Intensidade, magnitude e evolução diária da ilha de calor atmosférica em cidades de pequeno porte: análise simultânea a partir das Zonas Climáticas Locais (LCZs)
DOI:
https://doi.org/10.55761/abclima.v30i18.14882Palavras-chave:
Clima urbano, Zona Climática Local, Ilha de calor urbana, Cidades pequenas.Resumo
Este artigo versa sobre as ilhas de calor atmosféricas constatadas simultaneamente em duas cidades inseridas numa mesma região climática. Trazendo uma comparação relativa, considerou-se feições urbanas similares em Presidente Venceslau e Santo Anastácio (SP), adaptando-se a classificação das Zonas Climáticas Locais (LCZs), que foram confrontadas com os seus respectivos entornos rurais, ambos caracterizados como construções baixas dispersas com vegetação arbórea e rasteira (LCZ 9BD). Valendo-se dos conceitos de intensidade e magnitude da ilha de calor urbana (ICU) da atmosfera inferior, a análise centrou-se em dois meses do ano de 2017, julho e dezembro, articulando-se à sazonalidade climática regional. As Zonas Climáticas Locais compactas de baixa elevação com vegetação espaçada (LCZ 3B) dessas cidades apresentaram anomalias térmicas díspares quanto à frequência, intensidade e duração da ICUucl pois a manifestação do fenômeno depende, além das feições das superfícies urbanizadas, das características geomorfométricas e da geometria solar que fornecem aos locais sua individualidade climática, sob os diferentes sistemas atmosféricos atuantes. Os resultados demonstram que, apesar da uniformidade entre as feições, o pico da ICUucl não foi coincidente nos meses analisados, sendo que julho registrou o fenômeno noturno e fraca e moderada magnitudes (entre 0,1 e 4 °C) em episódios isolados, enquanto que dezembro caracterizou-se pela manifestação diurna de moderada, forte e muito forte magnitudes, cujas intensidades variaram entre 0,1 a 6,2 °C.
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