DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE PARA INTENSIDADE DE PRECIPITAÇÃO MÁXIMA NO ESTADO DE MATO GROSSO

Autores

Palavras-chave:

Funções de probabilidade. Generalizada de Valores Extremos. Intensidade-duração-frequência. Chuva de projeto.

Resumo

Este trabalho tem por objetivo verificar quais funções de distribuição de probabilidade teóricas (FDP) apresentam melhores ajustes à intensidade de precipitação máxima anual de diferentes durações, em 14 estações pluviográficas do Estado de Mato Grosso. Inicialmente foram construídas as séries anuais de intensidade máxima de chuva com duração de 10 a 360 min, pela leitura de pluviogramas das estações da Rede Hidrometeorológica Nacional (CPRM/ANA) presentes no estado. A partir das séries anuais foram ajustados os parâmetros de 7 modelos de distribuição de probabilidade (Gama, Generalizada de Valores Extremos, Generalizada de Pareto, Gumbel, LogNormal, Pearson 5 e Weibull) pelo método da máxima verossimilhança (MV). A aderência da FDP acumulada às séries de precipitação anual, assim como, o ranqueamento dos melhores ajustes, foram realizados pelo teste de Kolmogorov-Smirnov a 20% de significância. As funções de distribuição acumulada Generalizada de Valores Extremos (GEV) e Generalizada de Pareto apresentaram os melhores resultados de ajuste para todas as estações pluviográficas estudadas, sendo a GEV a única que apresentou ajuste em todas as estações e durações de chuva. As distribuições Gumbel, Gama e Pearson 5 apresentaram os piores desempenhos estatísticos, não tendo ajustes significativos (α > 0.2) em 17%, 15% e 13% dos casos, respectivamente. Conclui-se que a função de distribuição de probabilidade teórica Generalizada de Valores Extremos (GEV) apresenta melhor aderência aos dados de intensidade de precipitação máxima para aplicações hidrometeorológicas no Estado de Mato Grosso.

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Publicado

21-09-2021

Como Citar

Sabino, M., Souza, A. P. de, Uliana, E. M., Almeida, F. T. de, Lisboa, L., & Zolin, C. A. (2021). DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE PARA INTENSIDADE DE PRECIPITAÇÃO MÁXIMA NO ESTADO DE MATO GROSSO. Revista Brasileira De Climatologia, 29, 321–340. Recuperado de https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/rbclima/article/view/15189

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