Notícias da guerra que não acabou: a Guerra do Paraguai (1864- 1870) rememorada pelos índios Kadiwéu

Autores/as

  • Giovani José da Silva Universidade Federal da Grande Dourados

Palabras clave:

Guerra do Paraguai. Índios Kadiwéu. Memória.

Resumen

O artigo objetiva problematizar a memória dos Kadiwéu sobre a Guerra do Paraguai (1864-1870), revelando como guerras e alianças são pensadas por estes indígenas. Os Kadiwéu habitam atualmente a Reserva Indígena Kadiwéu, no município sul-mato-grossense de Porto Murtinho, em uma área com mais de meio milhão de hectares. Contam os índios mais velhos que a Reserva, a maior do Centro-sul brasileiro na atualidade, foi conquistada graças à tenaz participação do grupo na Guerra do Paraguai. Conclui-se que a memória do conflito platino, que para muitos Kadiwéu nunca terminou, ainda hoje é celebrada de diversas formas, por um povo indígena que já foi e deseja continuar sendo destacado como cavaleiro e guerreiro.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

BURKE, P. 2000. Variedades de história cultural. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 2000.

CARNEIRO DA CUNHA, M. (Org.). 1992. Legislação indigenista no século XIX: uma compilação (1808-1889). São Paulo, Edusp/CPI-SP.

CONNERTON, P. 1999. Como as sociedades recordam. 2ª ed. Oeiras, Celta.

DICIONÁRIO da Língua Kadiwéu. Kadiwéu-Português. Português-Kadiwéu. 2002. Cuiabá, Sociedade Internacional de Lingüística (SIL).

DORATIOTO, F. 2002. Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das Letras.

GUARINELLO, N. L. 1994. Memória coletiva e história científica. Revista Brasileira de História, São Paulo, 28(14):180-193.

JOSÉ DA SILVA, G. 2004. A construção física, social e simbólica da Reserva Indígena Kadiwéu (1899-1984): memória, identidade e história. Dissertação de Mestrado em História. Dourados, UFMS.

LE GOFF, J. 1992. História e memória. 2ª ed. Campinas, Unicamp.

PINA DE BARROS, E. 1989. Política indigenista, política indígena e suas relações com a política expansionista no II Império em Mato Grosso. Revista de Antropologia, São Paulo, 30-32:183-223.

PECHINCHA, M. T. S. 1994. Histórias de admirar: mito, rito e história Kadiwéu. Dissertação de Mestrado em Antropologia. Brasília, UnB.

POLLACK, M. 1992. Memória e identidade social. Estudos históricos, Rio de Janeiro, 5(10):200-215.

PREFEITURA Municipal de Porto Murtinho. 1998. Censo Kadiwéu 1998. Porto Murtinho. (Mimeografado)

RIBEIRO, D. 1980a. Kadiwéu: ensaios etnológicos sobre o saber, o azar e a beleza. Petrópolis, Vozes.

RIBEIRO, D. Uirá sai à procura de Deus: ensaios de etnologia e indigenismo. 3ª ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra.

SIQUEIRA JR., J. G. 1993. “Esse campo custou o sangue dos nossos avós”: a construção do tempo e espaço Kadiwéu. Dissertação de Mestrado em Antropologia Social. São Paulo, USP.

TAUNAY, A. de E. 1931. Entre nossos índios: chanés, terenas, kinikinaus, guanás, laianas, guatós, guaycurus, caingangs. São Paulo, Melhoramentos.

VASCONCELOS, C. A. de. 1999. A questão indígena na Província de Mato Grosso: conflito, trama e continuidade. Campo Grande, UFMS.

Publicado

2007-11-29

Cómo citar

Silva, G. J. da. (2007). Notícias da guerra que não acabou: a Guerra do Paraguai (1864- 1870) rememorada pelos índios Kadiwéu. Fronteiras, 9(16), 83–91. Recuperado a partir de https://ojs.ufgd.edu.br/FRONTEIRAS/article/view/42