Narrativas pós-abissais na educação geográfica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5418/ra2020.v16i31.12408

Palavras-chave:

sofrimento, coletivos segregados, premissas pedagógicas

Resumo

Como comunicar o sofrimento? As reflexões deste texto buscam respostas esta questão. Seis premissas são endereçadas ao educador e à educadora para o reconhecimento das demandas cognitivas, afetivas, ético-políticas dos sujeitos/coletivos segregados que chegam à escola. Tenciona-se a produção de narrativas pós-abissais, ou seja, narrativas comprometidas com a natureza social, histórica e territorial do sofrimento, entendido como matéria educativa/formativa. Na direção contrária da pedagogia cognitivista e das recentes políticas governamentais no campo educacional brasileiro, além da aprendizagem dos conteúdos, valoriza-se a educação enquanto potência de desenvolvimento humano. Compreensão que conduz o olhar pedagógico para os processos desumanizadores que se dão fora da escola, não menos determinantes do aprender e do ensinar. Educação, justiça social, território, escala, memória, cotidiano, trabalho, experiência são alguns dos conceitos mobilizados neste texto, convite à produção de narrativas combativas na Educação Geográfica.

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Biografia do Autor

Ana Carolina de Oliveira Marques, Universidade Estadual de Goiás (UEG)

Doutora em Geografia. Professora no Curso de Geografia da Universidade Estadual de Goiás. Presidenta da Associação dos Geógrafos Brasileiros Seção Goiânia. Membro do grupo de pesquisa "Espaço, Sujeito e Existência" (UFG/CNPq).

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Publicado

2021-03-08

Como Citar

Marques, A. C. de O. (2021). Narrativas pós-abissais na educação geográfica. Revista Da ANPEGE, 16(31), 259–271. https://doi.org/10.5418/ra2020.v16i31.12408

Edição

Seção

Seção Temática - Geografia e Literatura