TY - JOUR AU - Martuscelli, Patrícia Nabuco AU - Rinaldi, Augusto Leal AU - Rinaldi, Augusto Leal PY - 2017/09/23 Y2 - 2024/03/29 TI - Evitando que “protetores se tornem predadores”: a ONU pode impedir a prática de abuso e exploração sexual por membros de missões de paz das Nações Unidas? JF - Monções: Revista de Relações Internacionais da UFGD JA - Monções VL - 6 IS - 11 SE - Artigos Dossiê - Feminismos, Gênero e Relações Internacionais DO - 10.30612/rmufgd.v6i11.6917 UR - https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/moncoes/article/view/6917 SP - 215-249 AB - O artigo, utilizando como referencial teórico a visão de Lauren Wilcox sobre o significado dos corpos nas Relações Internacionais e discussões feministas e pós-coloniais, analisa como ocorrem abusos e exploração sexual em missões de paz das Nações Unidas e como a organização tem lidado com esse tema. Essa prática está documentada desde os anos 1990 e afeta principalmente mulheres em crianças em locais com presença de operações de paz da ONU. O artigo conclui que as causas desse fenômeno são três: o contexto local de vulnerabilidade, a forma como os participantes de operações de paz se veem e percebem a comunidade local e a impunidade desfrutada por eles. Concluímos também que a ONU e as missões de paz estão inseridas em uma lógica patriarcal e eurocêntrica na qual os corpos da comunidade local são sexualizados e racializados. Ademais as respostas dadas pela ONU foram reativas e não proativas, dependendo ainda muito da boa vontade dos Estados e oferecendo pouco apoio para os sobreviventes. Conclui-se que a ONU e suas missões de paz estão inseridas em lógicas patriarcais e eurocêntricas onde os corpos dos habitantes locais são racializados e generalizados. No entanto, a Organização teria meios para garantir que essas violações não ocorressem como respostas mais duras como um sistema efetivo de responsabilização e o Fundo para Vítimas, porém mudar o modo como a população local é percebida é necessário para evitar novos casos de abuso e exploração sexual. ER -