Equação de chuvas intensas de longa duração para Santa Catarina, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55761/abclima.v33i19.17062

Palavras-chave:

Evento extremo, desastres naturais, inundação, drenagem

Resumo

Estimativas confiáveis de chuvas extremas de longa duração são importantes para o conhecimento dos riscos de desastres naturais como inundações e deslizamentos. No Brasil existem poucos estudos sobre riscos de eventos extremos de chuvas de longa duração. As equações IDF disponíveis somente permitem estimar chuvas intensas com duração inferior a 24h. Este estudo teve como objetivo ajustar as equação Intensidade-Duração-Frequência (IDF) para chuvas com duração de uma dez dias para o estado de Santa Catarina. Foram utilizadas 176 estações pluviométricas com séries de dados superior a 30 anos. Foram estimadas as chuvas máximas com duração de um a dez dias e períodos de retorno de 2, 5, 10, 20, 25, 50 e 100 anos. Foram ajustados os coeficientes da equação de chuvas intensas. Os índices de desempenho confirmaram o bom ajuste das equações, com R² superior a 0,969 e Coeficiente de Nash-Sutcliffe superior a 0,928. O coeficiente K mostrou maior variação entre os coeficientes da equação de chuvas intensas dados com maiores valores no litoral norte do estado. As chuvas intensas apresentam variação espacial, com maiores valores observados nas regiões do Litoral Norte e Extremo Oeste do estado e menores valores na região do Médio Vale do Itajaí. As equações IDF permitem obter as estimativas para chuvas com duração de um a dez dias e período de retorno de 2 a 100 anos, podendo ser usadas na estimativa dos riscos de eventos extremos para o Estado de Santa Catarina.

 

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Biografia do Autor

Álvaro José Back, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri)/Estação Experimental de Urussanga

Possui graduação em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Catarina (1986), mestrado em Engenharia Agrícola pela Universidade Federal de Viçosa (1989), doutorado em Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1997) e Pós-Doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2017). Atualmente é professor titular da Universidade do Extremo Sul Catarinense e pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Hidrologia, atuando principalmente nos seguintes temas: precipitação, hidrologia, agrometeorologia, chuvas intensas e drenagem, erosão e hidrossedimentologia, manejo e conservação do solo.

Beatriz Back, Programa de Pós Graduação em Epidemiologia/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Possui graduação em Biomedicina pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul(2021) e ensino-medio-segundo-graupelo Colégio Marista Criciúma(2016).

Luísa Back, Programa de Pós Graduação em Epidemiologia/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Possui graduação em Estatística pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul(2017), mestrado em Epidemiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul(2020) e ensino-medio-segundo-graupelo Colégio Marista Criciúma(2012). Atualmente é Bolsista de Pesquisa do Estudo ELSA-Brasil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Probabilidade e Estatística, com ênfase em Estatística.

Gabriel da Silva Souza, Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais/Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc)

Catarinense natural de Criciúma/SC, mestrando em Ciências Ambientais e graduado em Engenharia de Agrimensura pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), possui experiência na área de Engenharia e Geoprocessamento, atuando principalmente nos seguintes temas: SIG (Sistema de informação geográfica), Cadastro, Cartografia, Topografia e Geodésia.

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Publicado

30-07-2023

Como Citar

Back, Álvaro J., Back, B., Back, L., & Souza, G. da S. (2023). Equação de chuvas intensas de longa duração para Santa Catarina, Brasil. Revista Brasileira De Climatologia, 33(19), 189–207. https://doi.org/10.55761/abclima.v33i19.17062

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