Análise socioambiental da morbidade da malária em Manaus, Amazonas, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55761/abclima.v30i18.15334

Palavras-chave:

Ritmo Climático, Risco, Vulnerabilidade Socioambiental, Malária, Manaus

Resumo

Este estudo teve como objetivo compreender a dinâmica socioambiental sobre a morbidade da malária em Manaus. Para isso, utilizou-se da fundamentação teórica-metodológica do ritmo climático e do Sistema Ambiental Urbano (S.A.U.). Foram analisados os dados das variáveis climáticas e hidrológicas obtidas no INMET e Porto de Manaus, dados socioeconômicos e ambientais urbanos obtidos na IMPLURB e os dados referentes aos casos confirmados de malária foram obtidos no SIVEPMALÁRIA.  Os dados foram tratados com técnicas estatísticas descritivas, regressão múltipla e o método das medianas para identificação da vulnerabilidade socioambiental da morbidade da Malária em Manaus. Os resultados mostraram que a ocorrência da malária apresenta padrão bimodal em Manaus, sendo que a precipitação pluvial mensal e as cotas fluviais influenciaram na epidemiologia da doença e apresentaram maior poder de explicação entre as variáveis. A análise rítmica demonstrou que os dias consecutivos com elevadas temperaturas do ar, com pouca ou nenhuma nebulosidade e pequenos volumes diários de precipitação pluvial se relacionam positivamente ao desenvolvimento do vetor. O risco e a vulnerabilidade socioambiental predominaram em bairros com saneamento ambiental precário, maior distância dos postos de saúde, baixa renda e taxa de alfabetização. Os resultados apresentados podem contribuir para a (re) formulação de políticas públicas visando a melhoria das condições socioambientais e do controle epidemiológico da doença.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rayane Brito de Almeida, Secretaria de Estado de Educação e Desporto / Universidade Federal do Amazonas


Mestra em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas (2019). Graduada em Geografia (Licenciatura). Foi aluna PIBIC em Clima e Ambiente no INPA, nos anos de 2013 a 2016. Atualmente trabalha no Centro Educacional de Tempo Integral Dom Jorge Edward Marskell, e, faz parte do Laboratório de Hidrogeografia, Climatologia e Análise da Amazônia - HIDROGEO. Prêmio Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro do 1ºConcurso de Melhor Dissertação e Tese em Climatologia Geográfica, realizado no XIV SBCG 2021.

Natacha Cíntia Regina Aleixo, Departamento de Geografia / Universidade Federal do Amazonas

Licenciada e Bacharel em Geografia pela Universidade Estadual Paulista campus de Ourinhos (2008). Doutora em Geografia pela Universidade Estadual Paulista campus Presidente Prudente (2012) com período sanduíche na Universidade de Coimbra/Portugal. Tem experiência no ensino superior nos cursos de graduação em Geografia, Biologia e Química e pós-graduação em Geografia. Atualmente é docente na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) atuando no departamento de Geografia e Programa de Pós-Graduação em Geografia. Participa do conselho deliberativo da ABCLIMA, do conselho consultivo da ANPEGE e da Rede de Geógrafos para Saúde. Reúne atividades de pesquisa nas áreas de Climatologia Geográfica, Geografia do Clima, Geografia da Saúde, Bioclimatologia Humana, Climatologia urbana, Climatologia da Amazônia, Riscos e Vulnerabilidades.

Referências

ALEIXO, Natacha Cíntia Regina. Pelas lentes da climatologia e da saúde pública: doenças hídricas e respiratórias na cidade de Ribeirão Preto. 2012. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, São Paulo, 2012.

ALEIXO, Natacha Cintia Regina; SANT´ANNA NETO, João Lima. Clima e Saúde: diálogos geográficos/ Climate and Health: Geographic Dialogues. Geonorte, Manaus, v. 8, n.30, p.78-103, 2017. Disponível em: https://www.periodicos.ufam.edu.br/index.php/revista-geonorte/article/view/4070. Acesso em: 06 set. 2021.

ALMEIDA, Lutiane Queiroz. Riscos e vulnerabilidades nas cidades brasileiras: conceitos, metodologias e aplicações. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2012. 215 p.

ALMEIDA, Rayane Brito. Análise socioambiental da morbidade da malária em Manaus-AM. 2019. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2019. Disponível em: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7388?mode=full. Acesso em: 20 nov. 2021

ALMEIDA, Rayane Brito; ALEIXO, Natacha Cintia Regina. Variabilidade hidroclimática e as ocorrências de malária em Manaus, Amazonas, Brasil. In: ALEIXO, Natacha Cintia Regina; MURARA, Pedro Germano Santos (org.). Clima e Saúde no Brasil. Jundiaí: Paco Editorial, 2020. cap.10, p.247-272.

AQUINO JUNIOR, José. A dengue na área contínua de Maringá/PR: uma abordagem socioambiental da epidemia de 2007. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2010.

BACURI, Rita; BARCELLOS, Christovam; SILVA, Diego. Diagnóstico preliminar da vulnerabilidade e as previsões dos efeitos das mudanças climáticas na saúde pública no município de Manaus. Manaus: Fiocruz, 2009, 100 p.

BARCELLOS, Christovam et. al. Mudanças climáticas e ambientais e as doenças infecciosas: cenários e incertezas para o Brasil. Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v.18, n.03, p.285-304, 2009. DOI: http://dx.doi.org/10.5123/S1679-49742009000300011.

CENTRO DE ESTUDO E MAPEAMENTO DE EXCLUSÃO SOCIAL E POLÍTICAS PÚBLICAS. CEMESPP/FCT – UNESP. Mapeando a distribuição de renda em Presidente Prudente: 2003. Disponível em <https://www.fct.unesp.br/#!/pesquisa/grupos-de-estudo-e-pesquisa/cemespp/producao-cientifica/relatorios/>. Acesso em 18 out. 2018.

CONFALONIERE, Ulisses. Variabilidade climática e vulnerabilidade social e saúde no Brasil. Revista Terra Livre, São Paulo, v.01, n.19, p.193-204, 2003. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/242530647_Variabilidade_climatica_vulnerabilidade_social_e_saude_no_Brasil. Acesso em: 18 set. 2018.

CUTTER, Suzan. Living with risk: the geography of technological hazards. Londres: Arnold, 1993. 214 p.

CUTTER, Suzan. Vulnerability to environmental hazards. Progress in Human Geography, London, v.20, n.4, p.529-539, 1996. Disponível em: http://webra.cas.sc.edu/hvri/docs/Progress_Human_Geography.pdf. Acesso em: 23 out. 2018.

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ. Diagnóstico preliminar da vulnerabilidade e as previsões dos efeitos das mudanças climáticas na saúde pública no município de Manaus. Manaus: Editora da FIOCRUZ, 2009. Disponível em: http://www.climasaude.icict.fiocruz.br/docs/manaus_observatorio.pdf. Acesso em: 01 dez. 2018.

FISCH, Gilberto.; MARENGO, José; NOBRE, Carlos. Variabilidade e mudança climática no Brasil e América do Sul. Climanalise: Boletim de Monitoramento e Análise Climática, Cachoeira Paulista, p. online, 1996. Disponível em:

<http://climanalise.cptec.inpe.br/~rclimanl/boletim/cliesp10a/fish.html>. Acesso em: 15

jan. 2019.

GAGNON, Alexandre; BUSH, Andrew. The El Niño Southern Oscillation and malaria epidemics in South America. International Journal of Biometeorology. [s.I.], v. 46, n. 2, p. 81-89, 2002. DOI: https//dx.doi.org/10.1007/s00484-001-0119-6.

GOMES, Margarete. et al. Malária na fronteira do Brasil com a Guiana Francesa: a influência dos determinantes sociais e ambientais da saúde na permanência da doença. Saúde e Sociedade, São Paulo, v. 29, n.2, p.1-14. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sausoc/a/zStygpGPKwZsG9zZTnqhZ9S/?lang=pt#. Acesso em: 8 set. 2021.

GUALBERTO, Ana Katly; GONÇALVES, Jacirema. Aspectos epidemiológicos e ambientais da malária em Manaus, 1998-2010. In: FREITAS, Carlos. Machado; GIATTI, Leandro Luis (org.). Sustentabilidade, Ambiente e Saúde na cidade de Manaus. Manaus: Edua e Fiocruz, 2015, cap. 9, p.183-192.

HAYES, Jack; CHARLWOOD, Dereck. Dinâmica estacional de uma população de Anopheles darlingi, numa área endêmica de malária no Amazonas. Acta Amazonica, Manaus, v. 9, n. 1 p. 79-86, 1979. DOI: https://doi.org/10.1590/1809-43921979091079.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Classificação Climática do Brasil: 1978. Rio de Janeiro: Editora do IBGE, 1978. Disponível em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_clima.pdf Acesso em: 07 set. 2020.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Cidades. Panorama Manaus: 2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/am/manaus/panorama. Acesso em 06 ago. 2021.

DEANE, Leônidas. A cronologia da descoberta dos transmissores da malária na Amazônia brasileira. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, Manaus, v. 84, n. 4, p.149-156, 2009. Suplemento. DOI: https://doi.org/10.1590/S0074-02761989000800030.

MENDONÇA, Francisco. Sistema socioambiental urbano (S.A.U.): Uma abordagem dos problemas socioambientais da cidade. In: ______. (org.). Impactos socioambientais urbanos. Curitiba, Editora da UFPR, 2004, cap. 1, p.185-208.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Mudança Climática e Saúde: Um Perfil do Brasil. Brasília, MS, 2021. Disponível em: (http://www.sucen.sp.gov.br/doencas). Acesso em 07 set. 2021.

MONTEIRO, Carlos Augusto de Figueiredo. Análise rítmica em climatologia: problemas da atualidade climática em São Paulo e achegas para um programa de trabalho. Climatologia, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 1-21, 1971. Acesso em: 15 jun. 2018.

OGASHAWARA, Igor. Análise rítmica e a climatologia geográfica brasileira. Revista GeoAraguaia, Barra do Garças, v. 2, n. 2, p.57-72, 2012. Disponível em: <http://www.periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/geo/article/view/4814/3224.> Acesso em: 07 fev. 2019.

OSHIMA, Wichelly; PEDRACI, Emanuele; HIER, Mitchel Druz. Clima e doenças respiratórias: estudo de caso sobre a estiagem em Londrina no inverno de 2018. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GEOGRAFIA E GESTÃO TERRITORIAL, 1.; SEMANA DE GEOGRAFIA, 34., 2018. Londrina. Anais [...]. Londrina, 2018. Disponível em: http://anais.uel.br/portal/index.php/sinagget/article/view/417. Acesso em: 12 abr. 2019.

PEREIRA, Ulliane; ALEIXO, Natacha. Os resíduos sólidos urbanos como condicionante de doenças na cidade de Manaus – AM/. Geonorte, Manaus, v. 9. n. 31, p. 32-53, 2018. DOI: https://doi.org/10.21170/geonorte.2018.V.9.N.31.32.53.

SARAIVA, Maria et al. Expansão urbana e distribuição espacial da malária no município de Manaus, Estado do Amazonas. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 42, n. 42, p. 515-522, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0037-86822009000500008.

SOUZA, Renato. Doenças e agravos no contexto das grandes inundações graduais no estado do Amazonas. Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde, v. 13, n. 26, p. 139-147, 2017. DOI: https://doi.org/10.14393/Hygeia132611.

TERRAZAS, Wagner Cosme. Desenvolvimento de SIG para Análise Epidemiológica da Distribuição Espacial da Malária no Município de Manaus. 2005. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005.

VEYRET, Yvety. Os riscos: o homem como vítima e agressor do ambiente. 2007. 320 p.

WOLFARTH-COUTO, Bruna.; SILVA, Rosimeire; FILIZOLA, Naziano. Variabilidade dos casos de malária e sua relação com a precipitação e nível d’água dos rios no Estado do Amazonas, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 35, n. 2, 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00020218.

Downloads

Publicado

15-06-2022

Como Citar

de Almeida, R. B., & Aleixo, N. C. R. (2022). Análise socioambiental da morbidade da malária em Manaus, Amazonas, Brasil. Revista Brasileira De Climatologia, 30(18), 845–866. https://doi.org/10.55761/abclima.v30i18.15334

Edição

Seção

Seção Temática