GEOGRAFIA FÍSICA CRÍTICA, TOPOCLIMATOLOGIA ANDINA E O EXTRATIVISMO MINEIRO NO SALAR DE ATACAMA
DOI:
https://doi.org/10.5380/abclima.v0i0.64776Palavras-chave:
Lítio, Comunidades Indígenas, Conflitos Socioambientais, Adaptação, Mudanças ClimáticasResumo
A imposição de redes, estratégias e práticas de produção territorial por estados e empresas transnacionais estão reduzindo a resiliência das comunidades no que diz respeito aos eventos climáticos mais extremos. Nesse contexto, o presente artigo explora a atual luta das comunidades indígenas que resistem à mineração de lítio no Salar de Atacama, em meio ao Deserto do Atacama. A extracção de água através de poços profundos nos graus superiores do relevo, além de seu uso para produzir e industrializar o lítio estão ameaçando a sobrevivência de algumas comunidades andinas representantes da etnia atacameña. A partir da Geografia Física Crítica e da Climatologia Cultural, pretende-se contrapor o cosmopolitismo dos modelos de mudança do clima e sua falta de especificidade geográfica, sem a qual não é possível compreender a epistemologia, a ontologia e as metodologias de adaptação a tais mudanças. A climatologia geográfica cultural pode aprender muito a partir das formas, processos e estruturas de adaptação às mudanças e variabilidades apresentadas pelas comunidades que, em seu cotidiano, enfrentam os desafios causados pelas perturbações dos sistemas naturais e socioeconômicos em seus territórios, reconfigurando a disposição e o acesso aos recursos tradicionais. Caso não haja uma integração e coprodução entre as áreas científicas e populares, o conhecimento local dos topoclimas, as formas de adaptação às mudanças e variabilidades climáticas, e até mesmo as próprias comunidades tradicionais correm o risco de desaparecer devido à agressividade e à crescente presença de atores externos de natureza colonizadora.Downloads
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