Potencial mitigação da mudança climática a partir da adoção de novos hábitos na cidade de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.55761/abclima.v34i20.17210Palavras-chave:
Hábitos de consumo, Mudança climática, Mudanças de comportamento, Pegada de carbonoResumo
No que concerne à mudança climática, não só ações governamentais e empresariais fazem parte da sua mitigação, mas comportamentos civis voltados a estilos de vida de baixo carbono são essenciais. Assim, este trabalho visa estimar a potencial redução da pegada de carbono de um paulistano a partir da adoção de mudanças de comportamento. Por meio de uma revisão bibliográfica e do uso de ferramentas de inventários de ciclo de vida, foram coletados dados sobre a intensidade de consumo de produtos e serviços pelos paulistanos e sua respectiva emissão de gases de efeito estufa e foram conduzidas entrevistas com a população para definir comportamentos capazes de reduzir a pegada de carbono na cidade. Os resultados mostraram que práticas de redução direta do consumo, como economia de energia, são mais viáveis e que a potencial redução da pegada de carbono para um paulistano é de 46,87% - ou seja, este percentual reflete a diferença entre a pegada de carbono média atual e reduzida dos paulistanos, respectivamente estimadas como 4,16 e 2,2 tCO2e/ano. A pegada de carbono atual dos paulistanos é similar à média global (4,0 tCO2e/cap.ano), mas há necessidade de adoção de hábitos menos carbono intensivos para cumprir a meta do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura do planeta a 2°C até 2100. Para tal, a pegada de carbono média global deve ser reduzida a 2,0 tCO2e/cap.ano até 2050, e este estudo estimou que, se adotados novos comportamentos, a pegada de carbono de um paulistano pode ser reduzida a 2,2 tCO2e/cap.ano.
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