“Humano que não se pode consertar”: a necropolítica dos corpos femininos

Autores

  • João Victor Rossi UFGD
  • Simone Becker PPGAnt/PPGS/UFGD e CNPq

DOI:

https://doi.org/10.30612/nty.v7i10.10305

Palavras-chave:

Racismo de Estado. Necropolítica. Extermínio. Corpos femininos.

Resumo

Neste artigo estabelecemos singela conversa entre autores que se dedicam a duas chaves/categorias analíticas, cujos desdobramentos nos levam à compreensão da realidade que vivemos em diferentes nuances no contemporâneo. São elas: Racismo de Estado e Necropolítica. Como disparadores reflexivos, trazemos para a cena alguns discursos midiáticos sul-mato-grossenses, bem como certas definições articuladas na “Casa das Estrelas – o universo pelo olhar das crianças” de Javier Naranjo. Tal articulação se dá com o intuito de pôr em outra perspectiva a agudez e dureza dos dados publicizados numa localidade, o Mato Grosso do Sul (e sua porção sul) que cada vez mais escracha o ódio contra corpos e expressões do feminino.

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Publicado

2019-08-30

Como Citar

Rossi, J. V., & Becker, S. (2019). “Humano que não se pode consertar”: a necropolítica dos corpos femininos. Revista Ñanduty, 7(10), 159 a 174. https://doi.org/10.30612/nty.v7i10.10305

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