Evitando que “protetores se tornem predadores”: a ONU pode impedir a prática de abuso e exploração sexual por membros de missões de paz das Nações Unidas?
DOI:
https://doi.org/10.30612/rmufgd.v6i11.6917Resumo
O artigo, utilizando como referencial teórico a visão de Lauren Wilcox sobre o significado dos corpos nas Relações Internacionais e discussões feministas e pós-coloniais, analisa como ocorrem abusos e exploração sexual em missões de paz das Nações Unidas e como a organização tem lidado com esse tema. Essa prática está documentada desde os anos 1990 e afeta principalmente mulheres em crianças em locais com presença de operações de paz da ONU. O artigo conclui que as causas desse fenômeno são três: o contexto local de vulnerabilidade, a forma como os participantes de operações de paz se veem e percebem a comunidade local e a impunidade desfrutada por eles. Concluímos também que a ONU e as missões de paz estão inseridas em uma lógica patriarcal e eurocêntrica na qual os corpos da comunidade local são sexualizados e racializados. Ademais as respostas dadas pela ONU foram reativas e não proativas, dependendo ainda muito da boa vontade dos Estados e oferecendo pouco apoio para os sobreviventes. Conclui-se que a ONU e suas missões de paz estão inseridas em lógicas patriarcais e eurocêntricas onde os corpos dos habitantes locais são racializados e generalizados. No entanto, a Organização teria meios para garantir que essas violações não ocorressem como respostas mais duras como um sistema efetivo de responsabilização e o Fundo para Vítimas, porém mudar o modo como a população local é percebida é necessário para evitar novos casos de abuso e exploração sexual.Downloads
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Publicado
2017-09-23
Como Citar
Martuscelli, P. N., Rinaldi, A. L., & Rinaldi, A. L. (2017). Evitando que “protetores se tornem predadores”: a ONU pode impedir a prática de abuso e exploração sexual por membros de missões de paz das Nações Unidas?. Monções: Revista De Relações Internacionais Da UFGD, 6(11), 215–249. https://doi.org/10.30612/rmufgd.v6i11.6917
Edição
Seção
Artigos Dossiê - Feminismos, Gênero e Relações Internacionais
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