A representação da homossexualidade no discurso espírita de Divaldo Franco

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/mvt.v7i12.11375

Palavras-chave:

Religião. Espiritismo. Homossexualidade.

Resumo

Este artigo tem como objetivo analisar a representação da homossexualidade na religião espírita brasileira a partir dos discursos de Divaldo Pereira Franco, médium e intelectual que atualmente personifica a religião no país. Para tanto, utilizamos a Análise do Discurso como estratégia teórica e metodológica para analisar os discursos proferidos e registrados em diferentes arquivos. Observamos que as representações construídas são baseadas na perspectiva cristã e reconfiguradas a partir da apropriação do discurso científico, especificamente Carl Gustav Jung, constituindo uma estratégia discursiva, que atua de forma que o autor / doutrina seja (des) responsabilizado pelo dizer punitivo que é construído em torno do sexo, sexualidade e homossexualidade, o que chamamos de pedagogização da (des) responsabilização. Isso leva à manutenção da lógica heterosexista de controle e repressão das sexualidades vistas como anormais e minoritárias.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Francisco Jomário Pereira, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Professor Doutor em Sociologia na Universidade Estadual da Paraíba, Departamento de Ciências Sociais.

Referências

AMORIM, P. P. “ROUSTAING: A CISÃO NO INTERIOR DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA (1920 – 1922).” Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá (PR) v. III, n.9, jan/2011. ISSN 1983-2859.

AMORIM, P. P. Muito além da unidade: a cisão no movimento espírita. In: AMORIM. (Org.). Muito além da unidade: a cisão no movimento espírita. 1ed.São Paulo: UNESP, 2012, v. p. 119-138.

ARRIBAS, Célia da Graça. Autoridades espíritas: critérios para tipologias e repartições das lideranças no espiritismo. In: SOUZA, André Ricardo de. Etal (org) Espiritualidade e espiritismo: Reflexões para além da religiosidade. Porto de Ideias. São Paulo. 2017.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico e Populacional Brasileiro de 2010.

BORRILLO, Daniel. Homofobia: História e Crítica de um preconceito. Autêntica Editora. Belo Horizonte. 2015.

FOUCUALT, Michel. História da Sexualidade. Vol. 1, 2014. Vol. 2, 2014. Vol. 3, 2017. Paz e Terra. Rio de Janeiro/São Paulo.

FOUCUALT, Michel. Os Anormais. Curso no Collège de France (1974-1974). Martins Fontes. São Paulo. 2001.

MISKOLCI, Richard. Desejos Digitais. Uma análise sociológica da busca por parceiros on-line. Belo Horizonte. Autêntica. 2017.

NATIVIDADES, Marcelo. Homossexualidade Masculina e Experiência Religiosa Pentecostal in Sexualidade, Família e Ethos Religioso. Garamond Editora. 2005.

NATIVIDADE, Marcelo Tavares. Deus me aceita como eu sou? A disputa sobre o significado da homossexualidade entre evangélicos no Brasil. Tese (Doutorado em Sociologia e Antropologia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Rio de Janeiro. 2008.

ORLANDI, Eni Puccinelli. As Formas do Silêncio: no movimento dos sentidos. Editora da Unicamp. Campinas. 2007.

PEREIRA, Francisco Jomário. “TRANSAR PODE, MAS VOCÊ NÃO DEVERIA”: A Representação da Homossexualidade no Discurso Espírita Brasileiro. Tese de Doutorado em Sociologia- Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa. 2020.

SOUZA, André Ricardo de. A livre religiosidade e a compulsória ciência do sociólogo da religião. Contemporânea – Revista de Sociologia da UFSCar, v. 5, n. 2, jul.-dez. 2015, pp. 289-325.

Downloads

Publicado

2020-12-16

Como Citar

Pereira, F. J. (2020). A representação da homossexualidade no discurso espírita de Divaldo Franco. MovimentAção, 7(12), 39–55. https://doi.org/10.30612/mvt.v7i12.11375

Edição

Seção

Dossiê: Religião, Direitos Humanos e Democracia