Em nome de Allah e de Orixá: conexões entre Lagos e Rio de Janeiro nos anos de 1890-1930
DOI:
https://doi.org/10.30612/frh.v24i43.15913Resumo
No Rio de Janeiro, de início do século XX, africanos da nação mina, minoria na cidade, eram conhecidos por professarem tanto o Candomblé quanto a fé muçulmana. Este artigo segue os passos de uma figura central para o grupo mina da cidade, Emanuel Ojô, que liderava e financiava as viagens de seus conterrâneos da cidade de Lagos para o Rio de Janeiro, capital da República brasileira do período, ensinando a religião muçulmana e a inserção no mercado de “feitiços”, levando em consideração as questões políticas tanto de Lagos, que passava pelo chamado “Renascimento/Nacionalismo Yorubá”, quanto do Rio de Janeiro com as transformações sociais da Belle Époque e a perseguição às religiosidades de origem africanas.
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