leitura da produção da totalidade do espaço brasileiro no século XXI. In SAQUET, Marcos & ALVES, Adilson (Orgs.). Processos de cooperação e solidariedade na América Latina. Rio de Janeiro: Consequência Editora, 2017, p. 249.

SILVA, C. A.; RAINHA, F. A. ; CORREA, R. E. ; SOUZA JUNIOR, L. Atlas da pesca artesanal no Rio de Janeiro: contextos e geografias das existências. v. 1. São Gonçalo: FFP-UERJ, 2018.

SUBRA, P. Géopolitique de l´Aménagement du territoire. Paris: Armand Colin. 2007

SUBRA, P. Géopolitique locale: Territoires, acteurs, conflits. Paris, Armand Colin, 2016. 336 p. DOI: https://doi.org/10.3917/arco.subra.2016.01

SUBRA, P. L´aménagement une question géopolitique! Hérodote, 2008/3, nº 130, p. 222-250. DOI: https://doi.org/10.3917/her.130.0222

TOMAZ, A.; ALMEIDA, A. W. Comunidade tradicional quilombola família Lídia Batista do Sangradouro Grande Cartografia Social de povos e comunidades tradicionais do Rio São Francisco. n. 4 - Manaus: UEA Edições / PNCSA, 2018.

TUAN, Y. F. Space and place: humanistic perspective. In: GALE, S; OLSSON, G. (orgs.). Philosophy in Geography. Dordrecht: Reidel, 1979, p. 387-427. DOI: https://doi.org/10.1007/978-94-009-9394-5_19

TUAN, Y. F.. Espaço e Lugar: a perspectiva da experiência. Trad.: Lívia de Oliveira. São Paulo: Difel, 1983.

TUAN, Y. F. Geografia Humanística. In: CHRISTOFOLETTI, A. (org.). Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel, 1982, p. 143-164.

Publicado

2021-01-11

Cómo citar

Silva, C. A. (2021). Produção geográfica e novos recortes socioespaciais nas lutas, nas resistências e nas contra-hegemonias: Reflexões sobre sujeitos e comunidades tradicionais no espaço brasileiro. Revista Da ANPEGE, 16(30), 170–189. https://doi.org/10.5418/ra2020.v16i30.10897

Número

Sección

Seção Temática - Geografia Política