Colonização e genocídio: o caso dos indígenas Laklãnõ/Xokleng na colônia Grão-Pará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.30612/rehr.v18i35.16934

Palavras-chave:

Laklãnõ/Xokleng, Colônia Grão-Pará, Genocídio

Resumo

O presente trabalho aborda o genocídio dos povos indígenas Laklãnõ/Xokleng, durante os séculos XIX e XX, na Colônia Grão-Pará, localizada no Sul do Estado de Santa Catarina. Por muito tempo, predominaram as versões da história que trazem os indígenas como vítimas passivas do processo colonizatório e seu extermínio como fator necessário ao desenvolvimento. Os bugreiros, responsáveis diretos por sua eliminação física, foram vistos como heróis. Pouco enfoque se deu aos demais envolvidos no processo. Dessa forma, a pesquisa se faz necessária para que seja reconhecida a participação de diversos envolvidos no genocídio dos Laklãnõ/Xokleng. A pesquisa histórica de abordagem qualitativa adotou como procedimento de coleta de dados o levantamento bibliográfico, a partir das obras de autores da história regional, e a pesquisa documental com a análise nos arquivos Centro de Documentação Histórica Plínio Benício (CEDOHI) e Center for Research Libraries (CRL). O objetivo deste estudo é avaliar a participação dos diversos segmentos sociais no genocídio dos povos indígenas Laklãnõ/Xokleng na colônia Grão-Pará, entre os séculos XIX e XX. Como resultado, avaliamos que desde o início da colonização, os dirigentes da Empresa Colonizadora sabiam da presença Laklãnõ/Xokleng nas terras pertencentes a Colônia Grão-Pará. A atuação dos bugreiros se deu com o apoio direto e/ou indireto dos colonos, Empresa Colonizadora, Estado e polícia. Embora não tenham sido encontradas provas suficientes para o estabelecimento de um padrão, é possível concluir que não houve um único responsável pelo genocídio, mas a participação de diversos segmentos sociais.

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Biografia do Autor

Tatiane Soethe Szlachta, Universidade do Estado de Santa Catarina

Mestranda em Ensino de História na Universidade do Estado de Santa Catarina. Especialista em História do Brasil pela Faculdade Capivari (2021). Licenciada em História pela Universidade do Sul de Santa Catarina (2020). Tem experiência na área de História, atuando principalmente nos seguintes temas: história indígena, história regional e patrimônio cultural.

Geovan Martins Guimarães, Universidade do Sul de Santa Catarina

Graduado em Turismo e Hospitalidade pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UniSul) (2009). Mestrado em Turismo e Hotelaria pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) (2012). Especialista em Arqueologia Subaquática (2013) pelo Instituto Politécnico de Tomar (IPT), Portugal. Doutor em Turismo e Hotelaria pela Univali (2017), área de concentração em planejamento e gestão do turismo, na tese, propôs um modelo de planejamento e gestão para o turismo arqueológicos pensando a preservação, valorização e difusão do patrimônio arqueológico catarinense. Líder do Grupo de Pesquisa em Educação Patrimonial e Arqueologia (Grupep). Coordena o projeto de extensão Patrimônio Arqueológico: Conhecer para Preservar integrado por docentes e acadêmicos da UniSul, bem como a comunidade externa, fundamentalmente, escolas da região Sul Catarinense, são desenvolvidas ações de educação patrimonial tendo como foco a valorização e preservação dos sítios arqueológicos. Tem experiência nos seguintes temas de pesquisa: Turismo Arqueológico, Arqueologia, Educação Patrimonial, Patrimônio Cultural e Arqueologia subaquática. Docente nos cursos de graduação em História, Geografia, Filosofia, Pedagogia, Turismo e Gastronomia. Docente nos cursos de especialização em Formação do pensamento científico, crítico e criativo. Membro do Conselho Municipal de Patrimônio do Cultural e Natural e do Conselho de Cultura de Cultura, ambos no município de Tubarão.

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Publicado

22-02-2024

Como Citar

Szlachta, T. S., & Guimarães, G. M. (2024). Colonização e genocídio: o caso dos indígenas Laklãnõ/Xokleng na colônia Grão-Pará. Revista Eletrônica História Em Reflexão, 18(35), 33–61. https://doi.org/10.30612/rehr.v18i35.16934