A(s) identidade(s) dos povos indígenas em diferentes espaços: análise de transformações histórico-sociais
DOI:
https://doi.org/10.30612/frh.v25i45.17112Palavras-chave:
Identidade indígena, Contemporaneidade, Reterritorialização, Dinamicidade cultural, ReconhecimentoResumo
Os povos nativos que habitavam e habitam o território paranaense sofreram com invasões dos colonizadores e dos bandeirantes. As predominâncias territoriais das etnias Kaingang e Guarani foram sendo modificadas pela mobilidade decorrente de fugas por conflitos, expropriações territoriais e ambientais, explorações, miserabilidade,, entre outras. Ocorrem, assim, deslocamentos temporários ou permanentes de grupos indígenas para diversos espaços tal como em perímetro urbano das cidades. Diante disso, este artigo objetiva analisar a identidade dos povos indígenas em diferentes espaços, evidenciando as transformações histórico-sociais ocorridas na contemporaneidade. Para tanto, utilizou-se como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica em periódicos científicos, livros, teses e dissertações por meio das seguintes palavras-chave: identidade indígena nos espaços urbano e rural, cultura indígena, territorialidades e contemporaneidade. Os resultados indicam a presença de segregações e discriminações nos espaços urbanos e rurais com negações da identidade indígena e possibilidades de adaptação cultural. Fatores como a etnia e a identidade dos povos indígenas resistem às mudanças e permanecem independentemente do espaço que ocupam, havendo um processo de reterritorialização e de constituição de família extensa, pois ocorre uma dinamicidade cultural ou intercultural, utilizando a modernidade como meio de visibilidade e de reconhecimento. Portanto, tais resultados visam contribuir com os conhecimentos a respeito da identidade dos povos indígenas e fornecer subsídios para o incentivo da promoção de políticas públicas adequadas ao reconhecimento dos povos indígenas nos espaços dignos de direitos fundamentais.
Downloads
Referências
AMARO, Rogério Roque. Desenvolvimento – um conceito ultrapassado ou em renovação? Da teoria à prática e da prática à teoria. Caderno de Estudos Africanos, n. 4, 2003, p. 35-70. Disponível em: <https://journals.openedition.org/cea/1573?lang=pt>. Acesso em: 03 jun. 2021. DOI: https://doi.org/10.4000/cea.1573
ANDRADE, Manuel Correia De. A questão do território no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Hucitec, 2004. Disponível em: <http://www.tecnologia.ufpr.br/portal/lahurb/wp-content/uploads/sites/31/2017/09/ANDRADE-Manuel-Correia-de_A-Quest%C3%A3o-do-territ%C3%B3rio-no-Brasil.pdf>. Acesso em: 01 jun. 2021.
BAINES, Stephen G. As chamadas “aldeias urbanas” ou índios na cidade. Revista Brasil Indígena, v. 2, n. 7, 2001. Disponível em: <http://biblioteca.funai.gov.br/media/pdf/Folheto55/FO-CX-55-3502-2006.PDF>. Acesso em: 31 maio 2021.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Trad. Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
COMIN - Conselho de Missão entre Índios. Povos indígenas em espaços urbanos: Sateré-Mawé, Terena, Kaingang, Bakairi. Semana dos Povos indígenas 2008, 14 a 20 de abril. São Leopoldo-RS: Editora Oikos, 2008.
FUNAI, Fundação Nacional do Índio. Índios no Brasil: O Brasil indígena (IBGE). Disponível em: <http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/o-brasil-indigena-ibge>. Acesso em: 11 abr. 2020.
FUNAI, Fundação Nacional do Índio. Índios no Brasil: Quem são. Disponível em: <http://www.funai.gov.br/index.php/indios-no-brasil/quem-sao>. Acesso em: 06 jun. 2021.
FURTADO, Celso. Cultura e desenvolvimento em época de crise. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989. Disponível em: <http://arquivos.eadadm.ufsc.br/videos/modulo4/Antropologia/material/A%20Interpretacao%20das%20Culturas.pdf>. Acesso em: 31 maio 2021.
GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. São Paulo: Editora Unesp, 1991.
GIDDENS, Anthony. Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
HAESBAERT, Rogério; LIMONAD, Ester. O território em tempos de globalização. etc..., espaço, tempo e crítica - Revista Eletrônica de Ciências Sociais Aplicadas, v. 1, n. 2 (4), 2007. Disponível em: <https://www.unifal-mg.edu.br/geres/files/territorio%20globaliza%C3%A7ao.pdf>. Acesso em: 31 maio 2021.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.
LADEIRA, Maria Inês; MATTA, Priscila. Terras Guarani no Litoral: as matas que foram reveladas aos nossos antigos avós = Ka´agüy oreramói kuéry ojou rive vaekue y. São Paulo: CTI – Centro de Trabalho Indigenista, 2004.
LAPPE, Emelí; LAROQUE, Luís Fernando da Silva. Indígenas e Natureza: a reciprocidade entre os Kaingang e a natureza nas Terras Indígenas Por Fi Gã, Jamã Tÿ Tãnh e Foxá. Desenvolvimento e Meio Ambiente, v. 34, 2015. DOI: https://doi.org/10.5380/dma.v34i0.37073
LUCIANO, Gersem José dos Santos. O Índio Brasileiro: o que você precisa saber sobre os povos indígenas no Brasil de hoje. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006. Disponível em: <http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/indio_brasileiro.pdf>. Acesso em: 03 jun. 2021.
NOVAK, Éder da Silva; MOTA, Lúcio Tadeu. A política indigenista e os territórios indígenas no Paraná (1900-1950). Fronteiras: Revista de História, v. 18, n. 32, p. 76-97, 2016. Disponível em: <https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/FRONTEIRAS/article/view/5824>. Acesso em: 31 maio 2021.
NUNES, Eduardo Soares. Aldeias urbanas ou cidades indígenas? Reflexões sobre índios e cidades. Espaço Ameríndio, v. 4, n. 1, p. 9-30, jan/jun. 2010. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/EspacoAmerindio/article/view/8289>. Acesso em: 31 maio 2021. DOI: https://doi.org/10.22456/1982-6524.8289
OLIVEIRA, João Pacheco de. O nascimento do Brasil e outros ensaios: pacificação, regime tutelar e formação de alteridades. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2016.
PARELLADA, Cláudia Inês. Vida indígena no Paraná: memória, presença, horizontes. Curitiba: PROVOPAR Ação Social/PR, 2006.
POUTIGNAT, Philippe; STREIFF-FENART, Jocelyne. Seguido de Grupos étnicos e suas fronteiras de Fredrik Barth. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1988.
SANTOS, Milton. Metamorfoses do Espaço Habitado: fundamentos teórico e metodológico da geografia. São Paulo: Hucitec, 1988.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 2002.
SILVA, Angélica Baptista; ANDRADE Filha, Ianê Germano de; BENEVIDES, Katherine Mary Marcelino et al. Cultura dos povos originários da floresta amazônica na gestação e no puerpério: uma revisão de escopo sob o ponto de vista da segurança alimentar e nutricional. Saúde Debate, v. 43, n. 123, p. 1219-1239, 2019. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/sdeb/a/gLgf7Gnd7pBXsZQfXrMvNbw/?lang=pt>. Acesso em: 31 maio 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/0103-1104201912319
STOCK, Bianca Sordi; FONSECA, Tania Mara Galli. Para desacostumar o olhar sobre a presença indígena no urbano. Psicologia & Sociedade, v. 25, n. 2, p. 282-287, 2013. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/psoc/a/TsvsXG6xMrHzTG9qnr4ym6c/?lang=pt>. Acesso em: 31 maio 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-71822013000200005
TOMMASINO, Kimiye. A história dos Kaingáng da bacia do Tibagi: uma sociedade Jê meridional em movimento. 1995. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995. Disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-27102016-121947/publico/1995_KimiyeTommasino.pdf>. Acesso em: 31 maio 2021.
TOMMASINO, Kimiye. Reflexões sobre a territorialidade Kaingang e a importância da inter-trans-disciplinaridade. R. Museu Arq. Etn., n. 27, p.121-134, 2016. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2448-1750.revmae.2016.137289
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Fronteiras
Este trabalho é licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 3.0 Unported License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autoras e autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
- Autoras e autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autoras e autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online, como em repositórios institucionais ou em páginas pessoais, a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).