Asfixia mecânica versus centralidade do trabalho: a pandemia que desmascara a retórica capitalista

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/mvt.v8i14.14462

Palavras-chave:

Capitalismo. Pandemia. Expropriação. Trabalho.

Resumo

Os debates provocados pelo cenário pandêmico que se instaurou no país e no mundo, tem demonstrado muitos dos conflitos de interesses sobrepostos entre a dualidade saúde pública versus economia. A nível mundial, diferentes estratégias foram sendo adotadas por governos de modo a conter a letalidade do vírus e concomitantemente manter as atividades econômicas ativas. No Brasil, ao contrário de outras nações que privilegiaram desde o início as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto ao isolamento e distanciamento social, privilegiou-se o funcionamento da economia, o que acarretou o agravamento da crise sanitária no país, que até a presente data já possui taxa de letalidade superior a 300 mil mortos. A cartilha pelo qual tem se orientado o governo Bolsonaro, não trouxe consequências apenas para área da saúde, como também o agravamento das já precárias condições de vida e trabalho da classe trabalhadora brasileira.  Tendo como norte que o trabalho desempenha papel central na vida dos trabalhadores e na manutenção do capital, objetiva-se no presente artigo discutir como a pandemia do coronavírus tem enfraquecido ainda mais as condições de trabalho dos profissionais do país ao passo que a precarização sucedida tem sido vantajosa para a máxima capitalista de expropriação de valor do trabalho.

 

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Biografia do Autor

Igor Souza de Abreu, UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENCE DARCY RIBEIRO. Mestrando no Programa de Pós Graduação em Sociologia Política

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Mestrando no Programa de Pós Graduação em Sociologia Política da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.

Marlene Souza dos Santos, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Mestranda no Programa de Pós Graduação em Sociologia Política.

Bacharel em Serviço Social pela Universidade Federal Fluminense. Mestranda no Programa de Pós Graduação em Sociologia Política da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro.

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Publicado

2021-08-02

Como Citar

Abreu, I. S. de, & Santos, M. S. dos. (2021). Asfixia mecânica versus centralidade do trabalho: a pandemia que desmascara a retórica capitalista. MovimentAção, 8(14), 176–188. https://doi.org/10.30612/mvt.v8i14.14462

Edição

Seção

Dossiê: As fronteiras do trabalho em tempos de crise