Os povos indígenas e as fronteiras do Extremo Norte
Palavras-chave:
Povos indígenas. Fronteiras. Rio Branco. Roraima.Resumo
Este artigo apresenta uma abordagem sobre o processo de demarcação da fronteira Norte do país, mais especificamente da região hoje compreendida pelo estado de Roraima, à época vale do rio Branco, com o objetivo de verificar como os povos indígenas foram percebidos nesse processo, ou seja, como os portugueses agiram com relação a esses povos em áreas contestadas. A presença de povos indígenas em faixas de fronteiras foi, ao longo da história do Brasil, motivo de debates, ora sendo essa presença considerada de importância vital para a garantia dessas fronteiras, ora como um problema. Ao alegar como um problema, o argumento variava por não serem, esses indígenas, em alguns momentos, considerados “cidadãos nacionais”; pelos constantes deslocamentos, que acarretava em uma outra percepção de território; pelo contingente populacional considerado pouco expressivo, dando margem a outras ocupações; ou ainda, pelos direitos conquistados mais recentemente com relação a demarcação de suas terras. Centraremos nossa análise na segunda metade do século XVIII, nas tentativas da Coroa portuguesa em colonizar o vale do rio Branco e a relação estabelecida com os indígenas dentro de um contexto definido, do Diretório dos Índios.Downloads
Referências
ALMADA, d’. Manoel da Gama Lobo. Descrição relativa ao rio Branco e seu território. Revista do IHGB, Tomo XXIV, n° 4, Rio de Janeiro, 1861.
BRITTO, Carlos Ayres. Relatório. Disponível em: www.stf.gov.br/arquivo/cms/noticiaNoticiaStf/anexo/pet3388CB.pdf. Acesso em: 15/03/2015.
CORRESPONDÊNCIA inédita do governador e capitão geral do Estado do Grão Pará e Maranhão Francisco Xavier Mendonça Furtado. 1751-1759. Rio de Janeiro, IHGB, s/d.
CORTESÃO, Jaime. Alexandre de Gusmão & o Tratado de Madrid. Tomo II. São Paulo: FUNAG; Imprensa Oficial, 2006.
DOMINGUES, Angela. Quando os índios eram vassalos. Colonização e relações de poder no Norte do Brasil na segunda metade do século XVIII. Lisboa: Comissão nacional para as comemorações dos descobrimentos portugueses, 2000.
FARAGE, Nádia. As muralhas dos sertões: os povos indígenas no rio Branco e a colonização. Rio de Janeiro: Paz e Terra; ANPOCS, 1991.
FERREIRA, Alexandre Rodrigues. Tratado histórico do rio Branco. In: AMOROSO, Marta; FARAGE, Nádia (orgs.). Relatos da fronteira amazônica no século XVIII. São Paulo: NHII/USP; FAPESP, 1994.
NABUCO, Joaquim. Annexes du premier mémoire du Brésil. Vol.1. Documents d’origine portugaise. 1903.
NABUCO, Joaquim. O direito do Brasil. Primeira memória. Paris: A Lahure Editor, 1903. (Brasiliana Digital).
SAMPAIO, Francisco X. R. de. Relação geographica historica do rio Branco da America Portugueza. Revista do IHGB, Tomo VI, Vol. 6, Rio de Janeiro, 1844.
TODOROV, T. A conquista da América. 4 Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
VIEIRA, Jaci G. Missionários, fazendeiros e índios em Roraima: a disputa pela terra – 1777 a, 1980. 2 Ed. Boa Vista: Editora da UFRR, 2014.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autoras e autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autoras e autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autoras e autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online, como em repositórios institucionais ou em páginas pessoais, a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).