Produção e comercialização de alimentos frente a legislação vigente: o caso do mercado popular de São Gabriel da Palha–ES
DOI:
https://doi.org/10.30612/mvt.v6i11.10764Palavras-chave:
Legislação. Mercado. Produção. Comercialização.Resumo
Este trabalho tem como objetivo apresentar a experiência de produção e comercialização das famílias camponesas vinculadas ao Mercado Popular de Alimentos de São Gabriel da Palha, Espírito Santo, e os desafios enfrentados por estas diante das exigências jurídicas frente a legislação sanitária em vigor. Considerando que a produção livre de agrotóxicos se tornam cada vez mais um clamor e essencial para a vida humana, esse trabalho possibilitara, recolocar o debate sobre as formas de organização da produção e por sua vez os processos de comercialização dos alimentos, que no caso do Mercado Popular encontra obstáculos legislativos no que tange a forma camponesa de produzir, por conta da lógica capitalista de produzir hegemonizada pelo agronegócio, que impôs sobre as demais formas, um processo de padronização e homogeneização dos alimentos, produzindo um padrão alimentar imposto pelas grandes empresas, onde não se leva em consideração a saúde humana, o bem-estar social e a função social da produção em detrimento do lucro. Através desse processo, a produção camponesa é cada vez mais criminalizada e excluída dos mercados locais. O método utilizado nesta pesquisa, está baseado na revisão bibliográfica, entrevistas com famílias vinculadas ao Mercado, e entrevistas com os consumidores dos alimentos vendidos no Mercado. O resultado obtido, nos evidenciou que a regra imposta pela legislação não dialoga com o cenário atual, que é de escassez de alimentos, tão pouco com as condições de produção das famílias, não se valorizando as identidades, as formas de cultura e os saberes populares acumulados no espaço tempo.
Downloads
Referências
AGRIC. O que é CEASA? Disponível em: www.agric.com.br. Acessado em 27 fev. 2018.
ALMEIDA-MURADIAN, Ligia Bicudo de. Vigilância Sanitária: tópicos sobre legislação e análise de alimentos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
BANCO MUNDIAL. Rising global interest in farmland: Can it yield sustainable and equitable benefits? Washington D.C., 07 de setembro de 2010. Brasil. Disponível em:https://issuu.com/world.bank.publications/docs/9780821385913. Acesso:25 abr.2018.
BRASIL. Constituição (1988). Vade mecum Saraiva. 21.ed. atual e ampl. São Paulo: Saraiva. 2016.
BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/legislacao/ lei8080_190990.htm. Acessado em 27 nov.2019.
BRASIL. Lei. nº 9.782 de 26 de janeiro de 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/ L9782.htm. Acessado em 27 nov. 2019.
CAMPELO, Lilian. Terras na região do Cerrado viram alvo de especuladores. Brasil de fato: uma visão popular do Brasil e do Mundo. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2017/02/06/terras-na-regiao-do-matopiba-viram-alvo-de- especuladores/. Acesso: 13 abr. 2018.
DELGADO, Guilherme Costa. Economia do agronegócio (2000) como pacto de poder com os donos da terra. Revista da Associação Brasileira de Reforma Agrária, p. 60-68, jul. 2013. Edição especial. Disponível em:http://www.reformaagrariaemdados.org.br.pdf. Acesso: 12 abr. 2018.
CALDART, Roseli Salete; PEREIRA, Isabel Brasil; ALENTEJANO, Paulo; FRIGOTTO, Gaudêncio. (Org.). Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012.
ESTEVE, Esther Vivas. O negócio da Comida: quem controla nossa Alimentação? 1.ed. São Paulo. Expressão Popular, 2017.
FISCHER, Augusto. Percepção das normas da vigilância Sanitária pelos Agricultores Familiares de Joaçaba, Herval D’Oeste e Luzerna. Artigo. 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20032012000300007. Acesso:23 nov.2017.
KÜNZLI, Willi Sebastian. Investimento estrangeiro em Terras no Brasil à Luz do Direito Internacional. 2015. Dissertação (Mestrado em Direito Internacional) - Faculdade de Direito,USP, São Paulo. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2135/tde- 17122015-081241/pt-br.php. Acesso: 19 marc.2018.
LEFF, E. Agroecologia e saber ambiental. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, Porto Alegre, v. 3, n. 1, p. 36-51, jan.-mar. 2002.
LUCCI. P. H. G. Geografia dos Alimentos no Espírito Santo. 2013. 245 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Centro de Ciências Humanas e Naturais, Universidade Federal do Espírito Santo. Vitória. 2013.
MATIELO, Cristina. Impasses da comercialização de alimentos da agricultura camponesa em função da legislação vigente: um estudo do mercado popular de alimentos em são gabriel da palha - ES. 2018. 103 f. (Monografia em Direito) – Universidade Estadual de Feira de Santana – Bahia 2018.
NOLETO, Rodrigo Almeida. A produção brasileira de alimentos e as dificuldades enfrentadas para sua regularização sanitária. Artigo. Cerratinga. 2016. Disponível em: http://www.ispn.org.br/a-producao-brasileira-de-alimentos-e-as-dificuldades-enfrentadas- para-sua-regularizacao-sanitaria/. Acessado em 27 fev. 2018.
PLOEG, Jan Douwe Van Der. Camponeses e impérios alimentares: lutas por autonomia e sustentabilidade na era da globalização. Porto Alegre. Editora da UFRGS, 2008.
ROZENFELD, Suely (org.). Fundamentos da Vigilância Sanitária. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ, 2000.
SANTOS, Claudinei Lucio Soares. O processo de estrangeirização de terras no brasil, como forma de reprodução do capital na agricultura: uma análise sobre os aspectos jurídicos e legislativos. 2018. 86 f. (Monografia em Direito) – Universidade Estadual de Feira de Santana – Bahia 2018.
SAUER, Sérgio; LEITE, Sergio Pereira. Expansão agrícola, preços e apropriação de terra por estrangeiros no Brasil. Rev. Econ. Sociol. Rural [online]. 2012, vol.50, n.3, p.503-524. Disponível em: http://www.scielo. br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-20032012000300007. Acesso:23 nov.2017.
ZIEGLER, Jean. Destruição em massa: geopolítica da fome. São Paulo: Cortez, 2013.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores devem aceitar as normas de publicação ao submeterem a revista, bem como, concordam com os seguintes termos:
(a) O Conselho Editorial se reserva ao direito de efetuar, nos originais, alterações da Língua portuguesa para se manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
(b) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 3.0 Brasil (CC BY-NC-SA 3.0 BR) que permite: Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato e Adaptar — remixar, transformar, e criar a partir do material. A CC BY-NC-SA 3.0 BR considera os termos seguintes:
- Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
- NãoComercial — Você não pode usar o material para fins comerciais.
- CompartilhaIgual — Se você remixar, transformar, ou criar a partir do material, tem de distribuir as suas contribuições sob a mesma licença que o original.
- Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.