Intermezzo: o xamã e o médico, uma análise sobre doença e cura

Autores

  • Marcelly Olívia Fernandes Amorim UFU/FAPEMIG
  • Érika de Freitas Arvelos UFU/CAPES

DOI:

https://doi.org/10.30612/nty.v6i9.9518

Palavras-chave:

Xamanismo. Medicina ocidental. Rizoma.

Resumo

O presente artigo aborda os pontos de intersecções entre o pensamento ocidental e a concepção dos povos originários em relação ao significado que atribuem à doença e à cura. À vista disso, nosso objetivo central é estabelecer relações entre esses dois saberes sinalizando suas dissonâncias e simetrias. Por se tratar de práticas que envolvem uma multiplicidade de questões e agentes, foi necessário um recorte, e nesta pesquisa nossa análise se refere à figura do xamã na prática de cura xamânica, e a figura do médico nas sociedades ocidentais. Para tal empenho analítico nosso referencial se volta ao cabedal teórico da antropologia, história, filosofia e linguística. A pesquisa rompe com qualquer perspectiva de uma hierarquia epistemológica entre esses dois saberes (xamanismo e medicina ocidental) tendo como pano de fundo os dilemas éticos, culturais, históricos, sociais e políticos inerentes a concepções ontológicas de conhecimentos distintos que acompanham o processo histórico de formação dessas práticas.

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Publicado

2018-12-11

Como Citar

Amorim, M. O. F., & Arvelos, Érika de F. (2018). Intermezzo: o xamã e o médico, uma análise sobre doença e cura. Revista Ñanduty, 6(9), 42–63. https://doi.org/10.30612/nty.v6i9.9518