ESPAÇOS LIVRES, A PERCEPÇÃO DO CALOR EM UMA CIDADE CONTINENTAL, O INVERNO DE 2018 – DOURADOS (MS / BRASIL)
Resumo
Compreender a percepção climática dos transeuntes e frequentadores de espaços livres da cidade de Dourados (MS), Brasil, levando em consideração a avaliação do (des)conforto térmico, é o objetivo ora proposto. O estudo refere-se ao inverno de 2018. A escolha pelo inverno se dá em função do registro de grandes amplitudes térmicas, decorrente de sistemas tropicais mTc (Massa Tropical Continental) e mTa (Massa Tropical Atlântica) em alternância com a mPa (Massa Polar Atlântica) e frentes frias. Foram realizadas coletas de dados de temperatura do ar, umidade relativa e velocidade do vento na escala horária, a qual é a mais adequada aos objetivos da pesquisa. Questionários foram aplicados em transeuntes e frequentadores dos espaços analisados. As informações foram correlacionadas com a condição da circulação atmosférica regional, condição que permitiu a identificação das condições predominantes do tempo quando da realização do estudo. Observa-se que as condições de conforto térmico são mais favoráveis no início da manhã, o tempo se mostrou mais agradável com temperaturas amenas que variaram de 16,8ºC até 22,9ºC. As máximas de temperatura do dia alcançaram os valores de 31,47ºC até 38,26ºC, provocando um desconforto (26 < ID ≥ 28). A máximas da umidade do ar variaram de 44,48% a 73,84%, com mínimas de 15% a 30,96%. A velocidade do vento oscilou entre 8,4m/s de máxima e mínimas de 0 m/s. No período analisado não foi registrado IDT de muito desconforto (ID ≥ 28), mas chama atenção o registro de IDT (26 < ID ≥ 28) no período do inverno. Observa-se a importância do padrão construtivo na determinação da percepção do calor. Espera-se que o estudo colabore a proposição de políticas públicas, com pesquisas de clima urbano de cidades continentais, essencialmente aquelas que apresentam temperaturas elevadas em grande parte do ano.Downloads
Referências
ANDRADE, C. S.P. de. A Climatologia da Cidade de Teresina-PI: as variantes topoclimáticas dos espaços livres. Tese. Recife, 2009.
COUTINHO, M. D. L.; SANTOS, T. S. DOS; GOMES, A. C. DOS S.; SILVA, A. R.; COSTA, M. DA S.; MORAIS, M. D. C. DE. O Microclima E O (Des)Conforto Térmico Em Ambientes Abertos Na Cidade De Natal. Hygeia - Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde. V. 10, n. 19, p. 65 - 73, 17 dez. 2014.
DUMAZEDIER, J. Lazer e cultura popular. São Paulo: Perspectiva, 1973.
FANTE, Karime Pechutti; DUBREUIL, Vincent e SANT’ANNA NETO, João Lima. Avaliação comparativa entre metodologias de identificação de situações de conforto térmico humano aplicado ao contexto tropical, Presidente Prudente/Brasil. Revista Brasileira de Climatologia. Ano 13, Vol. 21, Jul/Dez de 2017.
FIETZ. C.R.; FISCH, G.F. O clima da Região de Dourados, MS – Embrapa (MS), Documentos 92 – 2º Edição, abril de 2008.
FIETZ. C.R; FISCH, G.F; CAMUNELLO. E; FLUMIGNAN. D.L. O clima da Região de Dourados, MS – Empraba (MS), Documentos 138 – 3º Edição, versão atualizada, novembro de 2017.
GOBO, J. P. de A. Bioclimatologia Subtropical E Modelização Do Conforto Humano: da escala local à regional. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo – SP, 2017.
GOMES, S. de T. Clima Urbano de Dourados (MS): uma análise a partir do processo de urbanização. 2012. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados/MS.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Brasileiro de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).
LIMA, V; AMORIN, M. C. de C. T. A Importância das Áreas Verdes para a Qualidade Ambiental das Cidades. Revista Formação, nº13, p. 139 – 165, 2006.
LOPES, L. C. S.; JARDIM, C. H. Variações de temperatura e umidade do ar em área urbana e rural durante o seguimento temporal de inverno de 2011 em Contagem e Betim (MG). Acta Geográfica. v. 1, p. 205-2221, 2012.
LOMBARDO, M. A. Ilha de Calor das Metrópoles: o exemplo de São Paulo. Editora Hucitec, São Paulo, 1985.
RAMPAZZO, C. R; SANT’ANNA NETTO, J. L. Clima e Qualidade Ambiental Urbana em Alfredo Marcondes/SP: análise em episódio de inverno. REVISTA GEONORTE, Edição Especial 2, V.2, N.5, p. 194– 206, 2012.
OKE, T. R. Boundary Layer Climates. London: Methuem& Ltd. A. Halsted Press Book, John Wiley & Sons, New York, 1978, p. 372.
REMELLI, A. G. A Percepção do Clima e os Usos dos Espaços Livres na Cidade de Dourados–MS/Brasil. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal da Grande Dourados. Dourados, 2019.
REMELLI, A. G.; SILVA, C. A. Critérios para escolha de espaços livres visando estudos de clima urbano e a percepção do clima e tipos de tempo. In: XIII Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica. 2018, Juiz de Fora. XIII Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica: A Climatologia Geográfica Brasileira: o ensino, os métodos, as técnicas e os desafios para o século XXI. Anais eletrônicos. Juiz de Fora (MG): ABClima/UFJF, 2018. p. 330-340.
Disponível em: www.abclima.ggf.br/sbcg2018/site/anais/arquivos/323/d40ad28b80089048d014906db7287352.pdf. Acesso em 14 Fev. 2019.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo. Hucitec. 1999.
SANTOS, J. S., SILVA, V. P. R, SILVA, E.R., ARAUJO, L.E.; COSTA, A. D. Campo térmico urbano e a sua relação com o uso e cobertura do solo em cidade tropical. Revista Brasileira de Geografia Física, Recife-PE, v. 5, n. 3, p. 540-557, 2012.
SANTOS, V. A. dos. Sistema Clima Urbano e Ritmo Climático de Dourados (MS): os subsistemas físico-químico e termodinâmico. Qualificação da Tese, Universidade Federal da Grande Dourados. Dourados –MS, 2018.
SARTORI, M. da G. B. Clima e Percepção Geográfica: fundamentos teóricos à percepção climática e á bioclimatologia humana. Gráfica Editora Pallotti. Santa Maria, 2014.
SILVA, J. F. da. FERREIRA, H. dos S. SANTOS, Marcelo Olímpio dos. Considerações Sobre os Estudos em Clima Urbano. Revista GEAMA, Recife, v.1, n.2, mês – setembro, 2015.
SCHNEIDER, H; SILVA, C. A. da. Revista Eletrônica da Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Três Lagoas/MS – nº 16 – Ano 9, novembro, 2012.
THOM, E.C. The Discomfort Index. Weatherwise, Boston, 12(1), p. 57-60, 1959.
TROPPMAIR, H; GALINA, M. H. Território & Cidadania. Ano III, Número 2, julho – dezembro de 2003.
VIANA, S. S. M. Conforto térmico nas Escolas Estaduais de Presidente Prudente/SP. Tese (Doutorado). Universidade Estadual Paulista “ Júlio de Mesquita Filho”. Presidente Prudente, 2012.
ZAVATTINI. J. A. As chuvas e as massas de ar no estado de Mato Grosso do Sul: estudo geográfico com vista à regionalização climática. São Paulo. Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. p. 212
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A aprovação dos artigos implica a aceitação imediata e sem ônus de que a Revista Brasileira de Climatologia terá exclusividade na primeira publicação do artigo. Os autores continuarão, não obstante, a deter os direitos autorais. Os autores autorizam também que seus artigos sejam disponibilizados em todos os indexadores aos quais a revista está vinculada.
Os autores mantém seus direitos de publicação sem restrições
A Comissão Editorial não se responsabiliza pelos conceitos ou afirmações expressos nos trabalhos publicados, que são de inteira responsabilidade dos autores.
A Revista Brasileira de Climatologia oferece acesso livre imediato ao seu conteúdo, seguindo o entendimento de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização do conhecimento e tende a produzir maior impacto dos artigos publicados. Os artigos publicados na revista são disponibilizados segundo a Licença Creative Commons CC-BY-NC 4.0 (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/). Segundo essa licença é permitido acessar, distribuir e reutilizar os artigos para fins não comerciais desde que citados os autores e a fonte. Ao submeter artigos à Revista Brasileira de Climatologia, os autores concordam em tornar seus textos legalmente disponíveis segundo essa licença