Classificação dos tipos de ciclones sobre o Oceano Atlântico Sul em projeções com o RegCM4 E MCGs

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55761/abclima.v30i18.14603

Palavras-chave:

Transição tropical. Ciclones tropicais. Ciclones extratropicais. Mudanças climáticas.

Resumo

Este estudo tem como objetivo classificar os tipos de ciclones sobre o oceano Atlântico Sul em três projeções do Regional Climate Model (RegCM4), bem como nos modelos globais (MCGs) que forneceram as condições de fronteira para o regional, e identificar sistemas que fazem transição para tropical (TT). O cenário climático utilizado é o RCP8.5. A classificação dos tipos de ciclones envolve a utilização de três algoritmos: o primeiro para identificar e rastrear os ciclones no oceano Atlântico Sul com base na vorticidade relativa em 925 hPa; o segundo para fornecer as características térmicas dos ciclones através da metodologia do Cyclone Phase Space e o terceiro para separar os ciclones com base em suas características térmicas. Considerando o período de 2020-2050 (2051-2080), o ensemble dos MCGs e do RegCM4 projetam ligeira redução (aumento) na frequência de ciclones tropicais quando comparados ao clima presente (1979-2005). Para os ciclones extratropicais é projetada tendência de diminuição da frequência. Uma das hipóteses iniciais do estudo era que num cenário de aquecimento, haveria um incremento no número de TT, entretanto os resultados obtidos não indicam mudança na frequência desses sistemas já que tanto no clima presente quanto futuro o número de transições é de ~2,8 sistemas por década em ambos os ensembles.

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Biografia do Autor

Vitor Hugo Marrafon, Instituto de Recursos Naturais, Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)

Bacharel em Ciências Atmosféricas pela Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), Mestre em Meio Ambientes e Recursos Hídricos na mesma instituição. Prestador de servições para empresa Climatempo - a stormgeo company, atuando na equipe de modelagem atmosférica. Experiência com o modelo RegCM4, WRF e linguagens de programação/frameworks como: Fortran, Python, GRADs, CDO, wgrib e Shell Script. Atua principalmente nas áreas de eventos extremos, mudanças climáticas, ciclones e modelagem.

Michelle Simões Reboita, Instituto de Recursos Naturais, Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI)

Graduada em Geografia (Bacharelado, 2001) e mestre em Engenharia Oceânica (2004) pela Fundação Universidade Federal do Rio Grande - FURG; doutora em Meteorologia pela Universidade de São Paulo - USP (2008). Realizou dois pós-doutorados em Meteorologia pela USP, sendo um sanduíche com a Universidade de Vigo (Espanha). Foi associada júnior do Abdus Salam International Centre for Theoretical Physics da Itália entre 2013 e 2016 e de 2018 ao presente é associada regular. É docente do Instituto de Recursos Naturais (IRN) da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), orientadora do programa de mestrado em Meio Ambiente e Recursos Hídricos da UNIFEI, coordenadora do grupo de Pesquisa e Extensão em Políticas Socioamientais (GPEPSA-UNIFEI-CNPQ) e pesquisadora do IRN, do Grupo de Estudos Climáticos (GrEC) do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP e do Núcleo de Apoio à Pesquisa em Mudanças Climáticas (INCLINE) da USP. Atua em diferentes linhas de pesquisa e extensão com grupos nacionais e internacionais (por exemplo, Espanha, Itália, Suécia e Paquistão).Tem experiência na coordenação de projetos financiados pelos principais órgãos de fomento do país bem como em projetos de pesquisa e extensão tecnológica financiados pelo setor elétrico. Foi coordenadora do curso de Ciências Atmosféricas da UNIFEI de 2015 a 2017 e coordenadora adjunta de 2018 a março de 2020; membro da Câmara de Assessoramento de Recursos Naturais, Ciências e Tecnologias Ambientais (CRA) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) de 2016 a 2018. Desde 2017 é editora assistente da Revista Brasileira de Meteorologia, desde setembro de 2020 é consultora regional do World Climate Research Programme (WCRP) e desde outubro de 2021 integra o grupo de monção das américas do WCRP. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Meteorologia Sinótica, Climatologia e Modelagem Climática.

Rosmeri Porfírio da Rocha, Departamento de Ciências Atmosféricas, Universidade de São Paulo (USP)

Possui graduação em Meteorologia pela Universidade de São Paulo (1988), mestrado em Meteorologia pela Universidade de São Paulo (1992) e doutorado em Meteorologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (1999). Atualmente é professor do Depto. de Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Climatologia e climatologia dinâmica, atuando principalmente nos seguintes temas: simulação climática regional, jato de baixos níveis, previsão climática, climatologia, estudos da diâmica e previsão numérica de ciclogêneses sobre a América do Sul.

Eduardo Marcos de Jesus, Departamento de Ciências Atmosféricas, Universidade de São Paulo (USP)

Possui graduação em Meteorologia pela Universidade de São Paulo (2012) e mestrado em Meteorologia pela Universidade de São Paulo (2014), atuando principalmente nos seguintes temas: frente fria, climatologia, simulações , regcm4 e banco de dados.

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Publicado

16-02-2022

Como Citar

Marrafon, V. H., Reboita, M. S., da Rocha, R. P., & de Jesus, E. M. (2022). Classificação dos tipos de ciclones sobre o Oceano Atlântico Sul em projeções com o RegCM4 E MCGs. Revista Brasileira De Climatologia, 30(18), 1–25. https://doi.org/10.55761/abclima.v30i18.14603

Edição

Seção

Artigos