Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023011. e-ISSN:2237-258X
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FORMAÇÃO DOCENTE EM MINAS GERAIS: A ÉTICA DOCENTE NOS
PRECEITOS DA REVISTA DE ENSINO NO CENÁRIO DE 19251940
LA FORMACIÓN DOCENTE EN MINAS GERAIS: LA ÉTICA DOCENTE EN LOS
PRECEPTOS DE LA REVISTA DE ENSINO EN EL ESCENARIO DE 1925-1940
TEACHER TRAINING IN MINAS GERAIS: TEACHING ETHICS IN THE PRECEPTS
OF THE REVISTA DE ENSINO IN THE SCENARIO OF 19251940
Betânia de Oliveira Laterza RIBEIRO
e-mail: betanialaterza@ufu.br
Elizabeth Farias da SILVA
e-mail: lizbet@uol.com.br
Maria Zeneide Carneiro Magalhães de ALMEIDA
e-mail: zeneide.cma@gmail.com
Como referenciar este artigo:
RIBEIRO, B. O. L.; SILVA, E. F.; ALMEIDA, M. Z. C. M.
Formação docente em Minas Gerais: A ética docente nos preceitos
da Revista de Ensino no cenário de 19251940. Rev. Educação e
Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023011, 2022. e-ISSN:
2237-258X. DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17131
| Submetido em: 20/12/2021
| Revisões requeridas em: 15/01/2022
| Aprovado em: 18/02/2022
| Publicado em: 22/04/2022
Editora:
Profa. Dra. Alessandra Cristina Furtado
Editor Adjunto Executivo:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Formação docente em Minas Gerais: A ética docente nos preceitos da Revista de Ensino no cenário de 19251940
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023011. e-ISSN:2237-258X
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RESUMO: Este estudo aborda a Revista de Ensino de Minas Gerais como uma estratégia de
formação docente no período de 1925 a 1940. O objetivo do estudo é analisar a ética profissional
docente e o papel da professora na publicação. A análise visa compreender o tom dos discursos
direcionados ao corpo docente. As fontes utilizadas incluíram textos de cunho pedagógico-
prescritivo, artigos de opinião, crônicas e outros gêneros, examinados para identificar os
princípios orientadores da formação e da visão do magistério e da professora. O referencial
histórico e teórico-conceitual dialético permitiu articular os contextos estaduais e nacionais com
os princípios para a formação docente presentes na Revista de Ensino. Os textos revelam a
presença de elementos religiosos nas orientações para o magistério e o corpo docente, indicando
a existência de uma “ética religiosa” subjacente ao ensino primário em Minas Gerais, onde o
papel de professor/professora era equiparado a um sacerdócio.
PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores. Ética Católica na formação docente. História
da educação mineira.
RESUMEN: La formación docente en Minas Gerais entre 1925 y 1940 estuvo abierta a
estrategias diferentes al curso Normal. Estos textos transmitieron elementos de construcción y
proyección de una imagen social del director principal en un nuevo orientación para la
enseñanza Normal. Las fuentes incluyeron textos de contenido pedagógico- preceptivo, como
artículo de opinión y otros. La imagen de la maestra esbozada por la revista señala que la
mujer es más apta para enseñar porque Dios así lo quiso y por qué sus “limitaciones”
intelectuales. La revista naturalizó la condición de la mujer como madre y maestro. Los textos
insinúan una carga de elementos religiosos en ellos las prescripciones para la enseñanza y
pueden leerse como evidencia de ética Los religiosos católicos como transferencia de la
enseñanza primaria en Minas Gerais: la enseñanza era el sacerdocio.
PALABRAS CLAVE: Formación docente. Ética católica en la formación docente. Historia de
la educación minera.
ABSTRACT: This study addresses the Revista de Ensino de Minas Gerais as a teacher training
strategy from 1925 to 1940. The study aims to analyze the professional ethics of teachers and
the role of female teachers in the publication. The analysis seeks to understand the discourses'
tone toward the teaching profession. The sources used included pedagogical-prescriptive texts,
opinion articles, chronicles, and other genres, examined to identify the guiding principles for
teacher education and the vision of teaching and the female teacher. The historical and
dialectical theoretical-conceptual framework allowed for articulating state and national
contexts with the principles for teacher education in the Revista de Ensino. The texts reveal the
presence of religious elements in the guidelines for teaching and the teaching profession,
indicating the existence of an underlying "religious ethics" in primary education in Minas
Gerais, where the role of the teacher was equated with the priesthood.
KEYWORDS: Teacher education. Catholic ethics in teacher education. History of mining
education.
Betânia de Oliveira Laterza RIBEIRO; Elizabeth Farias da SILVA e Maria Zeneide Carneiro Magalhães de ALMEIDA
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Introdução
A formação de professores em Minas Gerais entre 1925 e 1940 foi estudada por Biccas,
que analisou a Revista do Ensino publicada em Minas Gerais em três períodos (início em 1890,
19251940 e 19461971), até sua extinção em 1971 após 239 edições. Essa revista foi criada
com o objetivo de auxiliar na formação de professores do ensino primário. Os estudos histórico-
críticos de Biccas (2005) reconhecem tais características da revista, além de destacar sua função
de promover o governo de Minas Gerais como um grande incentivador da educação pública e
disseminar ideias sobre formação de educadores. Em outras palavras, a revista tinha o propósito
de veicular propaganda e disseminar pseudo-pedagogia.
Com base nas descobertas de Biccas, este trabalho se propõe a refletir sobre a influência
da Revista de Ensino como estratégia de formação docente no período de 19251940. Surge a
pergunta: qual ética profissional docente permeava as intenções dos autores dos artigos
publicados? Explorar essa questão exigiu analisar os textos que prescreviam condutas, atitudes
e deveres aos leitores. É importante compreender os textos destinados às professoras, pois
representam nossas fontes históricas, e devem ser examinados a partir de um referencial teórico-
conceitual dialético para conectar elementos contrastantes, como o contexto local e o nacional.
Essas fontes e essa abordagem nos ajudam a entender as contradições entre os princípios
defendidos por autores e editores e a formação docente. Vale ressaltar como a figura da
professora, como agente da instrução, era representada nos planos de implementação das
diretrizes governamentais.
A compreensão expressa neste texto é baseada em consensos estabelecidos por estudos
históricos sobre a formação de professores no Brasil. Exemplos desses consensos incluem os
desdobramentos do processo de formação, como a criação e reforma de escolas para o curso
Normal, ou seja, a expansão do número de vagas destinadas à formação de professores; as
reformas na instrução que enfatizaram a formação de educadores como uma matéria a ser
regulamentada; e o investimento em periódicos específicos voltados para prescrever os
comportamentos e ações adequados aos docentes em Minas Gerais.
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A formação de normalistas
Muitos problemas dificultaram a criação e a disseminação de um modelo de Escola
Normal, ou seja, as tentativas de estabelecer um programa de formação de professores visando
a constituição de um corpo docente para o Ensino Primário. Essa questão já preocupava mesmo
antes da criação de instituições para formar educadores da escola primária (TANURI, 2000).
De fato, a seleção de professores era uma preocupação anterior às iniciativas de formação
magisterial normal e ocorria simultaneamente à oferta de vagas. Uma palavra-chave nos ajuda
a compreender essa simultaneidade: carência. Às vezes, a escassez era de prédios escolares
para abrigar uma escola de formação normalista; outras vezes, era de estudantes em número
suficiente para sustentar um curso. Em essência, o problema residia na lacuna deixada pela
monarquia ao não priorizar a alfabetização da população; quando essa preocupação se tornou
urgente e legalmente exigida, faltava quase tudo para concretizar o projeto de uma educação
em massa. No caso do corpo docente, o problema era estrutural: havia poucas escolas em poucas
cidades (geralmente capitais) e eram mantidas pela Igreja, ou seja, cobrava-se pelos estudos, o
que excluía muitas pessoas da possibilidade de obter a formação necessária para ocupar as vagas
nas escolas primárias a serem criadas.
O alvará de 6 de novembro de 1772 regulamentou o ensino no Brasil, estabelecendo
exames para os professores da escola de Primeiras Letras do reino português. Conforme
mencionado por Tanuri (2000, p. 62), a Lei das Escolas de Primeiras Letras de 1827 (15 out.),
era para serem criadas “[...] escolas de primeiras letras em todas as cidades, vilas e lugares mais
populosos do Império”. Os artigos 7 e 12 afirmavam que, quando houvesse a intenção de criar
cadeiras, seria necessário realizar um exame público perante os presidentes do conselho, que
então informariam ao governo para tomar as providências na nomeação dos selecionados.
A lei que estabeleceu os exames de seleção foi discutida na Câmara. Havia
parlamentares que acreditavam que as mulheres deveriam ser dispensadas do exame. Além
disso, a lei impunha um ônus aos professores das capitais das províncias, uma vez que eles
precisavam arcar com os custos da formação, segundo o método mútuo, devido à falta de
interesse das pessoas em seguir a carreira docente (SAVIANI, 2009, p. 144). Portanto, a
exigência de preparo para os professores era uma formalidade estabelecida antes mesmo da
criação de cursos de formação, embora não se mencione a base pedagógica do ensino.
Em 1834, o Ato Adicional transferiu às províncias a responsabilidade pela instrução
pública, o que resultou na fragmentação das ações relacionadas e provocou um debate sobre a
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descentralização, incluindo a formação docente. Conforme mencionado por Azevedo (1996, p.
556), a instrução elementar se desenvolveu de forma arrastada “[...] através de todo o século
XIX, inorganizada, anárquica, incessantemente desagregada”. Nas províncias, diz Saviani
(2009, p. 144), havia tendência a “[...] adotar, para formação dos professores, a via que vinha
sendo seguida nos países europeus: a criação de Escolas Normais”.
Em 1835, a província do Rio de Janeiro estabeleceu a primeira Escola Normal do Brasil,
localizada em Niterói. Em 1836, foi a vez da Bahia criar sua escola Normal, seguida por Mato
Grosso em 1842. No ano de 1846, a província de São Paulo fundou sua própria escola Normal,
enquanto o Piauí estabeleceu a sua em 1864 e o Rio Grande do Sul em 1869. Esse movimento
de criação de escolas normais se consolidou, com províncias do Sul, como o Paraná e do Norte,
como Sergipe, instituindo suas escolas normais no mesmo ano de 1870. Outro exemplo desse
processo ocorreu com as escolas normais do Espírito Santo e do Rio Grande do Norte, criadas
em 1873, com apenas um ano de diferença. A Escola Normal da Paraíba foi criada em 1879,
seguida pela de Santa Catarina em 1880. Goiás estabeleceu sua escola Normal em 1884, o Ceará
em 1885 e o Maranhão em 1890.
Essas escolas tiveram períodos de fechamento e reabertura com certa intermitência. Por
esse motivo, foram criticadas por pessoas como Couto Ferraz, que as considerava caras, com
baixa eficiência qualitativa e com pouca expressão quantitativa (havia poucas escolas e poucas
turmas formadas). Couto Ferraz, enquanto estava à frente da província do Rio de Janeiro,
fechou a escola de Niterói em 1849. Ao mesmo tempo, ele prescreveu a existência do professor
adjunto (previsto no regulamento de 1854, quando ele ocupava o cargo de ministro). Esse
professor atuaria como assistente de regência e esperava-se que se aprimorasse nas matérias e
práticas. Essa experiência foi uma tentativa de formar mais professores sem depender da escola
Normal. No entanto, a formação baseada apenas na observação e prática assistencial não foi
bem-sucedida, resultando na continuidade da abertura de escolas normais, e em 1859 a escola
de Niterói foi reaberta.
É importante considerar que o modelo para organizar e operar escolas normais foi
resultado da reforma da instrução pública de São Paulo em 1890. O texto da reforma estabelece:
“[...] sem professores bem preparados, praticamente instruídos nos modernos processos
pedagógicos e com cabedal científico adequado às necessidades da vida atual, o ensino não
pode ser regenerador e eficaz” (SÃO PAULO, 1890, n.p.). Mas docentes tais “[...] só poderão
sair de escolas normais organizadas em condições de prepará-los” (REIS FILHO, 1995, p. 44).
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Com isso, as escolas eram marcadas pela “[...] insuficiência do seu programa de estudo e pela
carência de preparo prático dos seus alunos” (SÃO PAULO, 1890).
Com efeito, as reformas eram urgentes. Em São Paulo, a reforma concentrou-se no
currículo existente e, na prática de ensino na Escola Normal da capital paulista. A reforma
determinou a criação de uma escola modelo que seria anexada à Escola Normal, representando
a maior inovação da reforma. Os custos de instalação e centralização do preparo docente,
juntamente com a prática de exercícios, destacaram a necessidade de garantir a preparação
pedagógico-didática e a organização curricular para uma formação efetiva. Os efeitos dessa
reforma foram sentidos em outras cidades do interior de São Paulo, assim como em capitais e
cidades do interior de outros estados. Isso ocorria porque seus educadores se dirigiam à cidade
de São Paulo, onde entravam em contato com a formação, a prática docente e os docentes
paulistanos e paulistas.
Caso sejam precisas as afirmações de que tais desenvolvimentos acarretaram no
estabelecimento do padrão de escola Normal que seria posteriormente adotado em outras
regiões, decorridos dez anos a partir da proclamação da República, as reformas foram
encerradas. Manteve-se o padrão de dominar o conhecimento para transmiti-lo. A renovação
ocorreu, de fato, por meio da associação entre ensino e pesquisa nos institutos de educação,
como o do Rio de Janeiro, no Distrito Federal, instalado por Anísio Teixeira em 1932 e dirigido
por Lourenço Filho, e o de São Paulo, inaugurado em 1933 por Fernando de Azevedo. A criação
de ambos estava fundamentada no ideário da escola nova como fonte de inspiração.
Em Minas Gerais, segundo a exposição de Araujo (2008, p. 323) sobre as condições das
escolas normais no século XIX, havia oito delas no final do Império. A Escola Normal de Ouro
Preto foi criada em 1840, seguida pela de Diamantina, estabelecida por volta de 1869 e 1870.
Além disso, foram fundadas as escolas normais de Campanha, Montes Claros, Paracatu, Sabará,
São João Del Rei e Uberaba, todas datando do início da década de 1880.
Estatisticamente, havia em 1888, 576 alunos nas referidas escolas normais
(presumível mais de 337.000 alunos), porém a frequência atingiria somente
um pouco mais de 7%, ou seja 24.700, embora o número de matriculados fosse
de 39.775 alunos.
As mudanças no cenário ocorreriam com as reformas da Escola Normal no século XX.
O Secretário do Interior, Francisco Campos, dedicou “esforços na preparação do professorado”,
enfatizando a importância da Escola Normal como local de formação de futuros professores e
o “[...] Curso de Aperfeiçoamento na Escola Normal Modelo em 14 de junho de 1928” como
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lugar para preparar “professores em exercício”. O ponto culminante desse movimento
aconteceu em 1929, quando, conforme mencionado por Souza (2001, p. 30), a Escola de
Aperfeiçoamento foi inaugurada. Não por acaso, Campos utilizou a imprensa, especialmente a
Revista do Ensino, para difundir a reforma e comunicar as mudanças planejadas com o objetivo
de preparar os professores para as transformações desejadas, principalmente em relação à sua
formação.
Revista do ensino como estratégia formação docente
Como uma publicação de conteúdo pedagógico destinada aos leitores ligados à instrução
pública, como diretores, inspetores e professores, a Revista do Ensino desempenhou um papel
importante na formação de docentes para as escolas primárias de Minas Gerais, conforme
sugerido por Biccas (2008, p. 27). Segundo a autora, a revista procurou ser uma estratégia de
formação entre os anos de 1925 e 1940. Sendo um periódico produzido pela diretoria de
instrução pública, a revista refletia uma combinação de preocupação e ação em relação à
formação docente, sendo vista como uma estratégia de formação.
Com o objetivo de fazer com que os docentes incorporassem recomendações, modelos
e práticas, os articuladores e editores da Revista do Ensino esperavam que os professores a
lessem efetivamente. Para isso, houve estímulo à leitura por meio dos chamados concursos,
pressupondo a participação do corpo docente. Esperava-se que os professores relatassem as
"experiências e práticas pedagógicas" que adotavam de acordo com as "novas referências
pedagógicas" divulgadas na revista. Nesse sentido, foi criada a seção "Nossos concursos", ativa
de 1929 a 1930, na qual eram divulgados os nomes dos vencedores “[...] em jornais oficiais e
da impressa comercial”. Como prêmio, levavam “livros de autores consagrados”, que
cumpriam propósitos dos editores: prescrever a “boa leitura” para os professores (BICCAS,
2005, p. 164).
No período de 1928 a 1930, a Revista do Ensino buscou “[…] coordenar um movimento
de mudanças na cultura pedagógica do professorado”. Esse esforço se refletiu na criação de
seções como “Nossos concursos”, “A voz da prática”, “Atos oficiais”, “Seção centro
pedagógico Decroly”, “Escola moderna”, “Daqui e dali” e outras. De 1932 a 1940, essas seções
se consolidaram, mesmo que tenham mudado de foco e nome. Além disso, a revista passou a
publicar textos traduzidos (BICCAS, 2005) que abordavam temas que a estabeleciam “[…]
como uma espécie de caixa de utensílios, fundados na pedagogia como a arte de ensinar”.
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Textos com títulos como “Como deve ser a professora para exercer, com êxito, a arte de
ensinar” prescreviam conteúdos. Por essa razão, a revista desempenhou um papel central na
definição de exemplos de conduta docente, modelos de ação pedagógica e outras sugestões e
aplicações. (REVISTA DO ENSINO, 1926, n. 12).
A prescrição dos textos tinha como foco principal o comportamento dos professores e a
maneira como lecionavam e organizavam seu trabalho. Assim como na vida fora da escola, a
propagação de um modo de ser que deveria ser adotado, incorporado e replicado tinha impacto
na atividade escolar. Conforme afirma Biccas (2005, p. 159), “pela seleção, frequência e
objetivos dos temas abordados e publicados, pode-se dizer que os editores da Revista,
inspirados pela moderna pedagogia, estavam empenhados na formação e instrumentalização
dos professores, ensinando-os a ensinar”. Durante quase dois anos, as edições da revista
exploraram temas como as concepções de criança, professor, escola e método.
Também apresentavam “orientações pedagógicas” voltadas para o trabalho com
“linguagem, aritmética, estudos sociais (geografia e história), entre outros”. O trabalho incluía
sugestões de “modelos de lições” e de materiais úteis para serem utilizados em sala de aula,
como textos que estimulassem a imaginação e a reflexão metalinguística, como fábulas, poemas
e histórias, além de atividades que desenvolvessem a sensibilidade e a criatividade, como
músicas e desenhos. Também eram abordados o planejamento da aula e seus procedimentos
metodológicos (BICCAS, 2005).
Acreditamos que, principalmente no período de 1925 a 1930, fica evidente que a Revista
do Ensino propôs um modelo de docência e conduta docente, ao oferecer sugestões de “modelos
de ão pedagógica” e “atividades para a aplicação de novos métodos”; ao propor “[…]
modelos e roteiros de lições desenvolvidos por professores experientes que atuavam em escolas
de Minas Gerais” (BICCAS, 2008, p. 163). Torna-se claro que houve tentativas de
disciplinarizar a formação docente e a conduta pedagógica do professor, incluindo gestos e
atitudes. Nesse contexto, outro texto significativo é “Meus deveres”, que aborda os deveres da
professora ou do professor. Trata-se de uma enumeração de setenta itens, que abrangem
diversos aspectos do universo da instrução escolar. Os deveres podem ser agrupados de acordo
com os exemplos a seguir.
A escola: se está “bem installada”, se tem “museu”, se tem “Biblioteca infantil”.
Sala de aula: se tem bom gosto no arranjo e decoração” e se é organizada
“perfeitamente [...] a classe”.
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Docência em sala de aula: classe como “centro de atividade” e onde “todos
trabalham”, aplicação de “centros de interesse”, “ensino simultâneo” coerente com cada
estudante, emprego de “processos intuitivos” e “methodo ideo-visual ou global”, cuidado do
“ensino da língua pátria”, “illustrar as lições” na lousa.
Escola e família: promover a “colaboração” entre essas instituições, ensinar
medidas de combate ao alcoolismo e tabagismo, de cuidados com a higiene no “logar de honra”,
a “minha classe”, e conhecer a “vida escolar e extraescolar” dos discente.
Leitura de formação: “Manual do Escoteiro”, “regulamento” e “programas do
ensino primário”, “historias e poesias” para aulas de língua, ida à “biblioteca”, assinar “revista
pedagógica”.
Escrita: cuidar da “escripturação da escola”, seja “compondo o meu livro O
menino?”
Atividades pedagógicas: “excursões escolares”, “comemorações e festas
escolares”, “exposição escolar, prestando as honras da casa”, “exposição retrospectiva de
trabalhos dos alumnos”.
Conduta em sala de aula: manter “uma escola moderna, onde não ha castigos
physicos”, harmonizar “a liberdade dos alumnos, a auctoridade de professora”, usar “meios
proprios para manter a disciplina”, separar “a energia da violencia” e conciliar “a energia com
a polidez”.
Conhecimentos e capacidades docentes: desenhar (ter de “cór e com acerto o
mappa do Brasil”), ser didático (“tornar interessantes as lições de historia”), ter domínio
musical cívico (“cantar o himno nacional”, fazer “saudação á bandeira”), ter condicionamento
físico (fazer “exercícios de gymnastica, com precisão e energia”), ter saberes teórico-
metodológicas (“conheço a Eschola activa pelo methodo Decroly”), teórico-pedagógicos
(“psychologizar a educação”) e de avaliação ( “conhecimentos em relação a tests”).
Conhecimentos e capacidades pessoais: estar pronto a “prestar a um ferido os
primeiros cuidados e fazer um curativo”; ser capaz de “formar um jardim ou uma horta”; de
fazer “costura “e “outros trabalhos”; “preparo facilmente [de] uma pequena refeição”.
Autocrítica: estar atento à “higiene” e “educação” da voz; a não “falar demais”;
a ser “liberal e tolerante, discreta e criteriosa”; à “vida economica”, dentre outros pontos
(COSTA, 1928, p. 89).
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No original, o tom assertivo da enumeração de deveres acima foi apresentado como uma
pergunta, sugerindo aos professores que se questionassem a si mesmos. Com esse recurso
retórico, o autor evitava parecer prescritivo, mantendo-se no nível de sugestão. Por exemplo,
ele evitava o uso do verbo dever ao abordar questões tão diversas e complexas como
alcoolismo e tabagismo. No caso de professoras casadas e mães, refletir sobre tais questões
seria impraticável em meio à rotina dividida entre o lar e a escola. Além disso, a quantidade de
leitura e escrita parecia incompatível com o tempo disponível para lidar com tantos aspectos
pedagógicos e didáticos. Por fim, a sugestão de refletir sobre a condição de liberal parecia pouco
adequada à realidade das mulheres e mães, considerando a lógica conservadora e patriarcal da
família e a influência do marido.
Outros textos incentivavam a autorreflexão, continuamente colocando o leitor em xeque
por meio da publicação de conteúdos que se reiteravam de forma distinta, mas interligada. Em
determinado momento, o objeto de reflexão do professor era também abordado por aqueles que
escreviam para a revista. Nesse sentido, a orientação editorial da revista, que visava ajudar a
formar professores, e a coerência interna do conteúdo questionavam a suposta imparcialidade
de Costa como prescritor. O recurso da pergunta não o livrava das críticas.
O argumento se baseia em trechos textuais como o seguinte, que trata do autoexame:
O professor ha que ser um eterno insatisfeito comsigo mesmo. O estudo, a
meditação, a virtude de não vacilar em retroceder sempre que se sentir
desviado da verdadeira rota [...] [com] o acrisolamento dos atributos morais,
a paciencia, a intemerata de um evangelizador (PAZ, 1932, p. 58; grifo
nosso).
Também na passagem a seguir, é reforçado o pensamento de que a docente deveria estar
atenta à sua voz, pois ela é um instrumento central no trabalho pedagógico:
Não é raro uma professora ter uma voz bem modulada fóra da escola e
mudal-a quando apparece diante dos meninos. Nas horas de trabalho, sua voz
é alta, estridente e aspera ou, então, lammienta. A professora que, em todas as
circumstancias, falla com clareza, calmamente e sem muito barulho, possue
uma qualidade que muito contribue para dominar os alumnos (REVISTA DO
ENSINO, 1926, p. 92).
A reflexão proposta até o momento sobre o trabalho docente também se aplica a outro
aspecto: a condução da aula em sala de aula de acordo com os métodos de ensino. Vejamos o
que é mencionado:
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Si as professoras gastassem mais tempo em organizar as aulas, formar-se-iam
melhores habitos que tornariam o trabalho mais bem feito e mais efficiente.
Muitas vezes o methodo de apresentar o assumpto é mal delineado e a
introducção do periodo escolar é uma arenga hysterica seguida de cançaço
physico e mental da parte dos alunos. Frequentemente, a desordem continúa
durante o tempo marcado para o estudo e, com poucas excepções, ninguem
tira particular proveito delle (REVISTA DO ENSINO, 1926, p. 93).
É importante observar a ideia de incutir presente nos textos. A autorreflexão sugerida
pelas perguntas levava a uma reflexão subjetiva individual, ou seja, as especulações e eventuais
respostas teriam abordagens distintas de professor para professor. No entanto, reiterar preceitos
nos textos seria uma ação complementar, podendo ou não convergir para os pontos aos quais
os docentes chegariam por meio da reflexão. Enquanto o professor reservava para si as
conclusões oriundas de suas reflexões suscitadas por suas próprias indagações, os redatores
faziam uso do conceito da prática docente para fundamentar suas proposições.
Além de ser um instrumento de formação de professores, a Revista do Ensino também
se prestava a afirmar e propagar a visão do governo de Minas Gerais sobre a instrução pública,
alinhada com a reforma de Francisco Campos, cujo “[…] discurso [era] de tom liberal e
modernizante” (OLIVEIRA; CARVALHO, 2014, p. 149). No entanto, na prática, pode-se dizer
que havia uma visão tradicional do professor, com uma certa imagem social e identidade
atribuída à função docente no ensino primário, e que era esperado que essa função fosse
exercida por mulheres. Artigos como “A nova orientação do ensino normal”, de João Massena,
exemplificam esse argumento. Vejamos como ele justifica por que o magistério primário
deveria ser desempenhado por mulheres:
Penso, pois, que foi á mulher que a Providencia confiou o grato e ao mesmo
tempo penoso encargo de dirigir a infancia. E por estas razões, quando
encontro um joven e espevitado professor, ensinando as primeiras letras, tenho
a impressão de esbarrar com um absurdo. A mulher, pelas limitações naturaes
de sua intelligencia, pelo absoluto predominio do seu coração sobre o seu
cerebro, pelos sentimentos de maternidade que são innatos na sua divina
organisação, é a professora ideal para as tenras criançinhas. Repetindo essas
palavras antigas, quero mostrar que continúo ainda a pensar como então
pensava (MASSENA, 1929, p. 7).
O autor tinha consciência de que em seus pensamentos perpetuava uma concepção
antiga de professor, expressa por “palavras antigas”, contradizendo o seu texto que se intitulava
como “nova orientação” para o ensino normal. Assim, ele afirmou o que via, ou seja, a sua
Formação docente em Minas Gerais: A ética docente nos preceitos da Revista de Ensino no cenário de 19251940
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visão e o que sustentava, como razão para que as mulheres se ocupassem da docência em vez
dos homens. Não por acaso, ele considerava absurda a presença de professores de primeiras
letras em sala de aula. Sua defesa está fundamentada na associação entre ser mãe e ser
professora, e ele via limitações intelectuais nas mulheres, as quais seriam suscetíveis a priorizar
a emoção sobre a razão, devido a condições “naturaes” resultantes da “providência divina”.
Para o autor, ser mãe era tão natural quanto ser professora para as mulheres. Parece-nos que ter
“sentimentos de maternidade” está relacionado ao ensino de crianças pequenas. Podemos
observar aqui tentativas de idealizar à docência como uma atividade inerente às mulheres. O
problema é que ao considerá-la inata para a função docente, não se reconhece o trabalho docente
como uma profissão, uma vez que ser mãe não é considerado trabalho.
A ideia de relacionar a docência com a maternidade devido à condição biológica e aos
atributos de afetividade da mulher também foi abordada por um cronista, Aymoré Dutra, que
acrescentou a concepção de que as mulheres teriam mais aptidão para lecionar. Ele relatou um
encontro com uma educadora que tinha mais de 62 anos e havia sido professora por mais de
quarenta anos, mas que não se casou nem teve filhos, ou seja, não foi mãe no sentido estrito da
palavra. No entanto, esses atributos não foram suficientes para impedir que o cronista
estabelecesse uma associação entre a professora e a figura materna. Vejamos:
Sublimou a sêde innata de amor e de carinhos que o coração humano sente,
amando as creanças, vivendo para ensinal-as. Durante quarent’annos suas
mãos bemfazejas acariciaram milhares de cabecinhas infantis. E d. Ephigenia
, que atravessou a vida solteirona e estéril, isolada entre collinas tristes,
foi mãe muitas mil vezes... quando deixei d. Ephigenia, trouxe commigo,
dentro do coração, uma alegria tão radiosa e tão salutar que iluminou e animou
toda a melancolia das paizagens que atravessei (DUTRA, 1930, p. 5256).
A visão de professora como mãe é reforçada na crônica. O texto exemplifica as
diferentes visões da sociedade mineira em relação à figura da professora. Vejamos como o
cronista retratou a professora religiosa: “Quando ouvi fallar em d. Ephigenia, fiz, naturalmente,
as inducções que se podem fazer quando se ouve fallar numa professora de sessenta e dois
annos, solteirona e metida nos cafundós da nossa terra” (DUTRA, 1930, p. 5256). São as
desvantagens da mulher perante a sociedade mineira ser solteira, não ser mãe e morar
sozinha que chamaram a atenção do cronista. Os méritos de uma professora com quatro
décadas de experiência profissional ficaram em segundo plano, talvez até em terceiro. É uma
visão tão enraizada da professora que seus pressupostos lhe parecem “naturais”; ou seja, seria
considerado lógico imaginar uma mulher como alguém que se desviou da condição “natural”
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atribuída às mulheres: casamento e maternidade. Supostamente, mulheres frustradas nesses
aspectos seriam cheias de “ódio”, de “[...] despeito contra as outras mulheres que vinham
cumprindo na vida o destino da mulher, illuminadas pela maternidade ou emballadas pelos
hymnos matinaes do amor” (DUTRA, 1930, p. 52–56). O cronista chegou a mencionar até
mesmo as roupas da senhora para compor o perfil que ele imaginou:
Saia preta de cós, bendegó arqueando-se em canudo de parietal a parietal e
uma rodilhazinha de tranças ruças ophidicamente accommodadas no alto da
cabeça. É, como traços fortes do ridículo, sobre tudo isso, os óculos e o
matinée essa especie de sobrepeliz tão do agrado de certas matronas e que
lhes o aspecto ecclesiastico de um velho cura em procissão. Principalmente
quando usam saias pretas. [...] Os habitos de d. Ephigenia deviam ser terríveis
[...] duzentas visitas diárias á igreja (DUTRA, 1930, p. 5256).
Com efeito, o texto a impressão de que a personagem da crônica era bastante
conservadora, com uma personalidade séria e austera, como indicam suas roupas pretas, touca,
cabelos trançados e óculos. Parecia ser uma mulher que talvez frequentasse a igreja de forma
excessiva. Em outras palavras, o texto parece transmitir a imagem de uma mulher quase beata,
ou seja, alguém com uma devoção religiosa que poderia ser considerada escolhida pela
“Providência” (MASSENA, 1929, p. 7). É por isso que se referiu a uma certa ética religiosa
associada ao ensino e à formação dos professores em Minas Gerais através da Revista do
Ensino.
Decálogo e prece como guia ético da formação docente
Se a ética é considerada essencial para a plena realização da docência como profissão e
campo de formação, então a ética profissional do professor deve abranger valores morais,
justiça, empatia, normas de conduta e comportamento, entre outros aspectos. Nessa perspectiva,
a Revista do Ensino adotou a estratégia de publicar textos que revelam concepções do professor
e da profissão docente sob uma lógica religiosa, como evidenciado pelos gêneros textuais
explorados e pelo vocabulário utilizado.
É por isso que mencionamos aqui a ideia de incutir uma ética religiosa na formação do
corpo docente em Minas Gerais. Um exemplo disso é encontrado no texto intitulado “Decálogo
do professor”.
I Amarei a criança acima de tudo e mais que a mim mesmo. II Não a
humilharei nem com palavras nem com átos. III Serei solicito, prestando-lhe
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a assistência do meu amor e da minha fé. IV Honrarei a minha profissão e,
pelo estudo, identificar-me-ei com ela. V Não guardarei ressentimento para
não me tornar criminoso pelo coração. VI Respeitarei na criança a
personalidade, deixando-a ser criança, como deve. VII Com a esperança do
semeador, farei de minha escola a sementeira de minha Pátria. VIII Cultuarei
a verdade e, com meu exemplo, incutirei essa virtude no coração dos meus
discípulos. XIX O interêsse da criança, sua vida, sua felicidade serão meu
ideal, minha alegria e minha razão de existência. X Jamais serei um
mercenário, e pontificarei na escola como um altar, porque o magistério é
um sacerdócio (REBÊLO, 1934, p. 2).
Como é conhecido, o Decálogo faz referência aos princípios éticos e de adoração do
judaísmo, o que nos remete diretamente a credos religiosos. No caso do Decálogo do professor,
cada “mandamento” contém palavras, frases e períodos que formam uma progressão que vai
desde a ideia de fé até o conceito de sacerdócio, passando pela relação entre aluno e discípulo,
professor como pontífice e escola como altar (um objeto associado à igreja e à prática religiosa).
A autoria do texto do Decálogo em si reforça a disseminação e a incutição da ética
religiosa no corpo docente em Minas Gerais. Afinal, foi elaborado e redigido por um diretor de
grupo escolar, Mario Rebêlo. Ele adotou a concepção de docência como um sacerdócio, e talvez
desejasse o mesmo para o corpo docente sob sua responsabilidade. Curiosamente, é no contexto
do professor (do autor) e não da professora que se situa o público-alvo do Decálogo. Isso fica
evidente no uso dos verbos na primeira pessoa do singular, como “amarei”, “serei”, “honrarei”,
e no uso do adjetivo masculino “solicito”.
Ainda no contexto da progressão, passamos do Decálogo para a prece: o texto intitulado
“Oração da mestra”, onde fica evidente a intenção de incutir a ética religiosa na formação de
educadores em Minas Gerais, embora o público-alvo da oração sejam as professoras. A conexão
entre docência e religião é insinuada na primeira frase: “Senhor! Tu que ensinaste, perdôa que
eu ensine e que tenha o nome de mestra, que tiveste na terra” (REVISTA DO ENSINO, 1926, p.
33). Se Deus foi um mestre e a Terra foi o lugar onde Ele ensinou, agora o movimento seria do
terreno em direção aos céus, ou seja, estabelece-se um vínculo entre o trabalho docente e o
divino. Observaremos outro trecho significativo que ilustra essa compreensão:
-me que eu seja mais mãe do que as mães, para poder amar e defender,
como as mães, o que não é carne da minha carne. Dá que eu alcance fazer de
uma das minhas discípulas o meu verso perfeito [...]. Torna-me possivel o teu
Evangelho nos tempos que correm, por que eu não renunciei á batalha de cada
dia e de cada hora, em pról de seu ensinamento (REVISTA DO ENSINO,
1926, p. 33).
Betânia de Oliveira Laterza RIBEIRO; Elizabeth Farias da SILVA e Maria Zeneide Carneiro Magalhães de ALMEIDA
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A ideia expressa por Massena (1929, p. 7) de que a providência divina confiou à mulher
a maternidade parece ecoar no texto da prece. A invocação do “mestre superior” implica em
pedir para que a professora, que se dirige ao Senhor, possa agir como e em relação às suas
“discípulas”, ou seja, amar e proteger incondicionalmente seus filhos. Além disso, a invocação
também sugere buscar os ensinamentos do mestre como guia para o trabalho docente, ao pedir
que seja concedido o “Evangelho” para apoiar o que o Senhor ensina.
Assim como o Decálogo, a “Oração da professora” foi um trabalho colaborativo, mas
não de um diretor escolar, nem de um brasileiro. A prece é uma tradução de um texto em
espanhol da educadora chilena Gabriela Mistral (Revista do Ensino, 1926, p. 33). O fato da
autora ser uma mulher talvez justifique a ênfase na relação entre magistério e mulher, mas fica
claro o reforço da docência com uma conotação religiosa, devido à associação com o divino,
com Deus.
A ética religiosa também se manifesta em textos que prescrevem os deveres do
professorado e o que era esperado do magistério. A passagem a seguir é relevante nesse sentido:
Ser professor é professar a religião do Dever, é olhar sempre para a frente e
para o alto [...] é viver em aturada vigilia anotando no ementario da
experiencia as subtilezas, os misterios desvendados no recondito dos corações
infantis; é fazer, em suma, da própria vida um encadeamento de atos
dignificantes, uma oblação perene da energia da vontade, um codigo da etica
mais elevada. Assim como ao sacerdote não é licito desvestir-se do seu
caráter sagrado, ao transpôr os umbrais do templo, após haver celebrado o
oficio divino, tambem ao professor não é dado despojar-se dos seus atributos
[...] ao professor acompanha-o a silhueta da sua responsabilidade perante o
mundo, perante a sua conciencia, perante Deus. Sras. Professoras, ha na vossa
missão um quid de divino que muito custa afeiçoar á argila de que somos
todos plasmados (PAZ, 1932, p. 59; grifo nosso).
Na associação entre o magistério e a devoção religiosa, fica evidente que o dever é o
que se destaca como diretriz da docência, um dever cujo cumprimento é observado por Deus.
É nesse contexto que podemos compreender o décimo mandamento do “Decálogo do
professor”: a escola é equiparada a uma “egreja” e o magistério é considerado um sacerdócio
(TOLEDO, 1934, p. 75).
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Reflexões derradeiras
A compreensão da formação de professores em Minas Gerais pode se beneficiar do
estudo realizado por Biccas, que proporcionou uma perspectiva instigante para entender como
o governo do estado abordou a formação de educadores. Especificamente, examinou-se o
direcionamento de esforços para questões específicas, como a implementação de um projeto
editorial que colocou a leitura do periódico como um meio de formação. No entanto, há pontos
de estudo que exigem aprofundamento, considerando a própria natureza abrangente da pesquisa
da autora. Cabe ao pesquisador equilibrar as diferentes partes, como visamos fazer neste
trabalho. Nessa lógica, ao endossarmos os postulados da autora, como a ideia de que a Revista
do Ensino tinha como objetivo se comunicar diretamente com o corpo docente, considerar o
caso de uma professora beata foi uma forma de compreender uma faceta do público leitor
almejado pela publicação. Em outras palavras, se a revista transmitia “concepções” sobre o ser
professor e a missão docente na escola, as relações da professora beata com os alunos remetem
às relações entre a escola e a igreja: o magistério é equiparado a um sacerdócio, o professor é
considerado um pontífice, e o aluno é visto como discípulo. Torna-se evidente, assim, um tom
religioso presente na ética da formação de professores por meio da Revista do Ensino em Minas
Gerais. Ser professor significava unir a prática docente à católica, ao divino, à providência
em uma palavra, a Deus.
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Formação docente em Minas Gerais: A ética docente nos preceitos da Revista de Ensino no cenário de 19251940
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023011. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17131 18
Sobre os autores
Betânia de Oliveira Laterza RIBEIRO
Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Pontal MG Brasil. Professora Titular do
Programa de Pós Graduação em Educação da Linha de História e Historiografia da Educação.
Pós-Doutorado em Psiquiatria, Neurologia e Psicologia Médica (USP-Ribeirão Preto). Pós-
Doutorado em Educação (UNIUBE). Bolsista Produtividade do CNPq.
Elizabeth Farias da SILVA
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis SC Brasil. Professora Titular
em 2018. Pós-Doutorado em Educação nas Universidades: Nacional de Colômbia (UNC), sede
em Medellín e Universidade Autônoma do Estado de Morelos (UAEM) em Cuernavaca/México
nos semestres de 2016.2 e 2017.1. Pós-Doutorado em Sociologia na Universidade do Québec
em Montréal (UQÀM) com bolsa da Capes em 2004/2005. Atualmente aposentada com vínculo
de orientação doutoral no Programa de Pós-Graduação de Sociologia Política da UFSC.
Maria Zeneide Carneiro Magalhães de ALMEIDA
Pontifícia Universidade Calica de Goiás (PUC-Goiás), Goiânia GO Brasil. Professora
Adjunta. Linha de Pesquisa Educação, Sociedade e Cultura. Pós-Doutorado em Educação
(Universidade Autónoma de Madri - UAM-Espanha). Pós-Doutoranda em Educação (UFU).
Professora Adjunta - UFG (aposentada). Líder do Diretório/CNPq Grupo de Pesquisa “Educação,
História, Memória, Cultura, em Diferentes Espaços Sociais-
EHMCES/PROPE/PPGE/HISTEDBR.
Processamento e edição: Editora Ibero-Americana de Educação.
Revisão, formatação, normalização e tradução.
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023011. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17131 1
TEACHER TRAINING IN MINAS GERAIS: TEACHING ETHICS IN THE
PRECEPTS OF THE REVISTA DE ENSINO IN THE SCENARIO OF 19251940
FORMAÇÃO DOCENTE EM MINAS GERAIS: A ÉTICA DOCENTE NOS PRECEITOS
DA REVISTA DE ENSINO NO CENÁRIO DE 19251940
LA FORMACIÓN DOCENTE EN MINAS GERAIS: LA ÉTICA DOCENTE EN LOS
PRECEPTOS DE LA REVISTA DE ENSINO EN EL ESCENARIO DE 1925-1940
Betânia de Oliveira Laterza RIBEIRO
e-mail: betanialaterza@ufu.br
Elizabeth Farias da SILVA
e-mail: lizbet@uol.com.br
Maria Zeneide Carneiro Magalhães de ALMEIDA
e-mail: zeneide.cma@gmail.com
How to refer to this article:
RIBEIRO, B. O. L.; SILVA, E. F.; ALMEIDA, M. Z. C. M. Teacher
training in Minas Gerais: Teaching ethics in the precepts of the
Revista de Ensino in the scenario of 19251940. Rev. Educação e
Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023011, 2022. e-ISSN:
2237-258X. DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17131
| Submitted: 20/12/2021
| Revision required: 15/01/2022
| Approved: 18/02/2022
| Published: 22/04/2022
Editor:
Profa. Dra. Alessandra Cristina Furtado
Deputy Executive Editor:
Prof. Dr. José Anderson Santos Cruz
Teacher training in Minas Gerais: Teaching ethics in the precepts of the Revista de Ensino in the scenario of 19251940
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023011. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17131 2
ABSTRACT: This study addresses the Revista de Ensino de Minas Gerais as a teacher training
strategy from 1925 to 1940. The study aims to analyze the professional ethics of teachers and
the role of female teachers in the publication. The analysis seeks to understand the discourses'
tone toward the teaching profession. The sources used included pedagogical-prescriptive texts,
opinion articles, chronicles, and other genres, examined to identify the guiding principles for
teacher education and the vision of teaching and the female teacher. The historical and
dialectical theoretical-conceptual framework allowed for articulating state and national contexts
with the principles for teacher education in the Revista de Ensino. The texts reveal the presence
of religious elements in the guidelines for teaching and the teaching profession, indicating the
existence of an underlying "religious ethics" in primary education in Minas Gerais, where the
role of the teacher was equated with the priesthood.
KEYWORDS: Teacher education. Catholic ethics in teacher education. History of mining
education.
RESUMO: Este estudo aborda a Revista de Ensino de Minas Gerais como uma estratégia de
formação docente no período de 1925 a 1940. O objetivo do estudo é analisar a ética
profissional docente e o papel da professora na publicação. A análise visa compreender o tom
dos discursos direcionados ao corpo docente. As fontes utilizadas incluíram textos de cunho
pedagógico-prescritivo, artigos de opinião, crônicas e outros gêneros, examinados para
identificar os princípios orientadores da formação e da visão do magistério e da professora. O
referencial histórico e teórico-conceitual dialético permitiu articular os contextos estaduais e
nacionais com os princípios para a formação docente presentes na Revista de Ensino. Os textos
revelam a presença de elementos religiosos nas orientações para o magistério e o corpo
docente, indicando a existência de uma “ética religiosa” subjacente ao ensino primário em
Minas Gerais, onde o papel de professor/professora era equiparado a um sacerdócio.
PALAVRAS-CHAVE: Formação de professores. Ética Católica na formação docente.
História da educação mineira.
RESUMEN: La formación docente en Minas Gerais entre 1925 y 1940 estuvo abierta a
estrategias diferentes al curso Normal. Estos textos transmitieron elementos de construcción y
proyección de una imagen social del director principal en un nuevo orientación para la
enseñanza Normal. Las fuentes incluyeron textos de contenido pedagógico- preceptivo, como
artículo de opinión y otros. La imagen de la maestra esbozada por la revista señala que la
mujer es más apta para enseñar porque Dios así lo quiso y por qué sus “limitaciones”
intelectuales. La revista naturalizó la condición de la mujer como madre y maestro. Los textos
insinúan una carga de elementos religiosos en ellos las prescripciones para la enseñanza y
pueden leerse como evidencia de ética Los religiosos católicos como transferencia de la
enseñanza primaria en Minas Gerais: la enseñanza era el sacerdocio.
PALABRAS CLAVE: Formación docente. Ética católica en la formación docente. Historia de
la educación minera.
Betânia de Oliveira Laterza RIBEIRO; Elizabeth Farias da SILVA and Maria Zeneide Carneiro Magalhães de ALMEIDA
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023011. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17131 3
Introduction
The teacher training in Minas Gerais between 1925 and 1940 was studied by Biccas,
who analyzed the Revista do Ensino published in Minas Gerais in three periods (beginning in
1890, 1925-1940, and 1946-1971) until its discontinuation in 1971 after 239 editions. This
magazine was created to assist in the training of primary school teachers. Biccas' historical-
critical studies (2005) acknowledge these characteristics of the magazine's features and
highlight its role in promoting the government of Minas Gerais as a major supporter of public
education and disseminating ideas about teacher education. In other words, the magazine aimed
to convey propaganda and disseminate pseudo-pedagogy.
Based on Biccas' findings, this work aims to reflect on the influence of the Revista de
Ensino as a teacher training strategy from 1925 to 1940. The question arises: what professional
ethics permeated the authors' intentions of the published articles? Exploring this question
required analyzing the texts that prescribed conduct, attitudes, and duties to the readers. It is
essential to understand the texts intended for female teachers, as they represent our historical
sources and should be examined from a dialectical theoretical-conceptual framework to connect
contrasting elements, such as the local and national context. These sources and this approach
help us understand the contradictions between the principles advocated by authors and editors
and teacher training. It is worth noting how the teacher figure, as an instruction agent, was
represented in the implementation plans of government guidelines.
The understanding expressed in this text is based on consensuses established by
historical studies on teacher training in Brazil. Examples of these consensuses include the
developments in the training process, such as the creation and reform of schools for the Normal
course, that is, the expansion of the number of vacancies for teacher training; reforms in
instruction that emphasized the training of educators as a regulated subject; and investment in
specific periodicals aimed at prescribing appropriate behaviors and actions for teachers in
Minas Gerais.
Teacher training in Minas Gerais: Teaching ethics in the precepts of the Revista de Ensino in the scenario of 19251940
Rev. Educação e Fronteiras, Dourados, v. 12, n. esp. 1, e023011. e-ISSN:2237-258X
DOI: https://doi.org/10.30612/eduf.v12in.esp.1.17131 4
The training of teaching professionals
Many problems hindered the creation and dissemination of a Normal School model, that
is, attempts to establish a teacher training program to constitute a teaching staff for Primary
Education. This issue was already a concern even before establishing institutions to train
primary school educators (TANURI, 2000). The selection of teachers was a concern preceding
normal teacher training initiatives and occurred simultaneously with the provision of vacancies.
A keyword helps us understand this simultaneity: scarcity. Sometimes, the scarcity was of
school buildings to accommodate a normal training school; other times, it was of students in
sufficient numbers to sustain a course. Essentially, the problem lay in the gap left by the
monarchy's failure to prioritize population literacy; when this concern became urgent and
legally required, almost everything was lacking to materialize the project of mass education. In
the case of the teaching staff, the problem was structural: there were few schools in few cities
(usually capitals), and the Church maintained them, that is, fees were charged for studies, which
excluded many people from the possibility of obtaining the necessary training to occupy
positions in the primary schools to be created.
The November 6, 1772 decree regulated education in Brazil, establishing exams for the
teachers of the School of First Letters of the Portuguese kingdom. As mentioned by Tanuri
(2000, p. 62, our translation), the Law of Primary Schools of 1827 (October 15) was intended
to create "[...] schools of first letters in all the cities, towns, and most populous places of the
Empire." Articles 7 and 12 stated that when there was an intention to create chairs, it would be
necessary to carry out a public examination before the presidents of the council, who would
then inform the government to take the necessary steps in appointing the selected individuals.
The law that established the selection exams was discussed in the Chamber. Some
parliamentarians believed that women should be exempted from the exam. Furthermore, the
law imposed a burden on the teachers in the provincial capitals, as they had to bear the costs of
training, according to the mutual method, due to people's lack of interest in pursuing a teaching
career (SAVIANI, 2009, p. 144). Therefore, the requirement for teacher preparation was
established even before the creation of training courses, although the pedagogical basis of
education is not mentioned.
In 1834, the Additional Act transferred the responsibility for public instruction to the
provinces, which resulted in the fragmentation of related actions and sparked a debate on
decentralization, including teacher training. As mentioned by Azevedo (1996, p. 556, our
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translation), elementary education developed in a drawn-out manner "[...] throughout the 19th
century, disorganized, anarchic, constantly disintegrated." In the provinces, says Saviani (2009,
p. 144, our translation), there was a tendency to "[...] adopt, for teacher training, the path that
had been followed in European countries: the creation of Normal Schools."
In 1835, the province of Rio de Janeiro established the first Normal School in Brazil,
located in Niterói. In 1836, it was Bahia's turn to create its Normal School, followed by Mato
Grosso in 1842. In 1846, the province of São Paulo founded its Normal School, while Piauí
established theirs in 1864 and Rio Grande do Sul in 1869. This movement of creating normal
schools was consolidated, with provinces in the South, such as Paraná, and in the North, such
as Sergipe, establishing their normal schools in the same year of 1870. Another example of this
process occurred with the normal schools of Espírito Santo and Rio Grande do Norte, created
in 1873, with only one year of difference. The Normal School of Paraíba was created in 1879,
followed by Santa Catarina in 1880. Goiás established its Normal School in 1884, Ceará in
1885, and Maranhão in 1890.
These schools had periods of closure and reopening with some intermittence. For this
reason, they were criticized by people like Couto Ferraz, who considered them expensive, with
low qualitative efficiency and little quantitative expression (there were few schools and few
graduating classes). Couto Ferraz, while in charge of the province of Rio de Janeiro, closed the
school in Niterói in 1849. At the same time, he prescribed the existence of the adjunct professor
(provided for in the 1854 regulation when he held the minister position). This professor would
act as an assistant to the regular teacher, and they were expected to improve in subjects and
practices. This experience was an attempt to train more teachers without depending on the
Normal School. However, training based solely on observation and assisting practice was not
successful, resulting in the continued opening of normal schools, and 1859 the Niterói school
was reopened.
It is essential to consider that the model for organizing and operating Normal schools
resulted from the public education reform in São Paulo in 1890. The reform text establishes:
"[...] without well-prepared teachers, practically instructed in modern pedagogical processes
and with scientific knowledge suitable for the needs of current life, education cannot be
regenerative and effective" (SÃO PAULO, 1890, n.p., our translation). But such teachers "[...]
can only come from Normal schools organized in conditions to prepare them" (REIS FILHO,
1995, p. 44, our translation). Thus, the schools were marked by "[...] the insufficiency of their
study programs and the lack of practical preparation of their students" (SÃO PAULO, 1890).
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Indeed, reforms were urgent. In São Paulo, the reform focused on the existing
curriculum and the teaching practice at the Normal School in the capital city. The reform
determined the creation of a model school that would be attached to the Normal School,
representing the most significant innovation of the reform. The costs of installation and
centralization of teacher preparation and exercise practice emphasized the need to ensure
pedagogical-didactic preparation and curricular organization for effective training. The effects
of this reform were felt in other cities in the interior of São Paulo and in capitals and cities in
the interior of other states. This happened because their educators would travel to the town of
São Paulo, where they would come into contact with the training, teaching practice, and
teachers from São Paulo.
If it is accurate to state that these developments led to the establishment of the Normal
school standard that would later be adopted in other regions, ten years after the proclamation of
the Republic, the reforms were concluded. The focus remained on mastering knowledge to
transmit it. The renewal indeed occurred through the association of teaching and research in
education institutes, such as the one in Rio de Janeiro, in the Federal District, established by
Anísio Teixeira in 1932 and directed by Lourenço Filho, and the one in São Paulo, inaugurated
in 1933 by Fernando de Azevedo. The creation of both institutes was based on the ideology of
the new school as a source of inspiration.
In Minas Gerais, according to Araujo's account (2008, p. 323) of the conditions of
normal schools in the 19th century, there were eight of them by the end of the Empire. The
Normal School of Ouro Preto was established in 1840, followed by the one in Diamantina,
based around 1869 and 1870. Additionally, normal schools were founded in Campanha, Montes
Claros, Paracatu, Sabará, São João Del Rei, and Uberaba, dating back to the early 1880s.
Statistically, in 1888, there were 576 students in these normal schools
(presumably out of over 337,000 students), but the attendance rate was only
slightly over 7%, or 24,700 students, even though the number of enrolled
students was 39,775.
Changes in the landscape would occur with the reforms of the Normal School in the
20th century. The Secretary of the Interior, Francisco Campos, devoted "efforts to the
preparation of the teaching profession," emphasizing the importance of the Normal School as a
place for training future teachers and the "Course of Improvement at the Model Normal School
on June 14, 1928" as a place to prepare "teachers already in service." The culmination of this
movement occurred in 1929 when, as Souza (2001, p. 30, our translation) mentioned, the School
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of Improvement was inaugurated. Not by chance, Campos used the press, especially the Revista
do Ensino, to disseminate the reform and communicate the planned changes to prepare teachers
for the desired transformations, particularly regarding their training.
Revista do Ensino as a Teacher Training Strategy
As a publication of pedagogical content aimed at readers involved in public education,
such as principals, inspectors, and teachers, Revista do Ensino played an essential role in teacher
training for primary schools in Minas Gerais, as suggested by Biccas (2008, p. 27). According
to the author, the magazine aimed to be a training strategy between 1925 and 1940. As a
periodical produced by the directorate of public education, the magazine reflected a
combination of concern and action regarding teacher training, being seen as a training strategy.
Intending to have teachers incorporate recommendations, models, and practices, the
promoters and editors of Revista do Ensino expected teachers to read it effectively. To achieve
this, there was an encouragement to read through so-called contests, assuming the participation
of the teaching staff. It was expected that teachers would report the "experiences and
pedagogical practices" they adopted according to the "new pedagogical references"
disseminated in the magazine. In this regard, the section "Our contests" was created, active from
1929 to 1930, in which the names of the winners were published "[...] in official newspapers
and the commercial press." As a prize, they received "books by acclaimed authors," which
served the editors' purposes of prescribing "good reading" for teachers (BICCAS, 2005, p. 164,
our translation).
From 1928 to 1930, Revista do Ensino sought to "[...] coordinate a movement of changes
in the pedagogical culture of the teaching profession." This effort was reflected in the creation
of sections such as "Our Contests," "The Voice of Practice," "Official Acts," "Decroly
pedagogical center section," "Modern School," "From Here and There," and others. From 1932
to 1940, these sections were consolidated, even though they changed focus and name.
Additionally, the magazine began publishing translated texts (BICCAS, 2005) that addressed
topics that established it as "[...] a kind of toolbox, based on pedagogy as the art of teaching."
Texts with titles like "How the teacher should be to practice the art of teaching" prescribed
content successfully. For this reason, the magazine played a central role in defining examples
of teacher conduct, models of pedagogical action, and other suggestions and applications.
(REVISTA DO ENSINO, 1926, n. 12, our translation).
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The prescription of the texts focused primarily on the behavior of teachers and how they
taught and organized their work. Just as in life outside of school, the propagation of a way of
being that should be adopted, incorporated, and replicated impacted school activities. As Biccas
(2005, p. 159, our translation) states, "Through the selection, frequency, and objectives of the
topics addressed and published, it can be said that the editors of the magazine, inspired by
modern pedagogy, were committed to the formation and instrumentalization of teachers,
teaching them how to teach." The magazine's editions explored conceptions of children,
teachers, schools, and methods for almost two years.
They also presented "pedagogical guidelines" focused on working with "language,
arithmetic, social studies (geography and history), among others." The work included
suggestions for "lesson models" and valuable materials to be used in the classroom, such as
texts that stimulate imagination and metalinguistic reflection, such as fables, poems, and stories,
as well as activities that develop sensitivity and creativity, such as music and drawing. Lesson
planning and methodological procedures were also addressed (BICCAS, 2005).
We believe that, especially in the period from 1925 to 1930, it becomes evident that
Revista do Ensino proposed a model of teaching and teacher conduct by offering suggestions
for "models of pedagogical action" and "activities for the application of new methods" and by
proposing "[...] models and lesson plans developed by experienced teachers who worked in
schools in Minas Gerais" (BICCAS, 2008, p. 163, our translation). It becomes clear that there
were attempts to discipline teacher training and pedagogical conduct, including gestures and
attitudes. In this context, another significant text is "My Duties," which addresses the teacher's
duties. It is a list of seventy items encompassing various aspects of the school instruction
universe. The duties can be grouped according to the following examples.
The school: whether it is "well-equipped," whether it has a "museum," whether
it has a "children's library."
Classroom: whether there is "good taste in arrangement and decoration" and
whether the class is organized "perfectly [...] the classroom."
Teaching in the classroom: class as a "center of activity" where "everyone
works," the use of "centers of interest," coherent "simultaneous teaching" for each student,
employing "intuitive methods" and "ideo-visual or global methods," paying attention to
"teaching the national language," "illustrating lessons" on the blackboard.
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School and family: promoting "collaboration" between these institutions,
teaching measures to combat alcoholism and smoking, emphasizing hygiene in the "place of
honor," "my class," and understanding the "school and extracurricular life" of the students.
Formation reading: "Scout Manual," "regulations," and "primary education
programs," "stories and poems" for language classes, visits to the "library," subscribing to a
"pedagogical magazine."
Writing: taking care of the "school's handwriting," whether it is "composing my
book, O Menino?"
Pedagogical activities: "school excursions," "school celebrations and parties,"
"school exhibition, honoring the house," "a retrospective exhibition of students' work."
Conduct in the classroom: maintaining "a modern school where there are no
physical punishments," harmonizing "the freedom of the students with the teacher's authority,"
using "appropriate means to maintain discipline," separating "energy from violence" and
reconciling "energy with politeness."
Knowledge and teaching abilities: drawing (having to "accurately and correctly
draw the map of Brazil"), being didactic ("making history lessons interesting"), having civic
musical proficiency ("singing the national anthem," performing "flag salute"), having physical
conditioning (performing "gymnastic exercises with precision and energy"), having theoretical
and methodological knowledge ("knowing active schooling through the Decroly method"),
theoretical-pedagogical knowledge ("psychologizing education"), and evaluation skills
("knowledge related to tests").
Personal knowledge and abilities: being ready to "provide first aid to an injured
person and dress a wound"; being capable of "creating a garden or a vegetable garden"; being
able to do "sewing" and "other work"; "easily preparing a small meal."
Self-criticism: being attentive to the "hygiene" and "education" of one's voice; not
"talking too much"; being "liberal and tolerant, discreet and judicious"; to "economic life,"
among other points (COSTA, 1928, p. 8-9, our translation).
In the original text, the assertive tone of the above list of duties was presented as a
question, suggesting that teachers should question themselves. With this rhetorical device, the
author avoided sounding prescriptive, remaining at the level of suggestion. For example, the
verb "should" was avoided when addressing diverse and complex issues such as alcoholism and
smoking. Reflecting on such issues would be impractical for married teachers and mothers
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amidst the routine divided between home and school. Additionally, the amount of reading and
writing seemed incompatible with the time available to deal with many pedagogical and
didactic aspects. Finally, the suggestion to reflect on the condition of being liberal seemed
poorly suited to the reality of women and mothers, considering the conservative and patriarchal
logic of the family and the influence of the husband.
Other texts encouraged self-reflection, constantly challenging the reader through the
publication of content that reiterated distinct but interconnected themes. At a certain point, those
who wrote for the magazine also addressed the object of the teacher's reflection. In this sense,
the editorial guidance of the magazine, aimed at helping to shape teachers, and the internal
coherence of the content questioned Costa's alleged impartiality as a prescriber. The use of
questions did not exempt him from criticism.
The argument is based on textual excerpts such as the following, which discusses self-
examination:
The teacher must be eternally dissatisfied with oneself. The study, meditation,
the virtue of not hesitating to retreat whenever one feels deviated from the true
path [...] [with] the refinement of moral attributes, patience, the unwavering
faith of an evangelized (PAZ, 1932, p. 58; emphasis added, our translation).
Furthermore, in the following passage, the idea that the teacher should pay attention to
their voice, as it is a central instrument in pedagogical work, is reinforced:
It is common for a teacher to have a well-modulated voice outside of
school and change it when facing the children. Their voice is loud,
strident, harsh, or whining during working hours. In all circumstances,
the teacher who speaks calmly and without excessive noise possesses a
quality that greatly contributes to controlling the students (REVISTA
DO ENSINO, 1926, p. 92, our translation).
The reflection proposed on teaching work also applies to classroom management
according to teaching methods. Let's see what is mentioned:
If teachers spent more time organizing their classes, they would develop better
habits to make their work more well-executed and efficient. Often, the method
of presenting the subject is poorly outlined, and the introduction of the school
period is a hysterical harangue followed by physical and mental fatigue on the
part of the students. Frequently, disorder continues during the designated
study time, and with few exceptions, no one derives particular benefit from it
(REVISTA DO ENSINO, 1926, p. 93, our translation).
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It is important to observe the ideia to advise present in the texts. The self-reflection
suggested by the questions led to individual subjective reflection, meaning that the speculations
and eventual answers would have different approaches from teacher to teacher. However,
reiterating precepts in the texts would be a complementary action, which may or may not
converge with the points teachers would arrive at through reflection. While the teacher reserved
for themselves the conclusions arising from their reviews prompted by their inquiries, the
writers used the concept of teaching practice to substantiate their propositions.
In addition to being a tool for teacher training, Revista do Ensino also served to assert
and propagate the vision of the government of Minas Gerais regarding public education, aligned
with the reforms of Francisco Campos, whose ''[...] discourse had a liberal and modernizing
tone'' (OLIVEIRA; CARVALHO, 2014, p. 149, our translation). However, in practice, there
was a traditional view of the teacher, with a certain social image and identity attributed to the
teaching profession in primary education, and it was expected that women would perform this
role. Articles like "A nova orientação do ensino normal" (The new orientation of normal
education) by João Massena exemplify this argument. Let's see how he justifies why women
should carry out primary education:
Therefore, Providence entrusted to women the gratifying and, at the same
time, burdensome task of guiding childhood. And for these reasons, when I
come across a young and spirited male teacher teaching the first letters, I have
the impression of encountering an absurdity. Due to the natural limitations of
her intelligence, the absolute predominance of her heart over her brain, and
the innate feelings of motherhood in her divine organization, a woman is the
ideal teacher for tender little children. Repeating these old words, I want to
show that I still think as I did back then (MASSENA, 1929, p. 7, our
translation).
The author was aware that in his thoughts, he perpetuated an old conception of a teacher,
expressed by "old words," contradicting his text titled "new orientation" for normal education.
Thus, he affirmed what he saw, namely, his vision and what he upheld as the reason for women
to be involved in teaching instead of men. It is no coincidence that he considered the presence
of male teachers in the classroom teaching the first letters absurd. His defense is based on the
association between being a mother and being a teacher, and he saw intellectual limitations in
women, who would be susceptible to prioritizing emotion over reason due to "natural"
conditions resulting from "divine providence." For the author, being a mother was as natural as
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being a teacher for women. It seems to us that having "feelings of motherhood" is related to the
teaching of young children. We can observe attempts here to idealize teaching as an activity
inherent to women. The problem is that by considering it innate to the teaching profession,
teaching is not recognized as a profession since being a mother is not considered work.
The idea of relating teaching to motherhood due to biological condition and the
attributes of a woman's affection was also addressed by a chronicler, Aymoré Dutra, who added
the conception that women would have more aptitude for teaching. He recounted an encounter
with an educator who was over 62 years old and had been a teacher for over forty years but did
not marry or have children, that is, she was not a mother in the strict sense of the word. However,
these attributes were insufficient to prevent the chronicler from establishing an association
between the teacher and the maternal figure. Let's see:
She sublimated the innate thirst for love and affection that the human heart
feels, loving the children and living to teach them. For forty years, her
benevolent hands caressed thousands of little heads. And Ms. Ephigenia, who
went through life as a spinster and childless, isolated among sad hills, was a
mother many thousand times... when I left Ms. Ephigenia, I carried within my
heart such a radiant and wholesome joy that illuminated and animated all the
melancholy of the landscapes I crossed (DUTRA, 1930, p. 5256, our
translation).
The view of a teacher as a mother is reinforced in the chronicle. The text exemplifies
the different views of Minas Gerais society regarding the figure of the teacher. Let's see how
the chronicler portrayed the religious teacher: "When I heard about Ms. Ephigenia, I naturally
made the inductions that one can make when hearing about a sixty-two-year-old teacher, a
spinster, and tucked away in the depths of our land" (DUTRA, 1930, p. 5256, our translation).
The disadvantages women face in Minas Gerais societybeing unmarried, not being a mother,
and living alonecaught the chronicler's attention. The merits of a teacher with four decades
of professional experience were sidelined, perhaps even in third place. It is such an ingrained
view of a teacher that its assumptions seem "natural" to him; in other words, it would be
considered logical to imagine a woman as someone who deviated from the "natural" condition
assigned to women: marriage and motherhood. Supposedly, women frustrated in these aspects
would be filled with "hatred" and "resentment against other women who were fulfilling their
womanly destiny in life, enlightened by motherhood or lulled by the morning hymns of love"
(DUTRA, 1930, p. 5256, our translation). The chronicler even mentioned the lady's clothes to
complete his imagined profile:
Betânia de Oliveira Laterza RIBEIRO; Elizabeth Farias da SILVA and Maria Zeneide Carneiro Magalhães de ALMEIDA
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A black skirt with a waistband, a bent crucifix from temple to temple, and a
small braided knot strategically arranged on the head. As strong elements of
ridicule, the glasses and the matineethis kind of surplice that certain matrons
are fond of, giving them the ecclesiastical appearance of an old priest in a
procession. Especially when they wear black skirts. [...] Ms. Ephigenia's
habits must have been dreadful [...] two hundred daily visits to the church
(DUTRA, 1930, p. 5256, our translation).
Indeed, the text gives the impression that the character in the chronicle was quite
conservative, with a serious and austere personality, as indicated by her black clothing, bonnet,
braided hair, and glasses. She seemed to be a woman who perhaps excessively frequented the
church. In other words, the text seems to convey the image of a devout woman with a religious
devotion that could be considered chosen by "Providence" (MASSENA, 1929, p. 7). That is
why a certain religious ethic was associated with teaching and teacher training in Minas Gerais
through the Revista do Ensino.
Decalogue and prayer as an ethical guide for teacher training
If ethics is considered essential for the full realization of teaching as a profession and
field of education, then the teacher's professional ethics must encompass moral values, justice,
empathy, norms of conduct, and behavior, among other aspects. In this perspective, the Revista
do Ensino adopted the strategy of publishing texts that reveal conceptions of the teacher and
the teaching profession under a religious logic, as evidenced by the explored genres of texts and
the vocabulary used.
That is why we mention here the idea of instilling a religious ethic in the training of the
teaching staff in Minas Gerais. An example of this can be found in the text entitled "Decalogue
of the Teacher."
I shall love the child above all else and more than myself. II I shall humiliate
them, neither with words nor with deeds. III I shall be attentive, offering them
the assistance of my love and faith. IV I shall honor my profession, and
through study, I shall identify with it. V I shall not harbor resentment so as not
to become a criminal at heart. VI I shall respect the child's personality,
allowing them to be a child as they should. VII With the hope of a sower, I
shall make my school the seedbed of my Nation. VIII I shall cherish the truth
and, through my example, instill this virtue in the hearts of my disciples. IX
The child's interest, life, and happiness shall be my ideal, joy, and reason for
existence. X, I shall never be a mercenary and pontificate in the school like an
altarbecause teaching is a priesthood (REBÊLO, 1934, p. 2, our translation).
Teacher training in Minas Gerais: Teaching ethics in the precepts of the Revista de Ensino in the scenario of 19251940
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As is known, the Decalogue references Judaism's ethical and worship principles, which
directly relate to religious creeds. In the case of the Decalogue of the Teacher, each
"commandment" contains words, phrases, and sentences that form a progression from the idea
of faith to the concept of priesthood, encompassing the relationship between student and
disciple, the teacher as a pontiff, and the school as an altar (an object associated with the church
and religious practice).
The authorship of the Decalogue text itself reinforces the dissemination and instillation
of religious ethics in the teaching staff in Minas Gerais. After all, it was elaborated on and
written by a school group director, Mario Rebêlo. He adopted the conception of teaching as a
priesthood and perhaps desired the same for the teaching staff under his responsibility.
Interestingly, it is in the context of the male teacher (the author) and not the female teacher that
the target audience of the Decalogue is situated. This is evident in the use of first-person singular
verbs, such as "I shall love," "I shall be," "I shall honor," and the use of the masculine adjective
"attentive."
Still, within the context of progression, we move from the Decalogue to the prayer: the
text entitled "Prayer of the Teacher," where the intention to instill religious ethics in the training
of educators in Minas Gerais is evident, although the target audience of the prayer is female
teachers. The connection between teaching and religion is insinuated in the first sentence:
"Lord! You who taught, forgive me for teaching and for bearing the name of teacher, which
you had on Earth" (REVISTA DO ENSINO, 1926, p. 33, our translation). If God was a teacher
and earth was where He taught, now the movement would be from the earth towards the
heavens, establishing a link between teaching work and the divine. We will observe another
significant passage that illustrates this understanding:
Grant me to be more of a mother than the mothers so that I can love and
defend, like the mothers, what is not the flesh of my flesh. Grant me the ability
to make one of my disciples my perfect verse [...]. Make your Gospel possible
in the current times because I have not renounced the daily and hourly battle
for your teaching (REVISTA DO ENSINO, 1926, p. 33, our translation).
The idea expressed by Massena (1929, p. 7) that divine providence entrusted
motherhood to women resonates in the text of the prayer. The invocation of the "supreme
teacher" implies asking that the teacher, who addresses the Lord, may act as a mother towards
her "disciples" to love and protect her children unconditionally. Furthermore, the invocation
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also suggests seeking the teacher's teachings as a guide for teaching work by asking for the
"Gospel" to be granted to support what the Lord teaches.
Like the Decalogue, the "Prayer of the Teacher" was a collaborative work, but not by a
school director or a Brazilian. The Prayer is a Spanish translation by the Chilean educator
Gabriela Mistral (Revista do Ensino, 1926, p. 33). The fact that the author is a woman perhaps
justifies the emphasis on the relationship between teaching and women, but it is clear that it
reinforces teaching with a religious connotation due to the association with the divine, with
God.
Religious ethics also manifest in texts that prescribe the duties of teachers and what is
expected of the teaching profession. The following passage is relevant in this regard:
To be a teacher is to profess the religion of Duty, always to look forward and
upward [...] to live in constant vigilance, noting in the diary of experience the
subtleties, the mysteries unveiled in the depths of children's hearts; in short, to
make one's own life a sequence of dignifying acts, a perpetual offering of the
energy of will, a code of the highest ethics. Just as it is not allowed for a priest
to strip himself of his sacred character upon crossing the thresholds of the
temple after having celebrated the divine service, so it is not given for a teacher
to divest himself of his attributes [...] The silhouette of responsibility
accompanies the teacher, before the world, before his conscience, before God.
Ladies and Gentlemen, in your mission, a divine element is difficult to mold
into the clay from which we are all formed (PAZ, 1932, p. 59; emphasis
added).
In the association between teaching and religious devotion, it becomes evident that Duty
stands out as the guiding principle of teaching, a duty whose fulfillment is observed by God. It
is in this context that we can understand the tenth commandment of the "Teacher's Decalogue":
the school is equated with a "church," and teaching is considered a priesthood (TOLEDO, 1934,
p. 75).
Final considerations
The understanding of teacher education in Minas Gerais can benefit from the study
conducted by Biccas, which provided an intriguing perspective to understand how the state
government approached teacher training. Specifically, it examined the focus on specific issues,
such as implementing an editorial project that positioned reading the journal as a professional
development means. However, some areas of study require further exploration, considering the
comprehensive nature of the author's research. It is the responsibility of the researcher to
Teacher training in Minas Gerais: Teaching ethics in the precepts of the Revista de Ensino in the scenario of 19251940
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balance the different aspects, as we aim to do in this study. In this logic, endorsing the author's
postulates, such as the idea that Revista do Ensino aimed to communicate with the teaching
staff directly, considering the case of a devout teacher, was a way to understand a facet of the
intended readership of the publication. In other words, if the magazine conveyed "conceptions"
about being a teacher and the teaching mission in schools, the relationships of the devout teacher
with the students relate to the relationships between the school and the church: teaching is
equated to the priesthood, the teacher is considered a pontiff, and the student is seen as a
disciple. Thus, a religious tone becomes evident in the ethics of teacher education through
Revista do Ensino in Minas Gerais. Being a teacher meant uniting teaching practice with the
Catholic faith, the divine, and providence - in a word, with God.
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About the Authors
Betânia de Oliveira Laterza RIBEIRO
Federal University of Uberlândia (UFU), Pontal - MG - Brazil. Full Professor in the Graduate
Program in Education, specializing in the History and Historiography of Education.
Postdoctoral research in Psychiatry, Neurology, and Medical Psychology (USP-Ribeirão
Preto). Postdoctoral research in Education (UNIUBE). CNPq Productivity Scholarship
recipient.
Elizabeth Farias da SILVA
Federal University of Santa Catarina (UFSC), Florianópolis - SC - Brazil. Full Professor in
2018. Postdoctoral research in Education at the National University of Colombia (UNC), based
in Medellín, and the Autonomous University of the State of Morelos (UAEM) in Cuernavaca,
Mexico, during the semesters of 2016.2 and 2017.1. Postdoctoral research in Sociology at the
University of Québec in Montréal (UQÀM) with a scholarship from Capes in 2004/2005.
Currently retired with a doctoral advising affiliation in the Graduate Program in Political
Sociology at UFSC.
Maria Zeneide Carneiro Magalhães de ALMEIDA
Pontifical Catholic University of Goiás (PUC-Goiás), Gonia - GO - Brazil. Assistant professor.
Research Line: Education, Society, and Culture. Postdoctoral research in Education (Autonomous
University of Madrid - UAM, Spain). Postdoctoral researcher in Education (UFU). Assistant
professor - UFG (retired). Leader of the CNPq Directory Research Group "Education, History,
Memory, Culture in Different Social Spaces - EHMCES/PROPE/PPGE/HISTEDBR".
Processing and editing: Editora Ibero-Americana de Educação.
Proofreading, formatting, normalization and translation.