Anedotas, fragmentos, trechos, blogs: informações no século XVIII
Resumen
Ao ler a obra de Daniel Roche, sente-se a presença de um enorme conhecimento, mas também - e este é um aspecto de seus escritos que guarda relação com as de Marc Bloch e Lucien Febvre – percebe-se a advertência contra o perigo que assombra qualquer investigação histórica: o anacronismo. Para nós, Históriadores, o anacronismo pode ser considerado como o pecado original. Inconscientemente, tendemos a incorrer num erro fundamental, que é assumir que nossos ancestrais habitavam um mundo mental que se assemelha ao nosso. Eis a razão de, em estudos da sociedade do Antigo Regime, todos os caminhos parecerem levar à Revolução. Daniel Roche soubeevitar essa armadilha porque ele não se apegou aos lugares comuns da história sociocultural. Em vez de ficar em Paris, ele descobriu a “república das letras” nas academias provinciais e, sem negar a importância óbvia dos grandes filósofos, nos apresentou o Iluminismo tal como vivido por um plebeu, o vidraceiro Jacques-Louis Ménétra. A obra inteira de Daniel Roche reflete o cuidado de respeitar o passado naquilo que constitui a sua originalidade, em vez de reduzi-lo a uma perspectiva delimitada pelas preocupações do presente.
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Publicado
2012-09-06
Cómo citar
Darnton, R. (2012). Anedotas, fragmentos, trechos, blogs: informações no século XVIII. Fronteiras, 14(25), 11–17. Recuperado a partir de https://ojs.ufgd.edu.br/FRONTEIRAS/article/view/2662
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