O efeito do uso e ocupação da terra sobre o clima: comparação entre duas estações meteorológicas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55761/abclima.v32i19.16638

Palavras-chave:

Vegetação e clima. Mudanças climáticas. Planejamento de zonas urbanas e suburbanas

Resumo

Este trabalho analisou as diferenças existentes entre duas estações meteorológicas distantes 16 km uma da outra e situadas em uma mesma região metropolitana, porém com entornos distintos com relação ao uso e cobertura da terra: uma em uma área urbanizada (Curitiba, PR), outra no meio suburbano (Colombo, PR). Foram analisados os dados diários de, aproximadamente, 6 anos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e utilizada a ANOVA para comparar os dados. Apesar da pequena distância entre as estações e da altitude similar, houve uma diferença na temperatura média anual de 0,8oC, que se acentua no inverno e no mês de julho, onde esta diferença chega a 1,4 oC, para a média das mínimas, e de 1,5 oC para o ponto de orvalho. Além do fato da temperatura ser mais baixa na estação de Colombo, a umidade relativa é quase 20% maior. Esta diferença pode ser justificada pela presença de vegetação (83%) e pequena área urbanizada (17%) na área suburbana de Colombo, comparado a área de Curitiba com pouca vegetação (3%) e muita área urbanizada (97%). Este tipo de estudo fornece subsídio para o planejamento do meio urbano e rural, especialmente para as grandes cidades ou conglomerados urbanos.

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Biografia do Autor

Elenice Fritzsons, Embrapa Florestas, Colombo – PR

Possui graduação em Engenharia Agronômica pela Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz, mestrado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (1999) e doutorado em Engenharia Florestal pela Universidade Federal do Paraná (2003). Atualmente é pequisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Tem experiência em docência na graduação (Ciência e Tecnologia, Recursos Naturais) e na pós-graduação (Avaliação de Impacto Ambiental e Metodologia Científica). Atua em pesquisas na área de zoneamento florestal (zoneamento ecológico-econômico), clima, ecologia, conservação de bacias hidrográficas, uso e ocupação do solo, qualidade da água, análise da paisagem, análise de impactos ambientais.

Marilice Cordeiro Garrastazú, Embrapa Florestas, Colombo – PR

Possui graduação em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Santa Maria (1999), graduação em Letras - Língua Portuguesa e Lit Brasileira pela Universidade da Região da Campanha (1991) e mestrado em Engenharia Agrícola (Área de concentração: Sensoreamento Remoto) pela Universidade Federal de Santa Maria (2001). Atualmente é pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Tem experiência na área de Engenharia Agrícola, com ênfase em Sistema de Informações Geográficas, atuando principalmente nos seguintes temas: zoneamento, análise da paisagem, geotecnologias aplicadas ao monitoramento florestal.

Marcos Silveira Wrege, Embrapa Florestas, Colombo – PR

Formado em Agronomia pela Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista - FCA/Unesp (1991), tem mestrado em Agronomia (Irrigação e Drenagem) pela FCA/Unesp (1995) e doutorado em Agronomia (Produção Vegetal) pela Universidade Estadual de Maringá - UEM (2004). Fez o Ensino Fundamental na Escola Waldorf Rudolf Steiner. Sua área de atuação é a Agrometeorologia, trabalhando de forma multidisciplinar com outras áreas do conhecimento, para a criação de índices e indicadores que deem subsídios a políticas públicas voltadas à conservação e uso de espécies florestais nativas e para elaboração de zoneamentos de riscos climaticos. As subáreas de atuação são: mudanças climáticas globais e seus impactos sobre as florestas; modelagem da distribuição de espécies; uso de sistemas de informações geográficas em análises espaciais, no planejamento de uso e ocupação da terra e na predição de ocorrência de espécies; avaliação de riscos climáticos e análise de tendências de séries climáticas temporais. Entre 1996 e 2001, realizou trabalhos no Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR, por meio de um convênio com a "Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos" - Finatec / MAPA. É pesquisador da Embrapa desde 2001, onde trabalhou na Embrapa Clima Temperado, entre 2001 e 2008, e Embrapa Florestas desde 2008 até o momento . Assessorou a Secretaria de Política Agrícola - SPA, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA na execução do Zoneamento de Riscos Climáticos para o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária - PROAGRO, entre os anos de 2007 e 2010. Coordena projetos, entre os quais o de estudos sobre a influência das mudanças climáticas globais na distribuição e conservação de espécies nativas, entre as quais araucária e erva-mate. Os principais artigos publicados são referentes à criação de índices de riscos climáticos e ao estudo sobre a influência das mudanças climáticas globais na conservação, distribuição e habitat da araucária (Araucaria angustifolia), entre os quais: Risco de ocorrência de geada na região Centro-Sul do Brasil; Climate change and conservation of Araucaria angustifolia in Brazil e Predicting current and future geographical distribution of Araucaria in Brazil for fundamental niche modeling.

Luiz Eduardo Mantovani, Departamento de Geologia da Universidade Federal do Paraná

Iniciou a graduação em 1971 no Curso de Geologia da USP e possui graduação em Geologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1975), mestrado em Géologie des Ensembles Sédimentaires – Université Claude Bernard – Lyon I (1977), especialização em gestão territorial pela UNESCO/Universidade de Montpellier II (1978) e doutorado em Géologie des Ensembles Sédimentaires – Université Claude Bernard Lyon I (1980). Atuou na Embrapa Semi-Árido (1981-1987) e Embrapa Monitoramento por Satélite (1981-1987). Foi professor doutor do Departamento de Ecologia Geral do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo – USP/IB. Entre 1994/95 analisou para a EMBRAPA/CREA-Campinas/Ministério Público SP o EIA/RIMA de prolongamento da Rodovia Bandeirantes levando a alteração do traçado pretendido paralelo à rodovia Anhangüera para o atual percurso. Foi chefe do Depto. de Geologia -UFPR durante o período 2003-2005. Atualmente é professor associado doutor IV da Universidade Federal do Paraná. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geologia Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: recursos hídricos, análise ambiental, análise da paisagem, sensoriamento remoto, gestão territorial e impactos ambientais. Diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente e Desenvolvimento ? NIMAD da Universidade Federal do Paraná- UFPR de 2014 a 2017 e membro ativo do Centro de Apoio Científico em Desastres ? CENACID, uma unidade especial do NIMAD. , Coordenador do Laboratório de Pesquisas Hidrogeológicas – LPH do Departamento de Geologia – UFPR período de 2014 a 2017, representante (suplente) da UFPR no Fórum Paranaense de Mudanças Globais, Coordenador do Laboratório de Fotogeologia – UFPR, membro da Sociedade Brasileira de Geologia – SBG, União da Geomorfologia Brasileira

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Publicado

27-04-2023

Como Citar

Fritzsons, E., Garrastazú, M. C., Wrege, M. S., & Mantovani, L. E. (2023). O efeito do uso e ocupação da terra sobre o clima: comparação entre duas estações meteorológicas . Revista Brasileira De Climatologia, 32(19), 566–583. https://doi.org/10.55761/abclima.v32i19.16638

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