Famílias, ilegitimidade e compadrio entre a população livre e escravizada na freguesia Santa Rita de Nioac (1878-1892)
DOI:
https://doi.org/10.30612/frh.v26i46/47/48.19875Palavras-chave:
Província de Mato Grosso, Registros Paroquiais, FamíliasResumo
Este artigo tem por objetivo analisar aspectos relacionados à organização das famílias, as taxas de ilegitimidade e os padrões de compadrio entre a população livre e escravizada na freguesia Santa Rita de Nioac, entre os anos de 1878 e 1892. Para isso, utilizou-se como fonte principal o Livro nº 1 de Registros de batismos encontrado na paróquia Santa Rita de Cássia, atual município de Nioaque-MS, e que compreende o período em recorte e registra batismos de pessoas livres, escravizadas e indígenas residentes na freguesia. A partir da análise minuciosa deste importante documento, procurou-se demonstrar que a população desta freguesia era heterogênea, possuía arranjos familiares distintos, confirmados pelas taxas de ilegitimidade, as quais indicam formas de convivências e relacionamentos que não se enquadravam nas normatizações da Igreja Católica. Além disso, constatou-se a existência de casais escravizados unidos pelo matrimônio católico, sendo a família escravizada uma realidade na freguesia Santa Rita de Nioac.
Downloads
Referências
BELINAZZO, Terezinha Maria. A população da paróquia de Santa Ma¬ria da Boca do Monte 1844-1882. 317f. 1981. Dissertação (Mestrado em História) – UFPR, Curitiba.
BRASIL, Maria do Carmo. História e historiografia da Escravidão no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul. Anais do XXV Simpósio Nacional de História (ANPUH) – Fortaleza, 2009.
FARIA, Sheila de Castro. História da família e demografia histórica. In. CARDOSO, Ciro.; VAINFAS, Ronaldo. Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
FARINATTI, Luís Augusto. A espada e a capela: relações de compadrio dos oficiais de milícia na fronteira meridional do Brasil (1816-1835). In. Revista História Unisinos, Vol. 16, nº 3 - setembro/dezembro, 2012. Disponível em: https://revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/view/htu.2012.163.03/1298. DOI: https://doi.org/10.4013/htu.2012.163.03
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 51. ed. São Paulo: Global Editora, 2006.
GUDEMAN, Stephen. SCHWARTZ, Stuart. Purgando o pecado original: compadrio e batismo de escravos na Bahia no século XVIII. In. REIS, João José (org.). Escravidão e invenção da liberdade: estudos sobre o negro no Brasil. São Paulo: Brasilienses, 1988.
GUTERRES, Letícia Batistella Silveira. Escravidão, família e compadrio ao sul do império do Brasil: Santa Maria (1844-1882). 468f. Tese (Doutorado em História Social) – UFRJ, Rio de Janeiro, 2013.
LIBBY, Douglas Cole; MENESES, José Newton Coelho; FURTADO, Júnia Ferreira; FRANK, Zephyr L. (orgs.). História da família no Brasil (séculos XVIII, XIX e XX): novas análises e perspectivas. 1. ed. Belo Horizonte: Fino Traço, 2015.
LIMA, Astúrio Monteiro de. Mato Grosso de outros tempos: pioneiros e heróis. São Paulo: Editora Soma LTDA, 1978.
LOPES, Joaquim Francisco. Itinerario de Joaquim Francisco Lopes, encarregado de explorar a melhor via de communicação entre a Provincia de S. Paulo e a de Matto Grosso pelo Baixo Paraguay. In. Revista Trimestral do IHGB: Rio de Janeiro, Typographia Universal, 1854. Tomo XIII, Segunda Edição.
LUZ, Bento Severino da. Visita pastoral do sul. In: LEITE, Luiz P. Pereira. Bispo do Império. São Paulo: Resenha Tributária, 1979. p. 67-201.
MELGAÇO, Barão de. Apontamentos para o Diccionario Chorografico da Província de Mato Grosso pelo Barão de Melgaço. In. Revista Trimestral do IHGB: Rio de Janeiro, Typographia Universal, 1854. Tomo XLVII, Parte II.
MENECOZI, Arnaldo Rodrigues (Org.). Campo Grande: Personalidades Históricas - Vol. I. Campo Grande: Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, 2000.
PALERMO, Miguel Ângelo. Nioaque: Evolução Política e Revolução em Mato Grosso. Série Memória Sul-Mato-Grossense. 3 ed. Campo Grande, Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, 2010.
PERARO, Maria Adenir. Bastardos do Império: família e sociedade em Mato Grosso no século XIX. São Paulo: Contexto, 2001
ROCHA, Solange Pereira da. Gente negra na Paraíba oitocentista: população, família e parentesco espiritual. São Paulo: Editora UNESP, 2009.
SAMARA, Eni de Mesquita. As mulheres, o poder e a família. São Paulo, Século XIX. São Paulo: Marco Zero; Secretaria de Estado da cultura de São Paulo, 1989.
SCOTT, Ana Silvia Volpi. “Descobrindo” as Famílias no passado brasi¬leiro: uma reflexão sobre a produção historiográfica recente. In. SCOTT, Ana Silvia Volpi; CARDOZO, José Carlos da Silva; FREITAS, Denize Terezinha Leal; SILVA, Jonathan Fachini da. (org.) História da família no Brasil meridional: temas e perspectivas. São Leopoldo: Oikos; Editora Unisinos, 2014.
SLENES, Robert. W. Senhores e subalternos no Oeste paulista. In: ALENCASTRO, Luis Felipe de (Org). História da Vida Privada no Brasil Império. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
TAUNAY, Visconde de. Em Mato Grosso invadido (1866-1867). CIA Melhoramentos de SP, s/d.
VIANNA, Oliveira. Populações meridionais do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 1999.
WEIGERT, Daniele. Compadrio e família escrava em Palmas, Província do Paraná (1843-1888). 2010. 150 f. Dissertação (Mestrado em História) - Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Fronteiras

Este trabalho é licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autoras e autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autoras e autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autoras e autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online, como em repositórios institucionais ou em páginas pessoais, a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).