Mecanismo de infecção de Colletotrichum spp. em flores de feijoa
DOI:
https://doi.org/10.30612/agrarian.v14i52.11899Palavras-chave:
Antracnose. Estruturas florais. Feijoa sellowiana. Incidência fúngica.Resumo
Feijoa sellowiana (O. Berg) O. Berg (Myrtaceae), popularmente conhecida como goiabeira-serrana ou feijoa, é uma frutífera nativa do sul do Brasil e Uruguai e seus frutos apresentam grande potencial econômico e alimentício. Considerando a necessidade da boa aparência do fruto para comercialização, as doenças são um problema na produção, pois interferem na qualidade e podem inviabilizar o consumo dos frutos in natura. Nesse sentido, a principal doença que atinge pomares de goiabeira-serrana e que pode levar a consideráveis perdas nas fases pré e pós-colheita é a antracnose, causada por fungos do gênero Colletotrichum. Os conhecimentos acerca das relações patógeno-hospedeiro, através da elucidação do(s) mecanismo(s) de infecção de Colletotrichum spp. nas cultivares de interesse comercial são fundamentais para o estabelecimento de estratégias eficientes para o controle da antracnose. Nesse sentido, o presente estudo teve como objetivo verificar a incidência de Colletotrichum spp. em flores de goiabeira-serrana de quatro cultivares em diferentes estágios fenológicos de florescimento e constatar se o mecanismo de infecção deste patógeno ocorre de maneira sistêmica, via estruturas florais. Para a análise, foram selecionadas aleatoriamente 10 plantas adultas, das quais foram coletadas 100 flores para cada um dos estágios fenológicos de floração: B, E, F2 e H por cultivar (“Alcântara”, “Helena”, “Mattos” e “Nonante”). As maiores incidências média de Colletotrichum spp. ocorreram no último estágio floral analisado (H). A incidência do patógeno em flores de goiabeira-serrana indica que a infecção do patógeno ocorre de maneira sistêmica via peças florais, desde a formação do fruto.
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